Filip Calixto   |   29/07/2024 09:01

Turismo aquece mercado de luxo, que fatura 1,5 trilhão de euros em 2023

Números são do Relatório Global de Luxo da Bain & Company, elaborado em parceria com a Altagamma

Divulgação
O Relatório Global de Luxo foi organizado pela parceria entre Bain & Company e Altagamma
O Relatório Global de Luxo foi organizado pela parceria entre Bain & Company e Altagamma

Em 2023, o chamado mercado global de luxo, amparado pela indústria do Turismo e viagens de alto padrão, ultrapassou a marca de 1,5 trilhão de euros em faturamento, mesmo em meio a desafios econômicos e geopolíticos.

Segundo informa o Relatório Global de Luxo da Bain & Company, elaborado em parceria com a Altagamma, o setor manteve-se estável graças à retomada do Turismo e à busca por experiências exclusivas. Contudo, para 2024, o relatório prevê uma leve desaceleração.

De acordo com o estudo, a demanda por experiências de luxo, como gastronomia requintada e cruzeiros intimistas, tem crescido, impulsionada pela recuperação das viagens internacionais. O mercado também registrou um aumento em jatos particulares e iates, enquanto segmentos como leilões de arte e itens pessoais de luxo enfrentaram retração.

"Para manter sua relevância e resiliência, as marcas de luxo devem repensar sua proposta de valor, priorizando a confiança e a conexão com os consumidores", afirma o sócio da Bain e líder da prática de Varejo na América do Sul, Gabriele Zucarelli. Ele destaca a importância de uma ligação mais pessoal entre marcas e clientes para superar a instabilidade.

"O posicionamento das companhias quanto a seus propósitos e a atenção dispensada aos consumidores serão os diferenciais para destacar as empresas de sucesso em um cenário cada vez mais competitivo"

Gabriele Zucarelli, sócio da Bain

Alta para Europa e Japão; desafios para China e EUA

Pixabay/Sofia Terzoni
Cidades japonesas registraram níveis de Turismo superiores aos pré-pandemia
Cidades japonesas registraram níveis de Turismo superiores aos pré-pandemia

O relatório aponta que Europa e Japão mostraram maior resiliência, impulsionados pelos fluxos turísticos no primeiro trimestre de 2024. Cidades japonesas registraram níveis de Turismo superiores aos pré-pandemia, beneficiadas por taxas de câmbio favoráveis.

Por outro lado, segundo avaliam os pesquisadores, o mercado chinês enfrenta pressões devido ao renascimento do Turismo emissor e incertezas econômicas, resultando em um comportamento de "vergonha do luxo" entre os consumidores da classe média, semelhante ao observado nos EUA durante a crise de 2008-09. Nos Estados Unidos, apesar de sinais de melhoria econômica, as pressões macroeconômicas ainda afetam o mercado.

Gerações e novas oportunidades

O levantamento ainda argumenta que, enquanto gerações mais jovens adiam gastos em bens de luxo devido ao desemprego e perspectivas econômicas enfraquecidas, a geração X e os Baby Boomers continuam a consumir, alimentando o crescimento do número de consumidores de alto padrão.

Muitas marcas de luxo adotam uma abordagem focada em clientes principais e eventos de grande escala, ao mesmo tempo em que exploram novos territórios, como o esporte. Com os Jogos Olímpicos de 2024 em Paris, as marcas enxergam oportunidades para alcançar novos públicos.

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