Rodrigo Vieira   |   06/02/2025 15:22
Atualizada em 07/02/2025 09:49

VouPra pede conciliação na Justiça: veja cifras e pontos críticos do processo

Cerca de R$ 72 milhões é o montante de impasse entre agência brasileira e HotelBeds

PANROTAS teve acesso a processo da VouPra no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo

A VouPra busca na Justiça uma tentativa de conciliação e mediação para resolver sua situação com clientes que estão sem ingressos para parques de Orlando, nos Estados Unidos. A medida seria prévia a um pedido de recuperação judicial, por meio da lei de falências. A Justiça do Estado de São Paulo, até o presente momento, negou o pedido da empresa brasileira.

O caso VouPra

A agência de viagens vive crise com consumidores que pagaram por ingressos aos parques dos complexos Disney, Universal e SeaWorld, e ficaram sem os tíquetes de entrada. Centenas de protestos de clientes foram publicados ao longo desta semana no Reclame Aqui e a VouPra alegou que foi pega de surpresa no imbróglio, jogando a culpa a outros fornecedores envolvidos, sobretudo à HotelBeds, uma operadora do gigante europeu HBX Group.

Alguns pontos críticos do processo da VouPra

O Portal PANROTAS teve acesso a parte deste processo da VouPra na Justiça do Estado de São Paulo, datado de 1º de fevereiro de 2025, e menciona a seguir alguns dos pontos mais críticos:

  • A VouPra pede à Justiça que a HotelBeds seja impedida de cancelar, invalidar ou tornar sem efeito os 16 mil ingressos de parques temáticos já vendidos pela VouPra a milhares de famílias que estão em solo norte-americano (ou prestes a viajar para os Estados Unidos);
  • Duas mil pessoas sem ingresso: é a quantidade de clientes mencionada pela VouPra de pessoas que ficariam sem os tíquetes entre 1º e 2 de fevereiro, caso a situação não se resolvesse. Dois mil brasileiros que já estavam em Orlando no último fim de semana e tiveram problemas para entrar em Disney, Universal e SeaWorld;
  • Mais de R$ 12 milhões: é o montante mencionado pela VouPra, em 1º de fevereiro, de créditos já vencidos junto à HotelBeds, isto é, ingressos já vencidos que não foram pagos. A VouPra pede à Justiça a suspensão da exigibilidade desses créditos por 60 dias;
  • Quase R$ 60 milhões: essa é a cifra de ingressos a vencer da VouPra junto à HotelBeds, isto é, de ingressos para depois de 1º de fevereiro. A VouPra também pede à Justiça a suspensão da exigibilidade desses créditos por 60 dias;
  • Iterpec também intermediou: a VouPra também pediu a suspensão da exigibilidade de determinados créditos da Iterpec, mas em um valor menor: quase R$ 559 mil;
  • Dívida com o Google: a VouPra também menciona créditos que vêm sendo cobrado pela Google Brasil, que superam R$ 20 mil;
  • Ingressos respondem por 90% do faturamento da VouPra: tíquetes para Disney, Universal e SeaWorld respondem pela maior parte da receita da agência brasileira nos últimos três anos;
  • HotelBeds é a maior parceira comercial da VouPra: Segundo a empresa brasileira, a operação desenvolvida em parceria entre HotelBeds e VouPra é uma das maiores do mundo no segmento de venda de ingressos para os referidos parques e atrações;
  • Pedido negado: a Justiça, por ora, indeferiu a concessão da medida liminar pleiteada pela VouPra. A agência chegou a mencionar no processo que, se isso acontecesse, seu fluxo de caixa seria insustentável, situação que poderia realmente aniquilar a sua capacidade de manter sua operação.

A PANROTAS está em contato direto com a VouPra e, caso a empresa se manifeste outra vez, atualizaremos esta notícia. A empresa enviou dois comunicados a respeito deste tema: em um se diz surpreendida pelo cancelamento de fornecedores, e em outro, dizendo que segue em plena operação e atendimento aos clientes.

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