Pedidos de recuperação judicial cresceram 70% em 2023
Foram registradas mais de 1.400 solicitações de janeiro a dezembro do ano passado, maior número desde 2020
As recuperações judiciais no Brasil tiveram alta de 68,7% em 2023, na comparação com o ano anterior, ultrapassando a marca de 1,4 mil pedidos. Este é o quarto índice mais alto registrado desde o início da série histórica, em 2005, e o maior valor desde 2020. Os dados são do Indicador de Falência e Recuperação Judicial da Serasa Experian.
"Em 2023, testemunhamos um surpreendente aumento no índice de recuperações judiciais no Brasil, ultrapassando o patamar de 1.400 pedidos, assim como os anos de 2017 (1.420) e 2018 (1.408). O ano passado foi marcado por um recorde de inadimplência das empresas, influenciando significativamente o panorama da recuperação judicial. Embora os sinais de melhoria tenham começado a surgir, como a queda da inflação e das taxas de juros, a reação no cenário de recuperação judicial mostra-se mais lenta”, comenta o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi.
O setor de serviços foi o responsável pela maior parte dos requerimentos de recuperação judicial em 2023, com 651 pedidos. Comércio apareceu em segundo lugar, com 379 solicitações. Veja, na tabela a seguir, o comparativo:
Pedidos de recuperação judicial em 2023
|
Já em relação aos portes, as micro e pequenas empresas (MPEs) foram as que mais demandaram por recuperação judicial, com 939 pedidos. Em seguida, estavam os médios negócios (331) e os grandes (135).
Solicitações de falências fecha o ano com alta de 13,5%
Os pedidos de falências também tiveram alta em 2023: foram 983 pedidos ante 866 registrados em 2022, um aumento de 13,5%. As micro e pequenas empresas puxaram a alta (546), seguidas pelas médias (231) e pelas grandes companhias (206). O setor que mais demandou pelos pedidos foi o de Serviços (373), seguido por Indústria (311), Comércio (292) e Primário (7).
Análise mensal
Em dezembro de 2023, foram registradas 102 requisições de recuperações judiciais, uma alta de 32,5% em relação ao mesmo mês de 2022. Na variação mensal, a indicação foi de queda de 41,7%.
Já no recorte dos pedidos de falências, o total foi de 48 no mês de referência, com variação anual de -7,7% e mensal de 23,1%.