Laura Enchioglo   |   30/08/2024 14:47

Líderes debatem dificuldades e potencialidades do Turismo no Brasil

Seminário Lide levou à pauta o Turismo popular e de luxo


PANROTAS / Laura Enchioglo
Roberto de Lucena e Rui Alves, secretários de Turismo do Estado e da Cidade de SP, respectivamente, Fabio Godinho, da CVC Corp, Tomás Perez, do TP Group, e Rodrigo Trevizan, da Wemobi
Roberto de Lucena e Rui Alves, secretários de Turismo do Estado e da Cidade de SP, respectivamente, Fabio Godinho, da CVC Corp, Tomás Perez, do TP Group, e Rodrigo Trevizan, da Wemobi

O primeiro painel do Seminário Lide Turismo, que aconteceu nesta manhã (30) em São Paulo, reuniu diversas autoridades do âmbito público e privado para debater "Turismo popular e de luxo: o que transformou estes segmentos em grandes clientes de viagens".

Participaram do debate Rui Alves, secretário de Turismo da cidade de São Paulo, Caio Luiz de Carvalho, ex-ministro do Turismo e diretor da Band, Fabio Godinho, CEO da CVC Corp, Tomás Perez, CEO do TP Group, Vinicius Lummertz, chairman do Grupo Wish, e Roberto de Lucena, secretário de Turismo do Estado de São Paulo.

PANROTAS / Laura Enchioglo
Marcos Arbaitman, do Lide Turismo, Caio Luiz de Carvalho, da Band, Vinicius Lummertz, do Grupo Wish, e Roberto de Lucena, secretário de Turismo do Estado de SP
Marcos Arbaitman, do Lide Turismo, Caio Luiz de Carvalho, da Band, Vinicius Lummertz, do Grupo Wish, e Roberto de Lucena, secretário de Turismo do Estado de SP

Vinicius Lummertz, que já foi ministro do Turismo e presidente da Embratur, destacou as potencialidades do País, que poderia ser top 5 global. "O que falta para o Brasil se tornar uma potência mundial no Turismo? Ambição. Nós temos que fazer essa plataforma funcionar. Se quisermos ganhar esse dinheiro, temos que olhar para um crescimento além das nossas expectativas", disse.

Ele apresentou um estudo do WTTC sobre o crescimento do Turismo projetado para 2034. No Turismo de lazer, o mundo deve crescer 45%, enquanto o Brasil 13,5%. Ele coloca, no entanto, um desafio possível: crescer 35%.

"Nós já somos relevantes mas podemos ser maiores. O Brasil não tem plano e isso é natural aqui, vivemos o presente", disse. Lummertz também ressaltou a necessidade de uma estratégia para resolver os gargalos de logística e mobilidade do País. "A Serra Gaúcha não tem um aeroporto, o que poderia ter resolvido o problema de acesso após as enchentes em Porto Alegre. Caldas Novas não tem aeroporto... Sem resolver esse problema de logística, sem reativar os aeroportos, não tem Turismo."

Caio Luiz de Carvalho, que hoje é diretor executivo do Grupo Bandeirantes de Comunicação, destacou quatro pontos de atenção para sucesso do Turismo:

  • Infraestrutura
  • Capacitação e qualificação profissional
  • Legislação
  • Marketing e promoção

Ele também destacou as oportunidades perdidas pelo país com Olimpíadas e Copa do Mundo sediadas no Brasil. "Pensando que 70% das viagens mundiais são de curta distância, nós não exploramos bem os nossos vizinhos e perdemos grandes chances durante esses dois eventos", disse.

Além disso, comentou sobre a situação das companhias aéreas no Brasil, que perdeu diversas empresas nacionais (Vasp, Varig e Transbrasil) e se vê agora com apenas três. "Não temos transporte aéreo regional e não vemos a aviação como estratégica. Dependemos de deslocamentos aéreos. Não podemos perder nossas empresas”, apontou. Ele também voltou a defender fim da pasta exclusiva para o setor (leia aqui).

O troca-troca de nomes no Turismo em âmbito público também foi assunto para diversos painelistas. Nos 20 anos de Ministério de Turismo, 18 pessoas passaram pelo cargo de ministro.

Roberto de Lucena destacou isso na Secretaria do Estado de São Paulo, e como sua gestão tem dado continuidade ao trabalho anterior e pretende deixar o legado para o próximo secretário ou secretária que assumir o cargo. "A troca de cargos é muito alta e a cada mudança temos interrupções de programas, um novo plano de Turismo. Precisamos pensar a longo prazo e por isso já pensando em expandir o planejamento de 20-30 para 20-40 anos", disse.

Mas isso tudo não impede o brasileiro de querer viajar, conforme apontou Fabio Godinho. Uma pesquisa do Sebrae apresentada por ele ressalta que a prioridade de compra das famílias brasileiras é de viajar pelo Brasil.

Isso influencia nos números da CVC Corp, que já possui 1.250 lojas em todo o Brasil. "O que a gente vê é que a jornada do cliente é uma combinação de presencial e digital. Por isso, tecnologia é um dos nossos principais temas de discussão: modernizar o processo de vendas, integrar os meios digitais, mas sem tirar o componente humano, da especialização do agente de viagens", disse Godinho.

E o Turismo de luxo?

Como qualquer nicho do Turismo no Brasil, este também tem suas dificuldades. Tomás Perez, do TP Group, apontou algumas, como a segurança e a logística. "O maior medo do viajante de luxo em relação ao Brasil é a segurança. E a dificuldade que a gente encontra na logística também é muito grande, de acessar alguns paraísos naturais", apontou.

Lummertz concordou sobre a logística. "No internacional nós podemos crescer muito mas temos uma dificuldade que é a distância. Para que a gente entre na prateleira, precisamos de financiamento, de entrar em vários nichos", disse.

A qualificação do profissional também é um ponto de atenção para Perez, que é um dos fundadores do Radix. "Faltam profissionais no mercado para trazer o pessoal de fora, por isso criamos oRadix para promover educação ao travel advisor".

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