Patricia Costa, do Fairmont; gerações distintas querem viver momentos especiais
Diretora de vendas e marketing conta as principais transformações e desafios da hotelaria carioca
Na edição de 50 anos da Revista PANROTAS, exploramos a evolução da hotelaria no Rio de Janeiro sob a perspectiva de quatro mulheres que ocupam hoje cargos fundamentais em três renomados hotéis, símbolos da hospitalidade carioca. A reportagem reflete sobre as transformações sociais, econômicas e culturais pelas quais o setor passou nas últimas cinco décadas.
Nossa segunda entrevistada é Patricia Costa, diretora de Vendas e Marketing do Fairmont Rio. Pernambucana, Patrícia iniciou sua trajetória na hotelaria em Portugal, onde estudava, no início dos anos 2000. No grupo Pestana, a partir de 2003, especializou-se no segmento de luxo. Retornou ao Brasil em 2011, especificamente para o Rio de Janeiro, quando a cidade se preparava para sediar a Copa do Mundo FIFA (2014) e os Jogos Olímpicos (2016).
“Em 2011, quando cheguei, o Rio já estava sediando diversos eventos preparatórios e havia escassez de profissionais especializados em hotelaria de luxo”, lembra Patrícia. “Vim como diretora de Vendas para o Sofitel, onde hoje é o Fairmont Copacabana (que, num passado mais distante, já foi o Rio Palace, também um hotel de luxo e anfitrião de artistas do primeiro Rock in Rio). Em 2014, assumi também o Caesar Park. Eram dois hotéis fantásticos, porém distintos, por conta de suas localizações”.
Experiências e transformações
Inaugurado em agosto de 2019, o Fairmont Rio foi uma das aberturas mais aguardadas da hotelaria de luxo brasileira. No entanto, poucos meses depois, em 2020, veio a pandemia. O hotel reabriu com uma nova estratégia de mercado: enquanto os visitantes estrangeiros de negócios, inicialmente o público-alvo, não retornavam, o Fairmont passou a focar nos turistas brasileiros e nos próprios cariocas, oferecendo atrações como shows assistidos das varandas dos quartos e refeições ao ar livre. A iniciativa foi um sucesso, e o hotel continua a atrair visitantes locais, mesmo após completar cinco anos.
"Estou contente de ver este novo momento do Rio. O Fairmont acaba de completar cinco anos, teremos o futuro Sofitel no coração de Ipanema, e ainda há o MGallery Santa Teresa, que é um mimo. O Fairmont é um hotel bonito, que combina excelência no design com a alegria carioca. Agora, é manter o nome e trabalhar o posicionamento no mercado do Sofitel. Retorno mais uma vez da Europa depois de um período de trabalho muito enriquecedor”
Patricia Costa, diretora de Vendas e Marketing do Fairmont Rio
Comparando sua experiência atual no Rio com a anterior, Patricia identifica duas mudanças que considera transformadoras para a hotelaria: a primeira é a sustentabilidade em um sentido mais amplo. “Na Accor, sempre tivemos essa preocupação. Mas agora o mercado também tem. O hóspede quer saber o que estamos fazendo como empresa, como tratamos a comunidade, se compramos peixe local.” A segunda é a demanda por experiências. “Gerações distintas, dos mais jovens aos mais velhos, querem viver momentos especiais, e não apenas se hospedar em um hotel de alto padrão”, conclui.
Revista PANROTAS Especial 50 anos
Esta matéria é parte integrante da Revista Especial de 50 anos da PANROTAS, onde você encontra histórias do Turismo nestas últimas cinco décadas, além de dicas e ferramentas para turbinar seu negócio.