Foco em NDC, investimento em IA e plataforma multisourcing: veja planos do Sabre
Diretora regional de Vendas de Agências para a América Latina do Sabre, Elisa Carneiro, contou estratégia

O Sabre realizou hoje (19), em São Paulo, um evento para seus principais parceiros com o intuito de divulgar os planos da empresa para os próximos anos. Na ocasião, a diretora regional de Vendas de Agências para a América Latina do Sabre, Elisa Carneiro, destacou a estratégia da empresa para o futuro.
“O objetivo do Sabre é passar de um modelo transacional para um modelo moderno de distribuição. Isso significa distribuir de forma inteligente, podendo combinar produtos, chegar à personalização e fazer com que tanto o usuário final quanto a agência de viagens tenham a capacidade de fazer a venda do seu produto ou posicioná-lo para o seu público da melhor maneira possível”, comenta Elisa.
Segundo ela, o Sabre quer ofertar conteúdos provenientes de qualquer lugar. “Para este pilar, especificamente, o nosso maior motor é a plataforma multisourcing. E o que significa isso? Significa que o Sabre, em sua transformação tecnológica, fez um grande investimento em abrir a plataforma para que nós tenhamos não somente acesso ao conteúdo que chamamos de tradicional, o Edifact, mas também de qualquer outro conteúdo. Pode ser NDC, pode ser XML, conteúdo proveniente uma companhia aérea ou low cost", comenta a executiva.

“E já demos um grande passo nesse caminho. Temos uma estabilidade financeira bastante sólida e, na pandemia, fizemos empréstimos para investir em produtos e na transformação tecnológica. Essa dívida existe, não é segredo, somos uma empresa pública. Já fizemos um refinanciamento, temos uma posição de entrega bastante sólida e obtemos resultados positivos nos últimos trimestres”, destaca Elisa Carneiro.
"Temos uma parceria com o Google para fazer toda a transição das nossas plataformas de legado para a nuvem. Então, hoje nós já temos todos os servidores virtualizados. Fizemos um grande trabalho de escalabilidade e aumento de segurança, obviamente, porque uma vez que os dados estão na nuvem eles exigem um tratamento de segurança diferenciado”.
Investimento em inteligência artificial
O Sabre vem investindo cada vez mais em inteligência artificial, principalmente por meio de suas ferramentas. "Um dos pilares da empresa é o comércio inteligente. E ele começa por meio da distribuição feita pelo fornecedor, que são as companhias aéreas e os hotéis, no nosso caso. Nós já temos produtos como o Sabre MosAIc, que é baseado em IA e vai permitir que as companhias aéreas possam fazer a distribuição do seu conteúdo, criando pacotes que podem ser personalizados de acordo com o passageiro ou com a agência de viagens que está construindo esse produto. Isso é a longo prazo, não é algo que acontece de um dia para o outro, mas o produto já existe e já está sendo utilizado por algumas companhias aéreas", comenta Elisa.
NDC: uma grande prioridade para o Sabre
Para os próximos meses, o Sabre tem a previsão de mais seis companhias aéreas ingressando no sistema para trabalhar com conteúdo NDC.
"Ainda estamos parados na primeira parte daquilo que todo o projeto NDC significa. Hoje, quando falamos de NDC, estamos falando de oferta. O nosso foco é fazer com que as ofertas que chegam aos clientes possam ser consumidas e o próximo passo disso é saber como transformar isso em um pedido. Então, o que nós conhecemos como PNR (Passenger Name Record) em algum momento vai morrer, passando a ser um repositório multisourcing com capacidade para receber conteúdos diferentes e de uma maneira inteligente, para que o usuário final tenha um resultado positivo. Isso é um trabalho muito grande. O prazo da Iata é que as companhias aéreas cheguem a isso em 2030. Nos próximos anos, esse vai ser um trabalho enorme e a gente acredita que a IA tem um grande papel aí, para que possamos fazer tanto a diferenciação quanto a calibragem do conteúdo que oferecemos", comenta Elisa.

"O objetivo é a capacidade de ter os suppliers, os provedores se conectando diretamente conosco, sem que a gente tenha que fazer grandes intervenções", comenta a diretora regional de Vendas de Agências para a América Latina do Sabre.
De acordo com o responsável pela área de Consultoria de Produtos e Tecnologia do Sabre na América Latina, Claudio Cortes, é preciso levar em consideração as características de cada região para a distribuição de conteúdo via NDC.
"Esse é um grande desafio para as companhias aéreas, pois existem muitas necessidades diferentes na América Latina e algumas se aplicam a certos países e outras não. Um ponto importante para o Brasil, por exemplo, são os pagamentos parcelados e estamos tentando antecipar essa implementação", comenta Cortes.
Direct Pay e parceria com bancos

Outro assunto em destaque no evento foi o meio de pagamento Direct Pay, com foco na parceria com bancos. "O Sabre Direct Pay é uma solução de meios de pagamentos para ser utilizada com uma solução nativa já dentro do Sabre ou para fazer pagamentos de conteúdos que estejam fora dele também. Temos parceiros que são bancos ou fintechs, para os quais apresentamos para o nosso cliente, que são as agências", conta o gerente de Parcerias do Direct Pay, André Carvalho.
Por meio da solução, as agências assinam um contrato com o banco, têm uma linha de crédito liberada ou fazem uma solução pré-paga, e começam a utilizar os cartões de crédito virtuais (VCN). "E tem um relatório de conciliação, que a agência de viagens recebe, conciliando os dados transacionais com os dados internos que eles precisam, como centro de custo", destaca Carvalho.
"Nosso produto vai ter bancos, emissores, consolidado em uma única plataforma, que é a Sabre Direct Pay. Essa ferramenta já está ativa e traremos novos parceiros, que são bancos e fintechs, trazendo também, em breve, outros produtos financeiros para agregar valor às agências de viagens."