Centro-Oeste e Sul mantêm crescimento em reservas hoteleiras no Brasil

Segmento altamente impactado pela evolução da pandemia do coronavírus no Brasil, a hotelaria começa a dar sinais de recuperação. Ainda que não de maneira imediata, meios de hospedagem do País começam a receber solicitações de reservas para os próximos meses. Nesse contexto, propriedades das regiões Centro-Oeste e Sul puxam para cima a alta, apesar do Sudeste ainda ter a maior representatividade nas reservas. Essas conclusões podem ser verificadas no Hotel Market Demand Light, da OMNIBEES, que analisa a demanda por estabelecimentos de hospedagem durante o isolamento social caudado pela covid-19.

De acordo com o estudo, as buscas por hotéis em Centro-Oeste e Sul aumentaram 43% e 19%, ao passo que as reservas concluídas subiram 95% e 75%, respectivamente. O acréscimo fez com que os Estados sulistas fossem responsáveis por 24,95% das reservas feitas no Brasil no período de 26 de abril a 2 de maio, ficando atrás apenas do Sudeste, que reuniu 45,59% das transações feitas no mesmo período. Os hotéis do Centro-Oeste correspondem a 8,99% dos pedidos no ínterim, enquanto Norte e Nordeste são 2,06% e 22,41% respectivamente.

Mais que o detalhamento das regiões, os números acima resumem uma tendência importante e igualmente boa para todas as regiões: o aumento da procura por hotéis. De acordo com o executivo de inteligência de Negócios da OMNIBEES, Emanoel Lima, a semana que vai de 26 de abril a dois de maio apresentou crescimento consiste, tendo variado 5,22% acima da chamada Semana Zero, que vai de 22 de março até 8 do mesmo mês (quando foram iniciadas essas pesquisas e a quarentena).

Na análise por data, nota-se que o maior volume de reservas ficou concentrado nos dois primeiros dias de maio. "O que nos leva a crer que esse aumento da demanda na semana passada tenha sido em função do feriado de 1º de Maio e por isso é necessário acompanhar a evolução das próximas semanas para entender se esse crescimento de 5,22% foi pontual ou se realmente representa uma tendência", pontua Lima.

Outro aspecto interessante para se notar na pesquisa da OMNIBEES diz respeito ao Book Window (diferença entre a data de pesquisa/reserva e a data de checkin). Esse número continua a apresentando tendência de queda, o que significa que as diárias estão sendo compradas para períodos mais próximos à data da aquisição. Na mais recente semana a média das compras é realizada com 60 dias de antecedência. Como pode ser visto no gráfico abaixo:
"Neste mesmo gráfico também podemos observar que a curva de pesquisas também vem apresentando uma tendência de crescimento pela segunda semana consecutiva", diz Lima. A semana de 26 de abril até 2 de maio foi fechada com 199 milhões pesquisas, tendo passado pela primeira vez o volume da Semana Zero.

TENDÊNCIA DE REGIONALIZAÇÃO
O executivo da OMNIBEES faz ainda um alerta sobre a geografia desses números. "Traçando um corte por distância dos destinos em relação às capitais, percebemos que os destinos entre 51 e 100 quilômetros de distância continuam liderando o crescimento em relação à Semana Zero, porém na última semana todos apresentam crescimento, com exceção das capitais", salienta.

O levantamento mostra também um ranking dos 15 destinos mais procurados entre 26 de abril e 2 de maio e na semana atual (de 3 de maio a 5 de maio). Nos dois períodos, Curitiba e Gramado aparecem como as cidades mais demandadas, com Florianópolis e Campinas se revezando na terceira e quarta posição.
"Por esse indicador podemos perceber que a semana atual está pior do que a semana anterior no mesmo período (domingo a terça-feira) tanto em pesquisas quanto em reservas, o que pode indicar o crescimento de 5,22% que percebemos no fechamento da semana passada tenha sido pontual", afirma Lima, lembrando que o ideal é que se aguarde a semana completa para ponderar melhor os números.

Os relatórios da OMNIBEES são disponibilizados para os clientes da empresa.