Pedro Menezes   |   04/10/2024 11:24

Maioria dos turistas brasileiros LGBTQ+ já sofreu discriminação, diz pesquisa

Pesquisa revelou que este público sempre espera alguma forma de comportamento discriminatório na viagem


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Para três em cada quatro (75%) viajantes brasileiros LGBTQ+, ter a possibilidade de serem autênticos durante a viagem é o segundo fator mais importante na hora de escolher um destino
Para três em cada quatro (75%) viajantes brasileiros LGBTQ+, ter a possibilidade de serem autênticos durante a viagem é o segundo fator mais importante na hora de escolher um destino

Uma pesquisa da Booking.com revelou que 58% dos turistas LGBTQ+ brasileiros já sofreram algum tipo de discriminação durante viagem. Os dados mostram que comunidade LGBTQ+ ainda enfrenta desafios na hora de conhecer o mundo, mas aposta em planejamento para ter uma experiência mais segura

A pesquisa investiga ainda as preferências e considerações que pessoas LGBTQ+ têm antes de viajar. Os achados, divulgados às vésperas do Dia de Sair do Armário (Coming Out Day), celebrado nos EUA em 11 de outubro, visam ajudar a indústria do turismo a compreender as melhores maneiras de atender e acolher esses viajantes.

Quase uma pessoa em cada três (27%) no Brasil já sofreu uma experiência negativa diretamente relacionada com a sua identidade durante um voo

A pesquisa revelou que este público sempre espera alguma forma de comportamento discriminatório tanto por parte de outros viajantes (46%) como dos habitantes nos destinos (49%). Paralelamente, quase metade (47%) concorda que ser LGBTQ+ os deixa mais inseguros e autoconscientes em viagens.

Mais insights da pesquisa

  • Para três em cada quatro (75%) viajantes brasileiros LGBTQ+, ter a possibilidade de serem autênticos durante a viagem é o segundo fator mais importante na hora de escolher um destino, perdendo apenas para encontrar uma acomodação que caiba no orçamento (82%).
  • Outras variáveis decisórias também estão ligadas a sua identidade: 70% avaliam o que consumiram nas notícias sobre experiências de viajantes da comunidade; 67% consideram a legislação local de um destino em relação aos direitos humanos, à igualdade de gênero e ao casamento de pessoas do mesmo sexo; e 64% avaliam se o destino aceita mais ou menos pessoas LGBTQ+ do que o seu país de origem.
  • Estas preocupações influenciaram claramente as percepções e a tomada de decisões dos viajantes LGBTQ+, com dois quintos (38%) dos participantes brasileiros da pesquisa tendo cancelado uma viagem em 2023 depois de perceberem que um destino não apoia os seus residentes LGBTQ+.
  • Por outro lado, mais de metade (56%) reservou nos últimos 12 meses uma viagem para um destino considerado a favor dos residentes que se identificam como LGBTQ+.
  • Tendo como escolher, 62% afirmam preferir visitar destinos onde o turismo LGBTQ+ já está bem estabelecido, em comparação com 51% que preferem considerar locais onde a sua presença possa contribuir para aumentar a conscientização e a aceitação social.
  • Já a cultura pop queer também desempenha um papel na tomada de decisões: 70% dos viajantes brasileiros LGBTQ+ dizem que são mais propensos a reservar experiências de viagem inspiradas nelas.
  • Quase uma pessoa em cada três (27%) no Brasil já sofreu uma experiência negativa diretamente relacionada com a sua identidade durante um voo e 39% expressaram apreensão com a ideia de se sentar ao lado de um estranho com medo da sua reação ou comportamento diante uma pessoa LGBTQ+
  • Dessa maneira, metade (52%) dos viajantes LGBTQ+ do País optam por reservar com antecedência um assento específico, minimizando assim a interação com outras pessoas por medo de discriminação.

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