Senado amplia limite para viagem internacional para US$ 10 mil
Texto também libera troca de até US$ 500 entre pessoas físicas ou pessoa jurídica
Na última quarta-feira (8), o Senado aprovou um novo marco cambial do País, que permite, entre outros pontos, aos brasileiros saírem para viagens internacionais com um limite de até US$ 10 mil ou o equivalente. Hoje, o limite é de R$ 10 mil. As informações são da IstoÉ Dinheiro.
Além disso, o texto libera troca de até US$ 500 entre pessoas físicas ou pessoa jurídica, permitindo que a compra e venda de moeda estrangeira possa ser feita por pessoas e não apenas bancos e corretoras; e que bancos e instituições financeiras possam investir no Exterior.
Para o Banco Central, a proposta trata de uma “revolução” no mercado de câmbio, que ainda é regido por uma lei de 1935. No Senado, o texto teve a relatoria de Carlos Viana (PSD-MG) e, como já foi aprovado por deputados, segue agora para sanção presidencial. Votaram contra o projeto a bancada do PT (formada por seis parlamentares) e os senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Jorge Kajuru (Podemos-GO).
O projeto também permite a abertura de conta em dólar no Brasil por um investidor estrangeiro ou em casos específicos que devem ser justificados ao Banco Central e facilita a remessa do Exterior para uma instituição brasileira que tenha um correspondente bancário fora do País.
O projeto era para ser votado no último dia 23, mas foi adiado a pedido de senadores que quiseram ter mais tempo para se aprofundar sobre o conteúdo do texto. O relator enfatizou que entre as consequências do novo marco regulatório estão a diminuição da burocracia e a redução dos custos, com a perspectiva de entrada de novos players nesse mercado.
Ele também destacou que a mudança é um “passo importante” da conversibilidade do real, ainda que isso não ocorra de forma imediata ou automática, dependendo de outras normas. O senador enfatizou que as medidas vão beneficiar, principalmente, exportadores, importadores e consumidores. “Estamos dando maturidade à economia brasileira”, afirmou.
Viana optou por não fazer alterações no texto original que já havia sido aprovado pela Câmara. O governo tinha pressa em aprovar o marco cambial para estimular a economia, de olho na eleição de 2022. O projeto estava parado no Senado desde o início do ano, quando muitos projetos também ficaram paralisados por conta da pandemia de covid-19. Em junho, houve a escolha do relator e, depois disso, um imbróglio envolvendo municípios mineiros com a Sudene fez a bancada do Estado articular para que não houvesse avanço até que uma solução para a inclusão dessas cidades fosse definida pela equipe econômica.
De acordo com Viana, o novo marco regulatório do câmbio alinha o Brasil a práticas internacionais nesse setor. Mais especificamente, em relação aos padrões da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), instituição que tem sede em Paris e que a adesão do Brasil é um dos principais focos do governo na área internacional – o Brasil pleiteia uma vaga desde a administração de Michel Temer.
O texto foi enviado ao Congresso via Presidência pelo BC, que, segundo o relator, continuará a ter a mão forte sobre o setor. A autoridade monetária, que obteve autonomia este ano, é a responsável pela regulação e supervisão do mercado de câmbio, podendo intervir diretamente quando julgar necessário.
O senador Jean Paul Prates (PT-RJ) votou contra o projeto. “Qual a urgência disso? Há diferença entre carregar R$ 10 mil e US$ 10 mil? De fato, estamos falando a um cambio de R$ 5, R$ 6, de cinco ou seis vezes mais dinheiro, porte físico consigo, levando ou trazendo”, argumentou. Ele também disse que apenas alguns brasileiros serão beneficiados com a nova lei em termos de proteger seus recursos das variações cambiais.
“Qual o interesse disso? O mesmo do ministro da Fazenda?”, alfinetou, referindo-se ao ministro da Economia, Paulo Guedes, que conta com aplicações no exterior. “Ou é se blindar das maluquices da economia brasileira? Então a gente está passando um recibo de que fazemos experiência com os brasileiros todos e vamos levar os ricos à blindagem em dólar e o resto do povo que se lixe.”
Além disso, o texto libera troca de até US$ 500 entre pessoas físicas ou pessoa jurídica, permitindo que a compra e venda de moeda estrangeira possa ser feita por pessoas e não apenas bancos e corretoras; e que bancos e instituições financeiras possam investir no Exterior.
Para o Banco Central, a proposta trata de uma “revolução” no mercado de câmbio, que ainda é regido por uma lei de 1935. No Senado, o texto teve a relatoria de Carlos Viana (PSD-MG) e, como já foi aprovado por deputados, segue agora para sanção presidencial. Votaram contra o projeto a bancada do PT (formada por seis parlamentares) e os senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Jorge Kajuru (Podemos-GO).
O projeto também permite a abertura de conta em dólar no Brasil por um investidor estrangeiro ou em casos específicos que devem ser justificados ao Banco Central e facilita a remessa do Exterior para uma instituição brasileira que tenha um correspondente bancário fora do País.
O projeto era para ser votado no último dia 23, mas foi adiado a pedido de senadores que quiseram ter mais tempo para se aprofundar sobre o conteúdo do texto. O relator enfatizou que entre as consequências do novo marco regulatório estão a diminuição da burocracia e a redução dos custos, com a perspectiva de entrada de novos players nesse mercado.
Ele também destacou que a mudança é um “passo importante” da conversibilidade do real, ainda que isso não ocorra de forma imediata ou automática, dependendo de outras normas. O senador enfatizou que as medidas vão beneficiar, principalmente, exportadores, importadores e consumidores. “Estamos dando maturidade à economia brasileira”, afirmou.
Viana optou por não fazer alterações no texto original que já havia sido aprovado pela Câmara. O governo tinha pressa em aprovar o marco cambial para estimular a economia, de olho na eleição de 2022. O projeto estava parado no Senado desde o início do ano, quando muitos projetos também ficaram paralisados por conta da pandemia de covid-19. Em junho, houve a escolha do relator e, depois disso, um imbróglio envolvendo municípios mineiros com a Sudene fez a bancada do Estado articular para que não houvesse avanço até que uma solução para a inclusão dessas cidades fosse definida pela equipe econômica.
De acordo com Viana, o novo marco regulatório do câmbio alinha o Brasil a práticas internacionais nesse setor. Mais especificamente, em relação aos padrões da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), instituição que tem sede em Paris e que a adesão do Brasil é um dos principais focos do governo na área internacional – o Brasil pleiteia uma vaga desde a administração de Michel Temer.
O texto foi enviado ao Congresso via Presidência pelo BC, que, segundo o relator, continuará a ter a mão forte sobre o setor. A autoridade monetária, que obteve autonomia este ano, é a responsável pela regulação e supervisão do mercado de câmbio, podendo intervir diretamente quando julgar necessário.
CRÍTICAS
Uma das principais críticas da oposição sobre essa modernização diz respeito ao temor de que a economia doméstica pudesse ser dolarizada, com a facilitação de abertura de contas em dólares no País, por exemplo. Mas, segundo o texto aprovado, isso só será possível no caso de investidores estrangeiros que se registrarem como tal no Banco Central ou em outras ocasiões que sejam permitidas pela autarquia.O senador Jean Paul Prates (PT-RJ) votou contra o projeto. “Qual a urgência disso? Há diferença entre carregar R$ 10 mil e US$ 10 mil? De fato, estamos falando a um cambio de R$ 5, R$ 6, de cinco ou seis vezes mais dinheiro, porte físico consigo, levando ou trazendo”, argumentou. Ele também disse que apenas alguns brasileiros serão beneficiados com a nova lei em termos de proteger seus recursos das variações cambiais.
“Qual o interesse disso? O mesmo do ministro da Fazenda?”, alfinetou, referindo-se ao ministro da Economia, Paulo Guedes, que conta com aplicações no exterior. “Ou é se blindar das maluquices da economia brasileira? Então a gente está passando um recibo de que fazemos experiência com os brasileiros todos e vamos levar os ricos à blindagem em dólar e o resto do povo que se lixe.”