Ações do setor de viagens nos EUA oscilam com guerra de tarifas, e empresas temem retração
Visitas internacionais aos EUA tiveram uma queda agora em março na comparação ao ano passado

As ações do setor de viagens nos Estados Unidos vêm oscilando nas últimas semanas por conta da guerra tarifária de Donald Trump e China. Para empresas de viagens americanas, a situação pode causar uma retração, já que as visitas aos EUA mostraram sinais de desaceleração. As informações são de uma reportagem do Travel Weekly.
A Delta, por exemplo, divulgou os resultados do primeiro trimestre da companhia e Ed Bastian, CEO da companhia, alertou para incerteza econômica, o que acarretou em uma estagnação do crescimento. Por outro lado, o presidente da aérea, Glen Hauenstein, acredita que ainda é cedo para analisar a situação e entender seu impacto no setor de viagens, seja a lazer, seja corporativas.
A incerteza econômica nos mercados financeiros já prejudicou as viagens de negócios este ano, e o analista da TD Cowen, Tom Fitzgerald, afirma que há preocupações de que as tarifas suprimissem ainda mais a demanda. "A incerteza em relação à política comercial global parece improvável de diminuir tão cedo, e as chances de uma recessão aumentam a cada dia", escreveu Fitzgerald.
O setor de viagens domésticas sofreu uma retração em relação ao mercado internacional de alto gasto.
EUA vê retração de visitantes internacionais
Segundo o NTTO, o número de visitantes estrangeiros aos EUA caiu 11,6% em março em comparação com o mesmo período de 2024 e 3,3% no acumulado do ano. Os visitantes da Europa Ocidental caíram 17,2% em março; do Oriente Médio, 17,7%; da América do Sul, 10,4%; e da América Central, 23,9%.
Esses números não incluem visitantes do Canadá nem travessias terrestres do México. O NTTO informou que o número de mexicanos que chegaram aos EUA por via aérea caiu 23,2% em março e 7,2% no ano. Os números canadenses, no entanto, não estavam disponíveis quando a reportagem foi publicada. Ainda assim, dados apontam uma retração nas viagens de canadenses para os EUA.
O que dizem as agências de viagens
A reportagem do Travel Weekly aponta que, embora algumas agências de viagens tenham sentido uma queda nas solicitações de viagens aos Estados Unidos, a maioria não viu nenhum impacto até agora.
O Serandipians entrevistou 250 agências associadas fora dos EUA no início de abril e constatou que a maioria, 55%, não havia observado nenhuma mudança nas solicitações para os Estados Unidos, enquanto 35% dos entrevistados observaram uma queda. Dos membros do Serandipians entrevistados, 10% relataram ter observado um aumento nas solicitações de viagens para os EUA.
Os motivos citados para queda foram dificuldades na obtenção de visto, preocupações com a administração e as políticas atuais, a percepção de aumento de preços e o crescente interesse em outros mercados de viagens de luxo.