CEO da Accor aceita que não lidera na China e EUA, mas quer o resto do mundo - e a Índia
Gastronomia, lifestyle e diversidade de produtos são estratégias para o crescimento da Accor
CANNES – O CEO da Accor, Sébastien Bazin, brilhou duplamente no primeiro dia de visita aos estandes da ILTM Cannes, na França: a Accor simplesmente tem a melhor presença em todo o evento, com um pavilhão só seu, na beira do mar, ao lado do Palácio de Festivais, reunindo todas as suas marcas de Luxo e Lifestyle (das marcas Ennismore ao Fairmont e Raffles); e ele deu uma aula de hotelaria e tendências do setor na coletiva de imprensa do grupo para os jornalistas internacionais presentes, entre elas os editores da PANROTAS, Rodrigo Vieira e Artur Luiz Andrade.
“Falei de improviso”, confidenciou Bazin depois, já relaxado, em seu pavilhão, onde também marcaram presença seus principais diretores globais, como Kamal Rhazali e Pascal Visintainer, além de diretores gerais e regionais de todo o mundo, como os brasileiros Netto Moreira e Patrícia Costa, do Fairmont Rio de Janeiro e MGallery Santa Tereza, o mexicano Mauricio Fernandes, diretor regional Lifestyle e Luxo, e a gerente regional Danielle Andreazzi.
Bazin lembrou que as viagens estão em alta e continuarão assim em todo o mundo, devido às questões demográficas e à classe média emergente. Os viajantes dessa classe começaram com destinos domésticos e na sequência se aventurarão pelo mundo.
Por isso, diversificar é importante e por isso, explicou ele, a Accor dividiu sua estrutura mundial entre PME (Premium, Midscale e Econômicos) e Luxury & Lifestyle. Bazin contou como a Accor investiu em novas marcas, como a Ennismore e Orient Express, como a gastronomia é fator fundamental para atrair e integrar as comunidades aos hotéis pelo mundo e qual será a próxima fronteira: a Índia. “E temos de começar agora, amanhã. É onde estão as maiores oportunidades atualmente, devido às questões demográficas e à classe média emergente.”
Segundo ele, os americanos dominam a hotelaria dos Estados Unidos. Os chineses a da China. E a Accor o resto do mundo. E a diversificação do portfólio, que inclui até um iate de luxo e parcerias diversas (que, como vimos, viraram aquisições), é fundamental. “O que é lifestyle? Não é design. 50% da receita da Ennismore vem de Alimentos & bebidas. E isso está aumentando. Temos especialistas em cada divisão para ter os produtos que essa classe média vai querer, primeiro no doméstico, depois no internacional.”
Tecnologia
Sébastien Bazin também abordou os desafios da tecnologia com a chegada intimidadora da Inteligência Artificial. “Resistimos aos metabuscadores, às OTAs, ao Airbnb... Não tenho a reposta sobre IA, mas sei que o controle da busca pelas viagens será controlada por chatbots... Teos de tomar várias decisões: somos atores ou espectadores? Temos o time certo para fazer o que queremos? Temos dinheiro? Temos expertise? Temos tecnologia ou precisamos montar sobre um cavalo diferente? Quem serão nossos parceiros? Americanos? Europeus? Chineses? Indianos? São muitas as perguntas que incluem ainda as questões geracionais (como atrair os jovens), as demandas do viajante de luxo...”, finalizou ele, que ainda respondeu a perguntas dos jornalistas sobre seu iate, que, por ora, terá um misto de saídas regulares e fretamentos. Qual será o futuro do produto? Um decisão terá de ser tomada.
VEJA FOTOS DO PAVILHÃO DA ACCOR NA ILTM CANNES