Karina Cedeño   |   01/08/2016 08:29

Brasil tem 2º população mais estressada do mundo

Chamar o Brasil de “País do estresse” já não é mais exagero, frente aos resultados de um estudo realizado pelo International Stress Management Association (Isma-BR) em 2012, que considera o País o segundo com maior nível de estresse no mundo. No



Extensas jornadas de trabalho são uma das principais causas do estresse

Chamar o Brasil de “país do estresse” já não é mais exagero, frente aos resultados de um estudo realizado pelo International Stress Management Association (Isma-BR) em 2012, que considerou o País o segundo com maior nível de estresse no mundo.

No mesmo ano em que esta pesquisa foi realizada, dados do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) revelaram que os gastos com auxílio-doença concedidos por transtornos mentais no Brasil ultrapassaram R$ 218 milhões, tendo como principal causa o estresse no trabalho. Frente a estes fatores, não há dúvida: jornadas de trabalho extensas, pressão por bons resultados, alta competitividade e falta de reconhecimento podem gerar um estado de estresse constante nos trabalhadores, que com o passar do tempo começam a apresentar baixa produtividade e a sofrer de danos físicos e mentais, sintomas também conhecidos como Síndrome de Burnout.

Nestes casos, o melhor a fazer é procurar ajuda, de acordo com a headhunter e executive coach Luciana Tegon, também sócia diretora da Tegon Consultoria. “Procure ajuda se não estiver conseguindo lidar sozinho com as situações. O coaching é uma ótima opção para fortalecer os pensamentos, entender opções e adotar comportamentos que ajudam a atravessar cenários turbulentos de forma positiva e construtiva”, afirma a especialista, lembrando que há pessoas que sofrem com o estresse por outros motivos, como a falta de identificação com o trabalho que realizam, problemas de relacionamento com equipes e gestores, ou ainda submissão a uma cultura ou valores da empresa que não representam os seus.

Considerando-se que o tipo de estresse varia conforme o cargo exercido pelo profissional, e que surge em diferentes níveis para funcionários e empresários, confira as dicas de Luciana para lidar com cada um dos casos.:

Para o funcionário:

  1. Crie estratégias para enfrentar as situações de pressão. Quem se prepara para situações que podem surgir reagem de forma menos precipitada e emocional. Estude sua área, a situação da empresa, observe os fatos e pense estrategicamente qual deve ser seu comportamento para agregar valor à empresa e colaborar para que todos vençam as dificuldades. Este tipo de postura demonstra inteligência emocional e será percebido positivamente por seus gestores, elevando a possibilidade de manter-se na empresa e até de ser considerado para posições maiores.
  2. Organize seu tempo de acordo com as prioridades. Em tempos de equipes enxutas, sobram atividades e falta tempo. Dizer não às vezes não é a melhor estratégia. Sugiro negociar com seu chefe as tarefas e entregas. Aqueles que reagem a tudo de forma negativa começam a perder espaço dentro das corporações. A palavra de ordem é resiliência.
  3. Saiba avaliar o tamanho de cada problema. Não reaja a tudo da mesma forma. Pequenos problemas não devem ser recebidos e nem tratados com a mesma gravidade de grandes dificuldades.
  4. Mantenha o pensamento positivo. Por mais difícil que seja, evite contaminar-se com o baixo astral dos corredores corporativos, assuma a postura de que na vida tudo é um ciclo e que este ciclo desafiador também vai passar. Isto contribui para sua qualidade de vida e para estimular as outras pessoas a fazerem o mesmo, melhorando o ambiente de trabalho como um todo.
  5. Mantenha uma rotina de alimentação, atividade física e sono adequados. O sistema nervoso será bastante exigido. Um corpo forte e equilibrado responderá melhor ao estresse, estando menos vulnerável a doenças comuns aos períodos de pressão nas empresas, como depressão, problemas respiratórios,enxaquecas, gastrites, taquicardia, pressão alta e baixa imunidade.

Para o empresário:

  1. Atenção à forma de comunicar-se com os funcionários. Pequenos ruídos de comunicação podem gerar grandes males. Transparência é fundamental, porém, o adequado uso de palavras no momento certo pode transformar uma mensagem difícil em um chamado para que todos se dediquem e superem juntos o cenário desafiador. O poder do engajamento dos colaboradores é determinante para as empresas vencerem crises.
  2. Mantenha a estrutura e o ambiente de trabalho saudáveis. Muitas vezes, com o objetivo de reduzir custos, pequenos benefícios são tirados dos funcionários, gerando mal estar e temor. Avalie o custo-benefício e principalmente o impacto que a medida vai gerar financeiramente para a empresa, comparando-o com o impacto moral no time.
  3. Mantenha as lideranças alinhadas e afinadas no discurso e na postura. Maus gestores são destruidores de equipes.
  4. Esteja atento a focos de “incêndio” nas áreas. Identifique, corrija ou demita colaboradores que adotam postura inadequada, semeando discórdia e caos. O momento é de coalizão e esforço conjunto.
  5. Comemore sempre. Pequenas vitórias devem ser sempre comemoradas e valorizadas. São pequenas lampejos de alegria e esperança que vão alimentando e motivando a equipe a fazer mais e melhor a cada dia.

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