O quão grande é uma geleira? - parte 5
O diário de bordo do cruzeiro expedicionário da Ponant rumo à Antártica segue nesta semana
ANTÁRTICA - A esta altura a ideia de que eu estava de fato na Antártica já tinha se consolidado na minha cabeça. Eu tinha "conquistado" minha entrada atravessando a Passagem de Drake e, desde então, colecionava memórias: as boas vindas dos pinguins, o ronco dos leões marinhos, a subida a um geleiro e a companhia de uma baleia jubarte. Essas memórias estão relatadas em outros artigos deste diário de bordo (leia aqui a parte 1, parte 2, parte 3 e parte 4).
A familiarização era dupla, se passava com tudo o que acontecia dentro e fora do navio. Os cenários e a vida selvagem nunca deixaram de impressionar, assim como o serviço atencioso e as sopas que eram servidas no jantar. Mas pouco a pouco me acostumava com a realidade de que eu estava num cruzeiro de luxo em expedição à Antártica.
Relações se formavam dentro do Le Soléal. Eu podia e queria ficar horas conversando com os queridos norte-americanos James e Molly. Até guia favorito você acaba definindo - no meu caso era Dani Abras (@danibaleia), não só por ser brasileira, mas também pelo profundo conhecimento e pela latente paixão que essa mineira de BH demonstrou pelos temas tratados (em especial as baleias).
OUTRO TIPO DE PASSEIO
A cada dia que passava também ficávamos mais experientes nas expedições. Todas as camadas de roupas já tinham seu lugar dentro da cabine, botas e parkas pendiam em cabides do lado de fora, eu não saía sem passar protetor labial e bloqueador solar. A rotina de preparo tornara-se algo mais natural, os 20 minutos do primeiro dia agora já eram cinco.
Hoje seríamos apresentados a uma nova forma de passeio, um cruzeiro panorâmico. Em regiões onde não é possível o desembarque, a visita é toda realizada a bordo de Zodiacs, os barquinhos de suporte às operações do cruzeiro.
Spert Island era o destino. Um arquipélago de rochedos íngremes espalhados por um mar azul intenso. Tons de azul escuro na água, outros azuis claros em icebergs e geleiras. Outro tanto de tons acinzentados nos rochedos, ainda pincelados por musgos verdes e minerais alaranjados.
Tudo girava em torno de cores. Algo que eu já havia me acostumado a esse ponto, mas definitivamente uma completa surpresa para quem chega aqui com a ideia de que a Antártica vai ser toda branca.
Os 90 minutos de passeio voaram. Nas voltas das expedições, o protocolo de boas vindas da tripulação era delicioso: uma bebida para esquentar os corpos expostos ao frio antártico. Chocolate quente com Bailey's foi de longe o meu favorito.
Ainda teríamos tempo para mais outra atividade ao final do dia, afinal este é um cruzeiro de expedição e a tripulação faz de tudo para ampliar as janelas de atividades. Dessa vez retomávamos o esquema de desembarques e passeios a pé, agora num local que foi designado por ingleses como a rota de entrada para suas explorações na década de 1960.
Na Antártica há uma questão difícil de lidar, seja a olho nu, seja por filmes ou fotos, que é a escala. A começar pela minha inabilidade em distinguir se um objeto está a 15 ou 30 metros. Depois pela falta de repertório: meus olhos não estão acostumados a ler geleiras.
Portal Point era uma das diversas abóbadas formadas pelo acúmulo de gelo sobre a superfície rochosa. Do navio, eu me questionava o tamanho daquilo. Deve ter o tamanho de um caminhão. Hm, acho que tá mais pra 100 caminhões. Caminhar sobre essa tal abóbada e perceber que, na Antártica, caminhões não servem como unidade de medida foi o ensinamento do dia.
O diário de bordo segue esta semana aqui no Portal PANROTAS. O cruzeiro expedicionário da Ponant rumo à Antártica também é destaque na edição desta semana da Revista PANROTAS, não deixe de conferir!
O Portal PANROTAS viajou a convite da Qualitours e da Ponant
A familiarização era dupla, se passava com tudo o que acontecia dentro e fora do navio. Os cenários e a vida selvagem nunca deixaram de impressionar, assim como o serviço atencioso e as sopas que eram servidas no jantar. Mas pouco a pouco me acostumava com a realidade de que eu estava num cruzeiro de luxo em expedição à Antártica.
Relações se formavam dentro do Le Soléal. Eu podia e queria ficar horas conversando com os queridos norte-americanos James e Molly. Até guia favorito você acaba definindo - no meu caso era Dani Abras (@danibaleia), não só por ser brasileira, mas também pelo profundo conhecimento e pela latente paixão que essa mineira de BH demonstrou pelos temas tratados (em especial as baleias).
OUTRO TIPO DE PASSEIO
A cada dia que passava também ficávamos mais experientes nas expedições. Todas as camadas de roupas já tinham seu lugar dentro da cabine, botas e parkas pendiam em cabides do lado de fora, eu não saía sem passar protetor labial e bloqueador solar. A rotina de preparo tornara-se algo mais natural, os 20 minutos do primeiro dia agora já eram cinco.
Hoje seríamos apresentados a uma nova forma de passeio, um cruzeiro panorâmico. Em regiões onde não é possível o desembarque, a visita é toda realizada a bordo de Zodiacs, os barquinhos de suporte às operações do cruzeiro.
Spert Island era o destino. Um arquipélago de rochedos íngremes espalhados por um mar azul intenso. Tons de azul escuro na água, outros azuis claros em icebergs e geleiras. Outro tanto de tons acinzentados nos rochedos, ainda pincelados por musgos verdes e minerais alaranjados.
Tudo girava em torno de cores. Algo que eu já havia me acostumado a esse ponto, mas definitivamente uma completa surpresa para quem chega aqui com a ideia de que a Antártica vai ser toda branca.
Os 90 minutos de passeio voaram. Nas voltas das expedições, o protocolo de boas vindas da tripulação era delicioso: uma bebida para esquentar os corpos expostos ao frio antártico. Chocolate quente com Bailey's foi de longe o meu favorito.
Ainda teríamos tempo para mais outra atividade ao final do dia, afinal este é um cruzeiro de expedição e a tripulação faz de tudo para ampliar as janelas de atividades. Dessa vez retomávamos o esquema de desembarques e passeios a pé, agora num local que foi designado por ingleses como a rota de entrada para suas explorações na década de 1960.
Na Antártica há uma questão difícil de lidar, seja a olho nu, seja por filmes ou fotos, que é a escala. A começar pela minha inabilidade em distinguir se um objeto está a 15 ou 30 metros. Depois pela falta de repertório: meus olhos não estão acostumados a ler geleiras.
Portal Point era uma das diversas abóbadas formadas pelo acúmulo de gelo sobre a superfície rochosa. Do navio, eu me questionava o tamanho daquilo. Deve ter o tamanho de um caminhão. Hm, acho que tá mais pra 100 caminhões. Caminhar sobre essa tal abóbada e perceber que, na Antártica, caminhões não servem como unidade de medida foi o ensinamento do dia.
O diário de bordo segue esta semana aqui no Portal PANROTAS. O cruzeiro expedicionário da Ponant rumo à Antártica também é destaque na edição desta semana da Revista PANROTAS, não deixe de conferir!
O Portal PANROTAS viajou a convite da Qualitours e da Ponant