Faturepag pode enfrentar dificuldades após colapso da ViagensPromo, diz jornal
Motivo são os inúmeros pedidos de chargeback referentes a pacotes de viagens que chegam a R$ 100 milhões

Cerca de um mês depois do CEO da FaturePag, Alan Barros, afirmar que poderia ajudar a ViagensPromo com crédito, sua própria empresa pode ter consequências financeiras graves por conta da crise da operadora de Renato Kido, que está com atividades suspensas por inadimplência junto a fornecedores e agentes de viagens.
Isto porque, como reportou o Valor Econômico, cerca de R$ 100 milhões em recebíveis de cartão de crédito, que haviam sido antecipados pela Faturepag à ViagensPromo, estão sob risco.
O motivo são os inúmeros pedidos de chargeback — reembolsos solicitados por consumidores às bandeiras de cartão, referentes a pacotes de viagem não realizados, como estamos acompanhando no Portal PANROTAS. A crise da VP afeta hoje mais de 4 mil passageiros.
Segundo o Valor, a Faturepag movimenta cerca de R$ 1 bilhão por ano em volume de transações. No entanto, ao considerar que o setor opera com margens estreitas, especialistas ligados ao jornal avaliam que a empresa pode não ter fôlego financeiro para assumir os reembolsos e arcar com um prejuízo dessa magnitude, ainda mais no momento em que a possibilidade de falência da ViagensPromo só aumenta.
Chargeback da ViagensPromo

Como vimos no Portal PANROTAS, a operadora disponibilizou um novo procedimento para emissão de Cartas de Desacordo Comercial. O documento tem o objetivo de permitir ao consumidor formalizar, junto à sua instituição financeira ou operadora de crédito, o pedido de chargeback das compras realizadas.
A medida visa reduzir impactos financeiros sobre consumidores e agências parceiras, prometendo uma solução técnica, legítima e acessível. A efetivação do chargeback, entretanto, permanece sob responsabilidade e critérios das instituições financeiras.
E caso haja recusa, o consumidor poderá utilizar a carta como base para pleitear o seu direito em juízo, inclusive junto aos órgãos de defesa do consumidor, sem necessidade de advogado, por meio de procedimento simplificado. Essa ação pode ter como objeto a declaração de inexistência de débito, cancelamento da transação, devolução dos valores pagos e, se aplicável, indenização por danos morais.