Denise Fraga encerra Fórum PANROTAS refletindo sobre gentileza
Atriz fez com que a 20ª edição do evento terminasse de maneira divertida e emocionante
Por Carla Lencastre, especial para o Portal PANROTAS
O segundo e último dia do Fórum PANROTAS, realizado em 7 e 8 de março no WTC Events Center, em São Paulo, terminou com palestras inspiradoras de três mulheres bem diferentes, em mais um reconhecimento do evento ao Dia Internacional da Mulher. Jodi McLaughlin, produtora executiva na Walt Disney Imagineering, contou como a Disney e seus imagineers estão transformando o Epcot, parque no Walt Disney World, na Flórida.
Em seguida foi a vez da consultora e escritora Rachel Maia inspirar outras mulheres com sua trajetória profissional. Ex-CEO da Lacoste no Brasil, ela é fundadora do Instituto Capacita-me, projeto de responsabilidade social, sem fins lucrativos, que busca diversidade e inclusão no mercado de trabalho. E, para encerrar o dia, a talentosa e premiada atriz Denise Fraga fez com que a 20ª edição do Fórum PANROTAS terminasse de maneira divertida e emocionante.
Denise falou sobre antirracismo, gentileza e tecnologia nos dias de hoje. De como estamos indiferentes ao outro. E de como é urgente mudarmos o modo de agir. “Inventamos uma sociedade onde sucesso não significa felicidade. A gente pode se perder neste jogo. Isso me inquieta.”, disse a atriz, que está em cartaz até 12 de março em São Paulo, no Teatro, Sérgio Cardoso com a peça “Eu de você”, um trabalho solo que oferece audiodescrição e tradução em libras em todas as sessões.
Foi a inquietação que levou Denise a começar uma nova carreira de escritora e palestrante. Ela estava viajando pelo Brasil com “A alma boa de Setsuan”, peça de Bertolt Brecht, e em entrevistas para promover o espetáculo em diferentes cidades do País falava muito sobre as ansiedades e a vontade de mudar o mundo para melhor. Daí foi um caminho natural passar a ser chamada para escrever colunas e palestrar em eventos.
“Até hoje me sinto nervosa com o ‘título’ de palestrante. Estou aqui para distribuir pulgas atrás da orelha. Comecei a falar sobre o poder da gentileza, inspirada pelo texto do Brecht. Realmente confio na eficácia da gentileza. Gentileza lucra, rende, mas dá trabalho. Você tem que se dedicar. Outro dia segurei a porta para uma pessoa e ela me agradeceu como se eu tivesse feito uma coisa de outro mundo.”
Logo, Denise percebeu que não fazia sentido falar sobre gentileza sem contextualizar com o mundo digital em que vivemos: “Acho até que podemos dividir a vida em antes e depois do WhatsApp. Tenho muito amor pelos áudios, eles me salvaram durante a pandemia. Hoje as pessoas aceleram os áudios. Isso é um pacto com o diabo”.
Denise contou uma história para ilustrar seu ponto de vista: “Estava em um aeroporto, sem celular, e precisava encontrar meu marido. Cheguei para um rapaz e perguntei: ‘Posso pedir um favor?’. A resposta foi um não. Se eu estivesse distraída, se não estivesse vivendo a vida com atenção, diria ‘Obrigada’ e procuraria outra pessoa. Mas resolvi jogar um jogo que inventei, chamado ‘Divertida captura e despertar de letárgicos’.”
Denise disse que insistiu na conversa, o rapaz emprestou o telefone e percebeu o quanto ela estava angustiada por não conseguir falar com o marido, o cineasta Luiz Villaça. Quando o casal finalmente se achou, o rapaz já tinha se transformado em outra pessoa e até comemorou o reencontro. Para Denise, nadar contra a corrente é a única maneira de lidar com a falta de gentileza, de empatia, com o descaso.
“Precisamos restabelecer a lógica. Não dá para conversar com uma pessoa que está respondendo mensagens no celular. No trabalho, isso acontece toda hora. Nós estamos sucumbindo ao excesso de tecnologia, e isso está afetando a produtividade das empresas. Se a gente não cuidar um do outro moralmente, vamos ladeira abaixo. Estamos todos no mesmo barco. Sinto como se estivesse tocando uma sirene forte, o prédio está pegando fogo, e nós saímos de pijama com o laptop na mão e ficamos sentados na calçada trabalhando enquanto o edifício pega fogo.” Denise deixou claro que não é contra a tecnologia, e que inclusive não vive sem ela. Mas chamou a atenção para os excessos que fazem com as pessoas deixem de prestar atenção umas nas outras.
Para encerrar, chamou a atenção para o racismo na sociedade brasileira: “Que sociedade é essa de maioria negra na qual os negros não frequentam o mesmo lugar que os brancos. Não basta não ser racista, temos que ser antirracista. As redes sociais podem nos enlouquecer. Mas as vozes que não eram ouvidas, agora são”.
O Fórum PANROTAS 2023 conta com a aliança institucional da CNC Sesc Senac, com patrocínio do Sebrae Nacional, e também de Accor, Ancoradouro, Aviva, Bee2Pay, Befly, BWH Hotel Group, Clickbus, Copastur, Coris, CVC Corp, Delta Air Lines e Latam Airlines, Disney Destinations, Elo, ETS, Gol Air France-KLM, Grand Palladium, Grupo Cataratas, Grupo Decolar, Grupo Leceres, Grupo R1, GTA, Iberostar, Localiza&Co, Maceió CVB/Sedetur Alagoas, Mato Grosso do Sul, Mondiale, Movida, Omnibees, Royal Palm Hotels and Resorts, Sabre, Sheraton São Paulo WTC Hotel, Shift, Tes Cenografia, Tour House, ViagensCorp, ViagensPromo, Visit Argentina e Visite São Paulo.
O segundo e último dia do Fórum PANROTAS, realizado em 7 e 8 de março no WTC Events Center, em São Paulo, terminou com palestras inspiradoras de três mulheres bem diferentes, em mais um reconhecimento do evento ao Dia Internacional da Mulher. Jodi McLaughlin, produtora executiva na Walt Disney Imagineering, contou como a Disney e seus imagineers estão transformando o Epcot, parque no Walt Disney World, na Flórida.
Em seguida foi a vez da consultora e escritora Rachel Maia inspirar outras mulheres com sua trajetória profissional. Ex-CEO da Lacoste no Brasil, ela é fundadora do Instituto Capacita-me, projeto de responsabilidade social, sem fins lucrativos, que busca diversidade e inclusão no mercado de trabalho. E, para encerrar o dia, a talentosa e premiada atriz Denise Fraga fez com que a 20ª edição do Fórum PANROTAS terminasse de maneira divertida e emocionante.
Denise falou sobre antirracismo, gentileza e tecnologia nos dias de hoje. De como estamos indiferentes ao outro. E de como é urgente mudarmos o modo de agir. “Inventamos uma sociedade onde sucesso não significa felicidade. A gente pode se perder neste jogo. Isso me inquieta.”, disse a atriz, que está em cartaz até 12 de março em São Paulo, no Teatro, Sérgio Cardoso com a peça “Eu de você”, um trabalho solo que oferece audiodescrição e tradução em libras em todas as sessões.
Foi a inquietação que levou Denise a começar uma nova carreira de escritora e palestrante. Ela estava viajando pelo Brasil com “A alma boa de Setsuan”, peça de Bertolt Brecht, e em entrevistas para promover o espetáculo em diferentes cidades do País falava muito sobre as ansiedades e a vontade de mudar o mundo para melhor. Daí foi um caminho natural passar a ser chamada para escrever colunas e palestrar em eventos.
“Até hoje me sinto nervosa com o ‘título’ de palestrante. Estou aqui para distribuir pulgas atrás da orelha. Comecei a falar sobre o poder da gentileza, inspirada pelo texto do Brecht. Realmente confio na eficácia da gentileza. Gentileza lucra, rende, mas dá trabalho. Você tem que se dedicar. Outro dia segurei a porta para uma pessoa e ela me agradeceu como se eu tivesse feito uma coisa de outro mundo.”
Logo, Denise percebeu que não fazia sentido falar sobre gentileza sem contextualizar com o mundo digital em que vivemos: “Acho até que podemos dividir a vida em antes e depois do WhatsApp. Tenho muito amor pelos áudios, eles me salvaram durante a pandemia. Hoje as pessoas aceleram os áudios. Isso é um pacto com o diabo”.
Denise contou uma história para ilustrar seu ponto de vista: “Estava em um aeroporto, sem celular, e precisava encontrar meu marido. Cheguei para um rapaz e perguntei: ‘Posso pedir um favor?’. A resposta foi um não. Se eu estivesse distraída, se não estivesse vivendo a vida com atenção, diria ‘Obrigada’ e procuraria outra pessoa. Mas resolvi jogar um jogo que inventei, chamado ‘Divertida captura e despertar de letárgicos’.”
Denise disse que insistiu na conversa, o rapaz emprestou o telefone e percebeu o quanto ela estava angustiada por não conseguir falar com o marido, o cineasta Luiz Villaça. Quando o casal finalmente se achou, o rapaz já tinha se transformado em outra pessoa e até comemorou o reencontro. Para Denise, nadar contra a corrente é a única maneira de lidar com a falta de gentileza, de empatia, com o descaso.
“Precisamos restabelecer a lógica. Não dá para conversar com uma pessoa que está respondendo mensagens no celular. No trabalho, isso acontece toda hora. Nós estamos sucumbindo ao excesso de tecnologia, e isso está afetando a produtividade das empresas. Se a gente não cuidar um do outro moralmente, vamos ladeira abaixo. Estamos todos no mesmo barco. Sinto como se estivesse tocando uma sirene forte, o prédio está pegando fogo, e nós saímos de pijama com o laptop na mão e ficamos sentados na calçada trabalhando enquanto o edifício pega fogo.” Denise deixou claro que não é contra a tecnologia, e que inclusive não vive sem ela. Mas chamou a atenção para os excessos que fazem com as pessoas deixem de prestar atenção umas nas outras.
Para encerrar, chamou a atenção para o racismo na sociedade brasileira: “Que sociedade é essa de maioria negra na qual os negros não frequentam o mesmo lugar que os brancos. Não basta não ser racista, temos que ser antirracista. As redes sociais podem nos enlouquecer. Mas as vozes que não eram ouvidas, agora são”.
O Fórum PANROTAS 2023 conta com a aliança institucional da CNC Sesc Senac, com patrocínio do Sebrae Nacional, e também de Accor, Ancoradouro, Aviva, Bee2Pay, Befly, BWH Hotel Group, Clickbus, Copastur, Coris, CVC Corp, Delta Air Lines e Latam Airlines, Disney Destinations, Elo, ETS, Gol Air France-KLM, Grand Palladium, Grupo Cataratas, Grupo Decolar, Grupo Leceres, Grupo R1, GTA, Iberostar, Localiza&Co, Maceió CVB/Sedetur Alagoas, Mato Grosso do Sul, Mondiale, Movida, Omnibees, Royal Palm Hotels and Resorts, Sabre, Sheraton São Paulo WTC Hotel, Shift, Tes Cenografia, Tour House, ViagensCorp, ViagensPromo, Visit Argentina e Visite São Paulo.