Bird strike impactou mais de 30 mil passageiros da Latam em 2024, diz CEO
No total, aeronaves envolvidas ficaram mais de 750 horas paradas para manutenção ao longo do ano passado
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O CEO da Latam Brasil, Jerome Cadier, voltou às redes sociais nesta sexta-feira (21) para comentar os casos de bird strike no Brasil. O executivo lembra que a colisão com aves durante o voo não é rara. Em 2024, foram 562 eventos (1,5 por dia) apenas com aeronaves da Latam, mas todas com pousos sempre seguros.
"Em todos os casos, analisamos a gravidade e os reparos necessários. No total, as aeronaves envolvidas ficaram mais de 750 horas paradas e impactamos mais de 30 mil passageiros com cancelamentos e atrasos. O meu desabafo é porque muitos destes eventos são evitáveis. Os aeroportos e os municípios são responsáveis pelo manejo da fauna. É um trabalho importante e que protege os pássaros e as aeronaves. Sem investimento consistente e relevante, o custo total é muito maior"
Jerome Cadier, CEO da Latam Brasil
Quem paga este custo? Jerome Cadier afirma: os passageiros! Segundo ele, os reparos nas aeronaves têm um custo que é incorporado no preço da passagem. O mesmo ocorre para o custo da aeronave parada (leasing), o tempo perdido pela tripulação e a alimentação/acomodação definida na resolução 400, não só para os passageiros do voo em questão mas para todos os voos seguintes que esta aeronave iria executar.
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"É um impacto enorme, que poderia ser muito reduzido com um manejo adequado da fauna. E sobre ações na justiça? Meu ponto é que a companhia aérea não é responsável pelo manejo de fauna, assim como não é responsável pelo mau clima que impossibilita uma decolagem ou pouso em segurança. Por isto, não deveria ser responsabilizada, muito menos ser condenada a pagar danos morais pelo atraso ou cancelamento decorrente. Mas novamente aí vale a mesma coisa: este custo, quem acaba pagando é o passageiro"
Jerome Cadier, CEO da Latam Brasil
Jerome desabafou porque o Brasil concentra mais de 98% das ações na justiça no mundo e somente 3% dos voos. "Tem algo errado nisto. Muitos vão dizer que é porque as companhias brasileiras são ruins. Lamento discordar e tenho dados para provar isto (não opiniões, fatos)", declarou.