Laura Enchioglo   |   26/06/2024 17:22
Atualizada em 26/06/2024 17:23

Como vender o Brasil para brasileiros? Sebrae responde

Pesquisa com operadoras aponta Turismo de experiência como nova tendência


Unsplash/Elizeu Dias
Qualificar o serviço está entre os pilares para vender Brasil melhor
Qualificar o serviço está entre os pilares para vender Brasil melhor

Como vender o Brasil para brasileiros? Uma pesquisa realizada pelo Sebrae com operadoras de Turismo revela que é preciso apostar em experiências únicas e personalizadas, qualificar os serviços, oferecer facilidades tecnológicas como a automação e a digitalização, sem perder a autenticidade.

A pesquisa conclui que o Turismo de experiência, apesar de ter crescido no Brasil nos últimos anos, ainda não tem todo o seu potencial explorado. A falta de investimentos em estrutura faz com que muitos destinos ainda sejam pouco conhecidos e há atrações que – pela falta de informação – possuem maior número de visitantes estrangeiros do que de turistas brasileiros, conforma aponta o Sebrae.

Para mudar esse cenário e atrair mais brasileiros, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas reuniu alguns especialistas no assunto para destrinchar o tema. Confira insights abaixo:

Qualidade, organização e segurança são palavras chaves

Germana Magalhães, analista de competitividade do Sebrae Nacional, comenta que para tornar uma experiência turística atrativa e viável comercialmente é fundamental que as empresas do setor ofereçam qualidade, no sentido amplo da palavra, além de organização e segurança, bem como preço condizente com a entrega.

“No atual cenário, experiências únicas, genuínas e relevantes ganham destaque. As pessoas valorizam as experiências ao ar livre e a troca com a comunidade local. Mas é preciso ter cuidado com os detalhes e mesmo nos cenários mais rústicos é preciso infraestrutura e conforto”, explica.

“O viajante atual busca pela customização de seus roteiros e já não gosta de enfrentar multidões, apesar de não deixar de visitar grandes monumentos. Mas é preciso valorizar as diferentes possibilidades de venda para que as experiências também possam ser mais exclusivas e fornecer a possibilidade de customização, como já é feito em muitos atrativos e experiências fora do Brasil”

Germana Magalhães, analista de competitividade do Sebrae Nacional


Interação com a natureza e realidade do local

A gestora do Polo Sebrae de Turismo de Experiência, Renata Vescovi, reforça que a busca por experiências que despertem sentidos, emoções e promovam a interação com a natureza e a realidade do local visitado, pautam o Turismo contemporâneo. “Viajar vem se tornando uma busca por vivências, por momentos especiais que vão além das visitas aos pontos turísticos”.

Experiência comunitária

Grande parte dos turistas hoje, indica a pesquisa do Sebrae, quer experimentar um destino da mesma forma que um morador local faria. Eles estão procurando situações, lugares e atividades genuínas e se afastando das atrações lotadas e voltadas especialmente para os turistas “convencionais”. Com a busca pela autenticidade, há uma alta adesão de experiências que tenham alguma participação social junto à comunidade, nas quais o viajante atua também como protagonista, seja com a colheita de frutos, a lida com animais ou imerso em comunidades indígenas.

Informações precisam ser claras e completas

A pesquisa do Sebrae aponta que as informações precisam ser claras e completas. As pessoas buscam saber como as experiências funcionam e o que é necessário para realizar a atividade. Nesse sentido, fatores como deslocamento são irrelevantes, desde que sejam realizados com cuidado, segurança e conforto.

Entender o segmento e o que se vende como experiência também foi um desafio apontado na pesquisa com os operadores do Turismo. A mesma experiência pode atingir diferentes públicos, mas a entrega pode ser diferente e valorizada. O estudo mostra que é necessário explorar mais essa especialização no mercado, principalmente quando se trata do segmento de luxo.

Regular a atuação dos operadores do Turismo de experiência e restringir a atividade de profissionais que não estão qualificados e podem, por vezes, colocar em risco a segurança dos turistas e a confiabilidade de determinados destinos turísticos também é outra preocupação destacada no levantamento do Sebrae. “Por falta de conhecimento por parte do turista, muitas pessoas acabam se arriscando e comprando as atividades junto a profissionais que não garantem a mesma qualidade e segurança do trade profissionalizado”, diz a pesquisa.

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