Laura Enchioglo   |   19/11/2024 12:20

"Vamos posicionar o Brasil como um grande portfólio para viagens", diz Reis

Diretor citou ainda dois destaques da nova gestão: posicionamento e relacionamento com stakeholders


PANROTAS / Guilherme Alcorta
Bruno Reis, Silvana Gomes, Sâmia Collodetti e Vinicius Pujol, da Embratur
Bruno Reis, Silvana Gomes, Sâmia Collodetti e Vinicius Pujol, da Embratur

BARCELONA - A Embratur está participando da IBTM 2024, que acontece em Barcelona, na Espanha, até 21 de novembro. Na feira, a Agência está lançando um site focado em viagens de incentivo, apresentando a infraestrutura e produtos do segmento no Brasil. o ‘Brasil Incentive Showcase’ é um portfólio - inicialmente em inglês -, mas, para Bruno Reis, diretor de Marketing Internacional, Negócios e Sustentabilidade da Embratur, é muito mais do que isso.

"Não é só um showcase que estamos lançando, é uma estratégia que decidimos para 2025 e queremos posicionar o País dessa maneira. Vamos posicionar o Brasil como um grande portfólio para a indústria de viagens e incentivos, que é o que focamos aqui na feira"

Bruno Reis, diretor de Marketing Internacional, Negócios e Sustentabilidade da Embratur

A estratégia já está a pleno vapor, com a captação do inVOYAGE | Networking for Luxury Incentive & Events Creators, evento que acontecerá no Rio de Janeiro e pela primeira vez no Brasil, em 2025. Ainda, há a associação com a SITE (Society for Incentive Travel Excellence).

Participação na IBTM e importância dos destinos na promoção internacional

PANROTAS / Guilherme Alcorta
Estande da Embratur reúne 30 coexpositores na IBTM 2024
Estande da Embratur reúne 30 coexpositores na IBTM 2024

Como uma importante feira do segmento Mice, a Embratur leva 30 coexpositores, entre eles empreendimentos, hotéis, companhias aéreas e destinos. Mesmo assim, a grande geração de negócios, conforme apontou Reis, é por meio de conventions, DMCs e hotelaria.

"Aqui na feira temos mais geração de novos negócios propiciados pelos conventions e pela hotelaria, do que por destino. A quantidade de destinos é menor. Tem muito convention e DMC, porque se gera mais negócios por meio dessas empresas", destacou.

No entanto, segundo ele, é muito importante que os destinos também façam parte dessa estratégia, alinhando tudo na ponta, com Estado, municípios, associações, Sebraes locais, conventions, empresas...

"Eu sempre cito que a organização do destino na ponta o posiciona melhor para o mercado internacional. O Estado, município, Sebraes locais, associações e conventions precisam estar alinhados sobre quais produtos querem mostrar. O que percebo é que estamos nesse momento, de mudar a mentalidade para ter essa sinergia nas pontas. A Fundtur-MS, por exemplo, na figura do Bruno Wendling, conseguiu organizar a oferta para levar para o canal correto, no mercado correto, e com isso consegue ter performance no mercado. Se os gestores de destinos tiverem mais essa mentalidade, conseguirão ter mais êxito"

Bruno Reis, diretor de Marketing Internacional, Negócios e Sustentabilidade da Embratur

Mas é claro que a Embratur também tem seu papel, e, por meio de reuniões como Fornatur e Anseditur tem apresentado as melhores práticas para se posicionar bem no mercado internacional: "Temos feito apresentações para secretários para mostrar como funciona a cadeia de comercialização e quais são as ferramentas que a Embratur tem para apoiar a inserção de um produto no mercado internacional", apontou.

O mercado de viagens de incentivo

A Embratur entende que o segmento de viagens de incentivo está aquecido, recebendo demanda de países como Bélgica, África do Sul, Canadá e Austrália. E o destaque, conforme apontou Bruno Reis, é a procura por produtos de diferentes regiões, saindo de Rio de Janeiro e Foz do Iguaçu (PR). "Hoje, já vemos uma demanda por Pantanal, Lençóis Maranhenses e Amazônia".

O motivo para focar no segmento Mice passa por, segundo Reis, um tíquete médio e estadas maiores. "Além disso, conseguimos mitigar o impacto da sazonalidade, uma vez que esse segmento acontece mesmo em baixa temporada", citou.

Mas é claro que existem obstáculos. Um deles é um plano de incentivos mais comercialmente agressivo, "de uma maneira que a gente consiga de fato apoiar esses stakeholders do Brasil para poderem trazer mais eventos para o nosso país", explicou. Mesmo com uma infraestrutura melhor, o que para Reis é primordial nesta captação, falta esta política mais agressiva, principalmente em conventions menores.

O plano de marketing da Embratur, que será lançado em maio do ano que vem, deve apresentar um 'direcionador estratégico' para o país, acrescentando, é claro, as viagens de incentivo.

"Eu olho para a Austrália, que tem as mesmas peculiaridades que o Brasil em termos de produtos e busca os mesmos mercados emissores que a gente. Então, talvez, o nosso trabalho seja entender o mercado australiano, qual a política de incentivo que eles fizeram para crescer no segmento"

Bruno Reis, diretor de Marketing Internacional, Negócios e Sustentabilidade da Embratur

Para além do incentivo… Cada nicho, uma estratégia

PANROTAS / Pedro Menezes
Bruno Reis, diretor de Marketing Internacional, Negócios e Sustentabilidade da Embratur
Bruno Reis, diretor de Marketing Internacional, Negócios e Sustentabilidade da Embratur

Mas cada ninho precisa da sua devida atenção, com uma estratégia comercial bem definida. "Birdwatching, por exemplo, é algo que já fazemos, mas quando a gente vê dados que os britânicos procuram mais a Costa Rica do que o Brasil, nos mostra que falta uma estratégia comercial nossa. Precisamos posicionar o produto com campanha, famtour, presstrip, eventos para falar desse assunto. Com isso, colocamos o Brasil no spotlight. A estratégia comercial bem definida acarreta em performance", disse.

Outro exemplo destacado por Reis foi o nomadismo digital. Não basta captar um evento para o Brasil e não ter uma estratégia para apoiar esses turistas: "É uma política de vistos para nômade digital, é capacitar destinos para receber nômades digitais, e é também captar o evento para falar sobre nomadismo digital. Para cada um desses nichos que queremos puxar tem uma estratégia e uma política comercial por trás".

As conquistas da nova gestão

Bruno Reis citou dois destaques desta nova gestão da Embratur: posicionamento e resgate de relacionamento com stakeholders importantes do mercado internacional. "Estar perto de associações de ecoturismo, IGTLA, SITE e outras firma credibilidade. Assim, a gente consegue coordenar políticas em curto, médio e longo prazo com esses parceiros".

Vem recorde por aí?

Os números de turistas internacionais no Brasil vem crescendo. Nos primeiros nove meses de 2024, o Brasil recebeu 4,9 milhões de turistas internacionais, um aumento de 12% em relação ao mesmo período de 2023, alcançando o melhor resultado histórico para setembro, com uma alta de 16% em comparação ao nono mês do ano anterior.

Esses crescimentos, que inclusive bateram a meta para setembro e outubro, deixam a Embratur otimista para um recorde de estrangeiros em 2024, esperando anunciar a marca de 7 milhões de turistas em um ano.

E os números não apareceram por uma coincidência. Foi um trabalho, principalmente com a captação de novos voos para o exterior, seja Europa, seja na própria América do Sul, conforme apontou Reis.

"O incremento de voos como Paris-Salvador com a Air France e Manaus-Belém-Lisboa com a Tap, e alguns na América do Sul que também estão em operação, fazem com que a gente fique otimista em anunciar os sete milhões de turistas estrangeiros em 2024"

Bruno Reis, diretor de Marketing Internacional, Negócios e Sustentabilidade da Embratur

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