Juliana Monaco   |   30/03/2020 11:23

Número de brasileiros endividados bate recorde em março

O endividamento de brasileiros chegou a 66,2% em março, o maior percentual desde janeiro de 2010.


Pixabay/ jarmoluk
O cartão de crédito segue como o principal tipo de dívida dos brasileiros (78,4%)
O cartão de crédito segue como o principal tipo de dívida dos brasileiros (78,4%)
Após recuo mensal em fevereiro (65,1%), o número de famílias com dívidas voltou a subir em março, chegando a 66,2% - o maior percentual desde o início da realização da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), em janeiro de 2010. De acordo com o levantamento da CNC, o percentual de famílias com dívidas ou contas em atraso passou de 24,1% em fevereiro para 25,3% em março. Já o total de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso passou de 9,7% para 10,2%.

De acordo com o presidente da CNC, José Roberto Tadros, o recorde da população de brasileiros endividados revela que as famílias vinham se beneficiando de condições mais favoráveis do mercado de crédito ao consumidor, mas esse cenário deve se reverter nos próximos meses. "Nesse momento de incertezas sobre a economia, a injeção de liquidez que será promovida vai de encontro ao endividamento já elevado das famílias. Nesse sentido, mostra-se muito importante viabilizar prazos mais longos para os pagamentos, ou alongamentos dessas dívidas, além de mitigar o risco de crédito", afirma.

O cartão de crédito segue em primeiro lugar como o principal tipo de dívida dos brasileiros (78,4%), seguido por carnês (16,2%) e por financiamento de veículos (10,3%). Em relação à capacidade de pagamento das famílias, a economista da CNC responsável pela pesquisa, Izis Ferreira, destaca dois pontos: o terceiro aumento mensal consecutivo da parcela média da renda comprometida com dívidas, que chegou a 30% em março; e a proporção das famílias que se declararam muito endividadas, que aumentou de 15% em fevereiro para 15,5% em março, além de ter registrado alta de 2,5% na comparação anual.

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