Elói se emociona ao relembrar da crise até a venda à Belvitur
Fundador da Flytour diz que fez o impossível para manter a empresa em pé e agradece a confiança de Cohen
"Dei tudo de mim para manter a empresa que fundei em pé. Fazia muitos anos que eu não devia. Foi imóvel, dinheiro, aposentadoria, foi praticamente tudo o que eu tinha. Sobrevivemos em um momento em que pensamos que não sobreviveríamos. Estávamos voltando a respirar e então chegou o 'Be' da BeFly, o Marcelo Cohen, a quem eu prefiro me referir como um anjo que nos salvou."
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O fundador e membro do Conselho da Flytour, Elói D'Ávilla de Oliveira, se emocionou no palco do Meeting Festuris, em Gramado (RS), ao relembrar como foi o enfrentamento da pandemia de covid-19 pela empresa. Sem esconder detalhes da crise com a qual teve de lidar, o empresário, ao lado de Marcelo Cohen, que adquiriu o Grupo Flytour por R$ 500 milhões, contou um pouco da trajetória desde setembro 2019, quando voltou de tratamento médico dos Estados Unidos e encontrou uma empresa já em dificuldades mesmo antes da maior crise já vivida pelo Turismo.
"Fiquei quase quatro anos vivendo no Exterior e, quando voltei, encontrei a Flytour de ponta cabeça. Quando a covid-19 chegou, meus problemas só aumentaram. Conseguimos reduzir quase 70% do custo, dos quais apenas 30% com colaboradores. O dinheiro do governo não foi suficiente. Éramos dois mil funcionários, com um custo de tecnologia de R$ 3,8 milhões mensais. Tínhamos R$ 50 milhões a receber das agências. Nosso futuro ficou em xeque e, para sobreviver, precisávamos das pessoas. Cheguei a olhar para nossos colaboradores e me perguntar 'por que ele não foi embora'?", afirmou, emocionado, Elói Oliveira. "Tudo isso para dizer que para sobreviver as empresas precisam das pessoas. Só chegamos aonde chegamos, só conseguimos um investimento, por conta dos nossos colaboradores."
Elói Oliveira ainda relatou que tinha 40 mil passageiros para embarcar e praticamente nenhum dinheiro para arcar com esses embarques, mas garante que restam apenas sete mil para viajar e, do restante, todos foram cumpridos.
"Fizemos o que pudemos, vendemos o que tínhamos e honramos os compromissos com o agente de viagens, com o passageiro. Esta foi a sétima vez que eu abro mão de tudo o que tenho para abrir a empresa. Foram muitas crises desde que comecei a empreender no Turismo, jovem aos 28 anos, e a pandemia não me fez desistir. Vamos focar, agora é nossa oportunidade. Já registramos alta nos últimos cinco meses. Vamos parar de reclamar e fazer, executar."