MGM Operadora é indiciada por crime de apropriação indébita
Acusação de 30 agências de viagens avança e delegacia do Paraná acusa família Levandowski
A MGM Operadora, de Curitiba, é indiciada por apropriação indébita majorada pela Delegacia de Crimes Contra a Economia e Proteção ao Consumidor do Paraná. Os irmãos Arnaldo Levandowski e Ivan Levandowski, a mãe deles, Ornelia Levandowski, além do CNPJ Harmonia Operadora Turística Ltda (MGM) são apontados pelo artigo 168 do código penal.
O Portal PANROTAS teve acesso ao referido inquérito da Delcon paranaense. Entre pessoas físicas e jurídicas, 30 agentes/agências de viagens se declaram vítimas da empresa, em prejuízos que vão de mais de R$ 6 mil a mais de R$ 325 mil e que, se somados, ultrapassam R$ 1,7 milhão. Os acusadores apontam que remessas enviadas para arcar com fornecedores como hotéis e resorts não foram repassadas.
"O indiciamento quer dizer que, na visão da delegacia, existe grande probabilidade de os acusados terem cometido crime. Até então, eles eram apenas suspeitos", afirma o advogado de acusação, Pedro Ribas.
Uma das supostas vítimas (agente de viagens) que pediu para não ser identificada, acredita que a acusação já é uma vitória muito grande para o Turismo e que o caso "serve para mostrar às empresas da indústria que esse tipo de golpe não será mais tolerado como antigamente, e que os empresários responsáveis terão de pagar por isso".
Um ex-funcionário da MGM Operadora engrossou o coro. No inquérito, ele acusa a empresa dos Levandowski de má-fé com quem à época era funcionário, e agências, pelo fato de no começo da pandemia ter demitido todos os colaboradores e ter pago um baixo valor de rescisão. O ex-funcionário alega que a empresa recebeu dinheiro de várias agências e não repassou para hotéis e passagens e que apesar de constar como sócia a pessoa de Ornélia os donos da empresa são Arnaldo e Ivan.
"A única empresa cujos prejuízos foram completamente ressarcidos é conhecida como MARTA RIO situada no Estado do Rio de Janeiro", aponta o inquérito.
(Atualização: cerca de 24 horas depois da publicação desta notícia, a agência Mar-tha Rio protestou com a reportagem do Portal PANROTAS e apontou que este fato é inverídico e que a MGM tem, sim, débitos pendentes com a agência de viagens carioca)
MAIS SOBRE O CASO MGM OPERADORA
Em meio à pandemia, a MGM Operadora interrompeu sua atuação devido à aguda crise pela qual o Turismo passava naquele momento. Para chegar à denúncia, as agências de viagens supostamente lesadas levantaram as suspeitas de que os irmãos Levandowski estivessem ocultando bens e imóveis em nomes de laranjas, inclusive familiares, para não terem de honrar os rombos deixados aos ex-parceiros comerciais.
Segundo levantamento feito por eles, nem Arnaldo e nem Ivan contam com bens registrados em seus nomes, o que seria algo improvável dados os anos de atuação da MGM no mercado. A operadora está no nome de Ornélia Levandowski, mãe de Arnaldo e Ivan, que também tem seu nome listado no indiciamento da Delcon.
O caso agora está em posse do Ministério Público.
O Portal PANROTAS entrou em contato com Ivan Levandowski e até o fechamento desta notícia não obteve retorno.