95% das empresas de Turismo não estão preparadas para o futuro, diz estudo
Pesquisa destaca a investida necessária nas áreas de experiência do cliente, entre outros fatores
Você sabia que apenas 5% das empresas do setor de viagens estão preparadas para o futuro? É o que aponta o estudo Building the Travel Company of the Future, elaborado pelo Boston Consulting Group (BCG), que explora as mudanças necessárias para o setor. Em outras palavras, 95% das empresas não estão preparadas!
A pesquisa destaca sobretudo a investida necessária nas áreas de experiência do cliente, excelência comercial, inovação operacional e resiliência de custos. O estudo revela ainda que, para se manterem competitivas no mercado, as companhias do setor devem realizar uma grande transformação digital. Isso vale para companhias aéreas, parques temáticos, redes hoteleiras e cruzeiros.
No geral, em meio a metas ambiciosas para 2026, que incluem aumento de 13% na frota comercial de aeronaves, 22% no número de visitantes em parques temáticos, 11% no volume de quartos de hotéis e 31% no volume de passageiros de cruzeiros, em relação a 2019, as empresas do setor precisam superar essas pressões para crescer.
Mais insights da pesquisa
- A pesquisa, baseada em três anos de análise sobre transformações digitais em grandes organizações, identifica tendências emergentes oriundas das pressões nas cadeias de suprimentos em evolução, de metas de sustentabilidade e dos desafios em gerenciar escassez de mão de obra e a manutenção das margens de lucro.
- Além disso, os consumidores, influenciados pelas redes sociais, estão com altas e complexas expectativas, procurando sair da experiência tradicional. Tanto é que o segmento de "bleisure" (combinação de viagens de negócios e lazer), por exemplo, está prosperando.
Empresas ‘future-built’
De acordo com o BCG, as empresas “future-built” ou, em tradução literal, “construídas para o futuro”, são instituições com atributos que as tornam mais preparadas do que seus concorrentes para o que virá. Tais atributos incluem liderança e propósito alinhados; capacidade de atrair, reter e capacitar talentos; modelo operacional ágil; cultura voltada para a inovação; plataformas tecnológicas modernas e inteligência artificial (IA).
No mapeamento realizado, elas também apresentaram diversas vantagens competitivas:
- Retorno total para os acionistas 2,2 vezes maior do que as companhias tradicionais de 2018 a 2021;
- Receita e lucro, respectivamente, 3,4 e 3,1 vezes maior do que as demais organizações entre 2019 e 2022;
- 1,9 vezes mais propensas a ter boas avaliações de seus colaboradores em relação às outras instituições;
- Pontuações 3,4 vezes maiores em sustentabilidade climática do que as concorrentes de 2019 a 2024;
- 2,7 vezes mais propensas a escalar casos de uso de inteligência artificial generativa em toda a organização.
Além disso, essas empresas investem 27% a mais do que seus concorrentes em liderança e propósito, 28% em modelo operacional ágil, 32% em cultura de inovação, 25% em plataformas tecnológicas modernas e 68% em IA.
Porém, dentre as empresas de viagem, apenas 5% são “future-built”. O restante é composto por instituições com modelos de negócios inovadores que precisam ser desenvolvidos e colocado à prova no mercado (36%), que já estão maduras e têm alta velocidade de crescimento (32%) ou que estão estagnadas (27%).