Artur Luiz Andrade   |   30/08/2024 12:36
Atualizada em 30/08/2024 12:45

Ex-ministro do Turismo volta a defender fim da pasta exclusiva para o setor

Caio Luiz de Carvalho também se disse preocupado com a falta d estratégia do governo para o setor aéreo

PANROTAS / Artur Luiz Andrade
Marcos Arbaitman, presidente do Lide Turismo, e Caio Luiz de Carvalho, diretor da Band e ex-ministro de Esporte e Turismo de FHC
Marcos Arbaitman, presidente do Lide Turismo, e Caio Luiz de Carvalho, diretor da Band e ex-ministro de Esporte e Turismo de FHC

Ex-ministro do Esporte e Turismo e ex-presidente da Embratur, Caio Luiz de Carvalho voltou a defender que o Turismo, como fato econômico e social que é, precisa estar dentro de um ministério ou secretaria da área econômica. “Fui ministro do Esporte e Turismo e vi na prática como o Esporte era muito mais forte”, disse ele. Perguntado por Marcos Arbaitman, fundador da Maringá Turismo e presidente do Lide Turismo, o que faria se assumisse as secretarias de Turismo do Estado e município de São Paulo, Carvalho, que já comandou a SP Turis, disse que recomendaria o fechamento das duas, para que o Turismo se aliasse ao CVB de São Paulo e estivesse atrelado a uma pasta econômica no governo estadual ou na prefeitura.

“O Turismo não pode depender do ministro ser amigo do presidente ou do secretário ser amigo do governador. Não pode depender tanto do governo e que bom que o empresariado brasileiro do Turismo evoluiu nos últimos 25 anos.”

Caio Luiz de Carvalho

Mas não o Turismo receptivo internacional. Segundo Caio Luiz de Carvalho, hoje diretor da Band, passados 25 anos e muito dinheiro gasto, continuamos com seis milhões de turistas estrangeiros. Isso porque, segundo ele, o Brasil não prioriza nossos vizinhos (e 70% dos viajantes internacionais, de acordo com o ex-ministro, fazem viagens de no máximo seis horas) e não investe nos pilares de desenvolvimento, como o fortalecimento das empresas aéreas.

“Perdemos as oportunidades na Copa e na Olimpíada. Não temos transporte aéreo regional. Não vemos a aviação como estratégica. Perdemos Vasp, Varig e Transbrasil e vejo hoje nos jornais os problemas da Gol e da Azul. Dependemos de deslocamentos aéreos. Não podemos perder nossas empresas aéreas”, analisa.

Caio elogiou a escolha de Marcelo Freixo para a Embratur, mas criticou a falta de orçamento para a entidade. “Ele preside uma entidade sem orçamento, que vai depender muito da regulamentação das bets”, disse.

O ex-ministro do governo FHC, que também esteve no governo Itamar Franco, elencou como os pilares para o sucesso do Turismo:

  • Infraestrutura
  • Capacitação e qualificação
  • Legislação
  • Marketing e promoção.

“O empresariado do Turismo fez as coisas sozinhos no Brasil. Se dependesse do MTur, que teve 18 ministros nos últimos anos, não ia dar certo. Estaríamos esperando Godot, como no teatro”, finalizou ele, concordando com Tomás Perez de que o Brasil precisa investir no turista qualificado, olhar para a logística de transporte e qualificar e capacitar a mão de obra para atender os visitantes.



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