Qual a percepção dos estrangeiros sobre o Rio de Janeiro?
Fecomércio do Estado divulga resultado de pesquisa feita com 866 visitantes internacionais
Foi divulgado na manhã de hoje, no Salão Conselho da Fecomércio do
Rio de Janeiro, o resultado da pesquisa feita pelo Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises (IFec RJ) com turistas estrangeiros que visitaram a cidade no mês de março. Turistas estrangeiros no Rio de Janeiro: estadia, satisfação, comportamento no consumo e perspectivas do Tax Free é o nome do estudo, que é feito pensando em todo o Estado.
Foram realizadas 866 entrevistas com nível de confiança de 95% e precisão de 3,3 pontos percentuais para mais ou para menos. A pesquisa foi feita diretamente, face a face, entre os dias 7 e 14 de março, por meio de uma "equipe poliglota muito bem treinada", dizem os organizadores.
E o que mostra a pesquisa?
Primeiramente, que a maioria dos estrangeiros visita o Estado do Rio de Janeiro a lazer:
Motivo da viagem: 83,4% lazer e passeio, 11,3% negócios e trabalho e 5,3% outros motivos.
O tempo de permanência médio é de dez pernoites: 48,9% ficaram entre 8 e 30 dias no Estado. Além da capital, essa estada se divide entre as cidades de Angra dos Reis, Paraty, Cabo Frio, Macaé, Petrópolis, Niterói, Mangaratiba, Arraial do Cabo e Búzios.
Meios de hospedagem: 64,4% ficaram em hotéis, 20,7% em pousadas, 17,7% em imóveis via plataformas digitais, 6,8% em imóveis de família e 5,4% em hostels.
O Estado do Rio de Janeiro não é considerado caro pela grande maioria (74,5%) dos estrangeiros. Mais de 60% dos turistas estrangeiros disseram que realizaram compras durante a viagem ou para si ou para seu núcleo de família e amizade. Os produtos mais adquiridos foram roupas 64%, alimentos e bebidas 37%, calçados 25%, artesanatos 22%, souvenirs 22%, artigos de perfumaria 13%, acessórios de uso pessoal 10%, bijuterias 6,5%, joias e pedras preciosas 3%, eletroeletrônicos 2,7% e relógios 1%.
O gasto médio realizado com compras foi de U$ 542,90 durante a viagem. Esse valor representa 49,9% dos turistas entrevistados que gastaram entre U$ 201 e U$ 1.000. Segundo eles, em seus países de origem esse gasto seria 45% superior, atingindo o valor de U$ 786,60. Os fatores decisivos para a compra foram, em primeiro lugar pela memória da viagem 56%, em segundo por ser um produto mais barato do que o encontrado em seu país de origem, 31,5%, e por fim a qualidade do produto, 26,1%.
TAX FREE NO RIO DE JANEIRO ESTIMULARIA O CONSUMO
Dos turistas entrevistados 48,7% disseram já ter ouvido falar do Tax Free e 50% deles já utilizaram o programa de reembolso em outras viagens.Após a explicação do funcionamento do Tax Free para quem desconhecia, 53,7% afirmaram que ele estimula o consumo e 73% acham que o Brasil deve adotar a politica do Tax Free em todos os setores de venda, 46% disseram que gastariam mais se houvesse esse reembolso. Os produtos que mais aumentariam as suas vendas diante da adoção do Tax Free são jóis, pedras preciosa, bijuterias e relógios.
O gasto médio do turista aumentaria de U$ 542,90 para U$ 665,50 gerando um potencial de novos gastos de U$ 198,9 milhões por ano.
Os pontos positivos levantados pela pesquisa são o clima, a comida, as praias, paisagens e a hospitalidade. Os negativos são a desigualdade de preços, sujeira, trânsito, criminalidade, insegurança e o fato de ter muitos moradores de rua.
O índice de satisfação, na escala de 0 a 10, foi 9, onde 89% deram nota acima de 8. E mais, a nota que representa as chances de recomendarem o destino para parentes e amigos foi 9,2.
Após a divulgação dos resultados, o tema mais abordado durante o debate foi a segurança do Estado do Rio e do Brasil. Bento Nunes, representante da Ministério do Turismo, disse que embora notícias ruins sejam sempre divulgadas pela mídia internacional, muita coisa tem sido feita para melhorar a segurança.
Otávio Leite, consultor da presidência da Fecomércio do Rio de Janeiro, disse que o resultado dessa pesquisa dará uma grande contribuição para as esferas público e privadas entenderem que aferir dados sobre comportamento e intenção de consumo, tempo de estadia, opções e satisfação do turista é algo muito estratégico para ajudar em formulações de políticas públicas.
“Com esses dados em mãos poderemos trabalhar melhor a promoção, divulgação e captação de mais turistas. Essa pesquisa é um bom retrato do que foi a percepção de turistas internacionais que vieram ao estado do Rio de Janeiro. Nós pretendemos fazer disso algo mais rotineiro porque com conteúdo científico é mais fácil formular idéias e contribuir para o Brasil aumentar o seu número de visitantes”, afirma Leite, o porta-voz do resultado, substituindo o presidente Antonio de Queiroz Junior, que não pode comparecer ao evento.
CARACTERÍSTICAS DOS ENTREVISTADOS
O público-alvo da pesquisa foram os turistas que visitaram o Rio por via aérea. As entrevistas aconteceram dentro do embarque do Aeroporto internacional do Rio de Janeiro, Galeão, após o check-in, quando as pessoas já estavam psicologicamente mais tranquilas, para que a extração das informações fosse feita de maneira fiel.
Os entrevistados foram preferencialmente visitantes de três continentes, 59,2% América do Sul, 25% Europa, 14,9% América do Norte e somente 0,8% de outros lugares. A pesquisa teve como objetivos principais identificar os aspectos relativos à estadia dos turistas internacionais no Estado do Rio de Janeiro como perfil, satisfação, comportamento no consumo e experiência na viagem. E também mensurar os benefícios que um programa de reembolso de impostos pagos em compras feitas no país, o Tax Free, poderá proporcionar para o setor de comércio de bens, serviços e Turismo.
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Por Alexandre Campbell, especial para o Portal PANROTAS