Faturamento do setor de programas de fidelidade cresce após caso 123 Milhas
Mercado de fidelização faturou 20,4% mais e chegou a R$ 4,9 bilhões até junho deste ano, segundo ABEMF
Em seus indicadores de mercado, referentes ao segundo trimestre de 2023, a ABEMF (Associação Brasileira das Empresas do Mercado de Fidelização) constatou um aumento de 20,4% no faturamento bruto de suas associadas, em relação ao mesmo período de 2022. O montante chegou a R$ 4,9 bilhões no período.
Os pontos/milhas emitidos também cresceram, totalizando 209,7 bilhões no trimestre, número 25,9% maior do que o verificado no 2T22. Desses, 5% foram provenientes da compra de passagens aéreas, e 95% acumulados pelos participantes em compras feitas no Varejo, Indústria e Serviços.
No momento de trocar o saldo acumulado por benefícios, os brasileiros também continuam mostrando um crescente interesse. O aumento no resgate foi de 23,5%, com 175,2 bilhões pontos/milhas resgatados no segundo tri de 2023. 84,8% deles foi destinado às passagens aéreas, sendo os principais destinos internacionais Orlando, Miami e Lisboa, e no Brasil: São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Os demais (15,2%) foram utilizados para adquirir produtos e serviços não aéreos, como itens para casa, descontos, cashback e outras vantagens disponíveis nos catálogos dos programas.
“O setor continua evoluindo de maneira consistente, na casa dos dois dígitos em praticamente todos os indicadores de mercado que avaliamos. Inclusive quando medimos a interação dos brasileiros com os programas de fidelidade. O número foi 25,9% maior do que o registrado no 2T22, chegando a 11,7 milhões de transações no período”.
Paulo Curro, diretor executivo da ABEMF
A quantidade de cadastros nos programas chegou a 306,3 milhões, 9,5% maior do que o registrado ao final de junho de 2022. Já a taxa de breakage, que mede o percentual de pontos/milhas que venceram, foi a menor desde 2020, ficando em 14%. Importante ressaltar que o percentual não é calculado em cima dos pontos/milhas emitidos por trimestre, mas numa média daqueles que perderam a validade em um período de 12 meses.
Caso 123 Milhas
O mercado de fidelização recebeu maior atenção neste ano desde que, em meados de agosto, a 123 Milhas suspendeu pacotes e a emissão de passagens promocionais. Dias depois, a empresa pediu recuperação judicial e a crise abateu também HotMilhas e MaxMilhas, que pertencem à 123 Milhas. A ABEMF não comentou o assunto à Folha de S. Paulo, no entanto. Paulo Curro disse apenas que "o mercado de fidelização é formado por empresas que oferecem benefícios a clientes por suas compras e pagamentos."