Navios como o Utopia of the Seas podem ser minimamente sustentáveis?
Michael Bayley, CEO da Royal Caribbean, e Ricardo Amaral, da R11 Travel, afirmam que sim
PORT CANAVERAL - Um dos maiores desafios do mercado global de cruzeiros é se adequar aos atuais critérios ambientais, sociais e de governança. Não é diferente com o Utopia of the Seas, novo navio da Royal Caribbean que realiza seu cruzeiro de batismo pelas Bahamas.
A embarcação está preparada para reaproveitar o calor residual dos motores e usar biocombustíveis em geral e gás natural liquefeito (GNL, ou LGN na sigla em inglês), reduzindo a emissão de gases de efeito estufa (GEE). Além de mais eficiente no consumo de energia limpa, o Utopia adota outras medidas para reduzir o impacto ambiental de um navio de grande porte, como tratamento de 100% da água utilizada a bordo e gestão de resíduos.
“O Utopia é um navio híbrido e pode operar com GNL. Mas o GNL ainda não é um combustível viável em grande escala. Não está claro qual será a nova tecnologia que vai prevalecer, por isso queremos desenvolver novos motores híbridos e estamos avançando. Aqui mesmo, a bordo do Utopia, há centenas de pessoas discutindo descarbonização"
Michael Bayley, CEO da Royal Caribbean International
O Porto de Miami, por exemplo, está trabalhando para ter plugs para carregar os navios. Mas no Caribe, principal mercado da Royal Caribbean, a conversa é outra. Segundo Bayley, "há ilhas nas quais os moradores ainda têm seus próprios problemas com as redes elétricas locais. É uma jornada, mas estamos totalmente comprometidos com a meta carbono zero”, disse o executivo.
Ricardo Amaral, CEO da R11 Travel, distribuidora exclusiva da Royal Caribbean no Brasil, ressalta que ser amigo do meio ambiente e aprimorar as boas práticas de governança corporativa é bom para os negócios da companhia:
“Se o navio consome menos energia, o gasto com combustível é menor. Se o mar não estiver legal, se os tripulantes não se sentirem bem, não tem operação. Ao longo dos anos, vi crescer a preocupação com o bem-estar dos tripulantes. E há mais de duas décadas que a Royal Caribbean estuda alternativas para substituir o combustível fóssil. A meta de carbono zero é para 2050, mas os critérios de ESG fazem parte do DNA da empresa"
Ricardo Amaral, CEO da R11 Travel
Carla Lencastre, especial para o Portal PANROTAS, viaja a convite da R11 Travel (Royal Caribbean), com seguro viagem GTA.