Reforma tributária: CEO da Latam prevê passagens até 20% mais caras
Segundo Jerome Cadier, aviação comercial pode ter que lidar com IVA de 27,5%, o que fará o setor encolher
As companhias aéreas que operam voos comerciais no Brasil estão, até este momento, fora do rol de alíquotas diferenciadas na Reforma Tributária, que já foi aprovada pela Câmara dos Deputados e que segue em debate no Senado Federal. Se continuar assim, quem pagará a conta será o passageiro.
É o que disse Jerome Cadier, CEO da Latam Brasil, em coletiva de imprensa realizada nessa quarta-feira (7), após a divulgação dos resultados do segundo trimestre. Segundo o executivo, a proposta que hoje está sendo debatida no Congresso Nacional, aumentando a carga tributária da aviação, terá consequências diretas no setor.
"Quem pagará o imposto é o passageiro e, parte deste valor, a gente repassará para o governo. Em outras palavras, a decisão acarretará no aumento de preço das passagens aéreas de forma relevante no mercado brasileiro e fará com que a demanda seja impactada. Como está hoje, prevemos um aumento de 15% a 20% no preço médio da passagem aérea"
Jerome Cadier, CEO da Latam Brasil
IVA de 27,5% poderá fazer o setor encolher no Brasil
Os setores de Turismo que estão incluídos nas alíquotas diferenciadas são: agências de viagens; aviação regional; bares e restaurantes; hotéis; parques temáticos e atrações, entre outros setores. A aviação comercial, por sua vez, precisa se preocupar com um possível IVA de 27,5% (ainda sob debate).
"A gente ainda desvia muito do que é praticado em todas as nações da OCDE. Estamos vendo um texto que faz com que a operação aérea tenha um IVA de 27,5% (ainda em debate), algo que teremos que repassar para o preço das tarifas, o que reduzirá a capacidade das empresas crescerem, o acesso ao transporte aéreo e o volume de brasileiros viajando ao exterior, por conta de passagens mais caras"
Jerome Cadier, CEO da Latam Brasil
Neste modelo atual da reforma tributária, o Brasil passaria a taxar também as viagens internacionais, o que, segundo o CEO, seria crucial para reduzir a chegada de turistas estrangeiros.