Pedro Menezes   |   07/04/2025 08:19

Parquetur: descoberta interdita sítio arqueológico no Parque Nacional do Itatiaia

Descoberta arqueológica revela pinturas rupestres milenares a 2.350 metros de altitude

Divulgação
Os traços das pinturas possuem similaridade com a Tradição São Francisco, encontrada entre Minas Gerais e Bahia
Os traços das pinturas possuem similaridade com a Tradição São Francisco, encontrada entre Minas Gerais e Bahia

O Parque Nacional do Itatiaia, localizado na divisa entre Rio de Janeiro e Minas Gerais, foi palco de uma descoberta arqueológica inédita: pela primeira vez no estado do Rio de Janeiro foram identificadas pinturas rupestres que indicam vestígios de ocupação humana há milhares de anos.

As pinturas estão situadas a 2.350 metros de altitude, no recém-nomeado Sítio Arqueológico Agulhas Negras, e foram descobertas por Andrés Conquista, supervisor da Parquetur, concessionária que atua na administração do uso público do Parque Nacional do Itatiaia.

Os registros são de formas geométricas, zoomorfas e bicromia, com tons de vermelho e amarelo-alaranjado e um dos desenhos se destaca pela semelhança com um lagarto visto de cima.

Os traços das pinturas possuem similaridade com a Tradição São Francisco, encontrada entre Minas Gerais e Bahia. Se essa relação for confirmada, este será o registro mais ao sul dessa tradição no Brasil, ampliando as evidências das conexões culturais entre povos de diferentes regiões.

"Esta descoberta reforça a importância da conservação do Parque Nacional do Itatiaia, não apenas como importante reserva natural, mas também como um território fundamental para compreendermos a história das civilizações que habitaram essa região"

Pedro Cleto, diretor executivo da Parquetur

A data exata das pinturas ainda não foi determinada, mas as análises estão sendo conduzidas por especialistas do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

"A preservação desse patrimônio é essencial para que possamos entender melhor a história das ocupações humanas no Brasil. Os estudos irão fornecer informações valiosas sobre as culturas que habitaram a região de Itatiaia e suas relações com outros grupos"

Felipe Cruz Mendonça, Chefe do Parque Nacional do Itatiaia/ICMBio

Até a conclusão das pesquisas, a visitação ao sítio arqueológico não está autorizada e o local está sendo monitorado para garantir sua preservação.

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