Pedro Menezes   |   16/01/2025 12:02
Atualizada em 16/01/2025 15:17

Fusão de Azul e Gol seria histórica e criaria uma gigante brasileira; veja sinergias

Análise do BTG Pactual revela que receita combinada de ambas as empresas totaliza cerca de US$ 8 bilhões


PANROTAS / Artur Luiz Andrade
BTG afirma que acordo será histórico para a indústria aérea brasileira, unindo duas empresas que antes eram consideradas infundíveis
BTG afirma que acordo será histórico para a indústria aérea brasileira, unindo duas empresas que antes eram consideradas infundíveis

Azul e Gol deram o primeiro passo em direção à fusão, nessa quarta-feira (16), com a assinatura do Memorando de Entendimento (MoU) não vinculante com a intenção de combinar seus negócios no Brasil. Isso mostra o interesse mútuo das empresas em explorar oportunidades de consolidação estratégica na aviação brasileira.

Sob a estrutura proposta, a Azul e a Gol manteriam operações separadas como parte de uma única entidade listada. Além disso, o acordo ainda depende da conclusão bem-sucedida da reestruturação em andamento do Chapter 11 da Gol, esperada para abril, bem como das devidas aprovações regulatórias.

O relatório divulgado pelo BTG Pactual, nesta quinta-feira (16), revela que este seria um acordo histórico para a indústria aérea brasileira, unindo duas empresas que antes eram consideradas infundíveis.

"Claro, acreditamos que muitos ventos contrários recentes do setor (aumento da alavancagem e pressões cambiais) foram uma grande força por trás da disposição de fusão. Embora muitas perguntas ainda não tenham sido respondidas, esperamos que o mercado receba bem o anúncio. A fusão representa um movimento estratégico para consolidar dois grandes players no mercado de aviação do Brasil (um acordo sem paralelo na indústria aérea brasileira), criando uma plataforma líder com serviços de rede aprimorados tanto nacional quanto internacionalmente"

Análise do BTG Pactual

Segundo o BTG, ao alavancar a frota flexível e a rede regional da Azul e a ampla presença doméstica da Gol, a fusão visa impulsionar sinergias operacionais e aprimorar as ofertas aos clientes. "Isso também criaria oportunidades para crescimento internacional acelerado, posicionando a nova empresa como uma concorrente mais forte no Brasil e na América Latina", informa o comunicado oficial.

"O principal ponto sinalizado pela gerência do BTG é que a receita combinada de ambas as empresas totaliza algo próximo a US$ 8 bilhões. Em relação a outras fusões na indústria aérea, como Azul e Trip e United e Continental, as sinergias variaram entre ~3% a mais de 7% das receitas combinadas, com uma mediana de 6,3%. Usando este último como ponto de partida, calculamos cerca de US$ 500 milhões em sinergias totais"

BTG Pactual, em comunicado

Principais sinergias do acordo

  • Expansão da rede e otimização da frota: A NewCo (nova holding criada pela fusão) teria cerca de 200 destinos. Dito isso, as rotas RJ-SP podem ser otimizadas. Por exemplo, eles planejam ter mais aeronaves Embraer no solo em SDU e CGH quando a demanda de voos for baixa. Por outro lado, eles poderiam realocar esses Boeing 737s e A320s para rotas de longo alcance, com maiores volumes de passageiros em todo o país. E nesse caso, poderíamos ver uma economia de 40% por voo apenas por meio de realocações de aeronaves.
  • Benefício fiscal do ICMS: Como a rede da GOL cobre 55 cidades e a Azul tem 160 destinos, esta última pode capturar mais amplamente os créditos fiscais do ICMS ao comprar combustível, gerando assim um benefício fiscal.
  • Adição de novas rotas: a gerência também sinalizou que, com a rede maior e mais otimizada, a NewCo poderia adicionar mais rotas internacionais para os EUA e Europa partindo do Centro-Oeste e Nordeste. No total, a NewCo seria vista como um balcão único que oferece alto valor e ótimos preços aos olhos de empresas e consumidores.

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