Laura Enchioglo   |   14/11/2023 16:46

Turismo ganha força no 3º trimestre, mas ainda enfrenta desafios

Setor apresentou aumento de 1,5% nas receitas em setembro, após uma queda de 0,4%, aponta CNC


Skitterphoto / Pixabay
De acordo com a análise da CNC, o setor de Turismo apresentou aumento de 1,5% nas receitas em setembro, após uma queda de 0,4%
De acordo com a análise da CNC, o setor de Turismo apresentou aumento de 1,5% nas receitas em setembro, após uma queda de 0,4%

O setor de serviços recuou cerca de 0,3% no mês de setembro, segunda retração mensal consecutiva. Comparado ao mesmo período do ano anterior, a queda foi de 1,2%. É o que apresentam os dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada nesta terça-feira (14), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mesmo com o resultado, as expectativas da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) são de alta de 3,6% nos serviços e de 8,3% no Turismo para 2023.

De acordo com a análise da CNC, o setor de Turismo apresentou aumento de 1,5% nas receitas em setembro, após uma queda de 0,4%. Atividades características do setor exibem uma variação positiva de 7,9% nos nove primeiros meses de 2023, situando-se 6,1% acima dos níveis pré-pandemia.

Para o economista da CNC, responsável pela análise, Fabio Bentes, os frequentes reajustes das passagens aéreas podem contribuir para a desaceleração do setor ao longo dos próximos meses. “Em outubro, um aumento de 23,7% nos preços médios tornou-se a principal pressão inflacionária, sinalizando desafios. Em setembro, o preço médio desse serviço já havia oscilado +13,5%”, explica o economista.

De forma heterogênea no plano regional, a demanda por transporte aéreo se aproxima dos níveis de 2019. Considerando-se os voos domésticos realizados nos 20 maiores aeroportos do Brasil, responsáveis por 87% do fluxo de passageiros do País, em setembro deste ano, o tráfego de usuários se encontrava 3% acima do observado em relação ao fluxo médio mensal de 2019. Destacam-se positivamente, nesse contexto, os aeroportos Santos Dumont no Rio de Janeiro (51%), de Campinas (29%) e de Goiânia (22%). Por outro lado, no aeroporto do Galeão, atualmente apenas o 10º aeródromo do País, o fluxo de passageiros corresponde a menos da metade do fluxo médio de passageiros de 2019.

"Apesar do aumento de turistas estrangeiros em 79% nos primeiros nove meses deste ano, totalizando 4,4 milhões, o contingente ainda está 9% abaixo dos números de 2019. A recuperação, embora, encorajadora, enfrenta desafios, especialmente diante da escalada dos preços das passagens aéreas”.

Fabio Bentes

Setor de serviços mostra resistência

Na contramão do desempenho dos outros setores, os serviços têm mostrado resistência aos impactos da crise monetária dos últimos anos. Tanto em atividade quanto em preços, o setor se destaca, registrando uma inflação de 5,2% nos 12 meses encerrados em setembro.

Para o presidente da CNC, José Roberto Tadros, apesar dos desafios enfrentados pelo setor de serviços, a confiança em resultados positivos permanece. “O papel vital desempenhado pelos serviços na recuperação e no avanço econômico é inegável. Apesar de registrarmos uma segunda queda mensal, a revisão da CNC é otimista, e as projeções refletem a confiança na tendência de uma aceleração global”, afirma.

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