Visit Miami reforça seu compromisso em bem receber o turista LGBT; entenda
Dan Rios, diretor do CVB para esse segmento, falou com a PANROTAS durante viagem com a Orinter
O diretor de Marketing do Visit Miami para o público LGBTQIA+, Dan Rios, foi um dos anfitriões do famtour que a Orinter promoveu na semana passada na cidade da Flórida. Rios desenhou pessoalmente o roteiro do famtour e quis mostrar aos agentes de viagens convidados pela Orinter duas regiões principais: South Beach, o hub do Turismo LGBT em Miami, e Wynwood, região que tem crescido muito recentemente, com atrativos, hotéis (o Arlo Wynwood hospedou o grupo por duas noites, mas um Moxy será aberto em breve), vida noturna e restaurantes, tendo como cenário e motivo principal da visita a arte de rua em diversos murais, painéis, museus e galerias.
“Esse é o diferencial de Miami. Oferece uma experiência de praia, de relax, mas também é um destino urbano completo, com bairros incríveis, como Wynwood ou Downtown Miami, que passa também por uma revitalização e tem ganhado grandes investimentos”, explica Dan Rios.
O grupo visitou atividades específicas para o público LGBT, como a experiência de praia em South Beach e o drag brunch da Palace, além da noite de karaokê no Hotel Gaythering, mas também outros atrativos turísticos, como tours guiados em Viscaya, no museu Wolfsonian FIU e Wynwood. E, claro, ficou muita coisa para ser visitada, tamanha é a oferta de atrações de Miami para todos os públicos.
Em entrevista à PANROTAS, Dan Rios falou dos investimentos do Visit Miami, desde a década de 1990, para bem receber o público LGBT, e como o profissional de viagens brasileiro pode acessar informações para vender essa Miami a seus clientes. Em um período em que a Flórida, como Estado, vive um momento delicado em relação ao Turismo LGBT, Miami faz questão de reforçar seu compromisso com esse público. Durante um dos jantares com o grupo da Orinter, Dan Rios fez um brinde com um drinque batizado de “Say Gay”, para mostrar que em Miami todos podem ser quem realmente são e serão muito bem-vindos.
Acompanhando o grupo estavam Lia Hirakawa, da Imaginadora, que representa o Visit Miami no Brasil, e Jorge Souza, da Orinter, que convidou os agentes de viagens.
PANROTAS – Qual a importância do mercado LGBT+ para o Turismo de Miami?
DAN RIOS – Trabalhamos de forma consciente com o mercado LGBT desde 1997, quando fizemos nossa primeira press trip com jornalistas especializados. Desde então é um segmento que vem crescendo. Fazemos pesquisas constantes, mas somente com o público doméstico – que, no ano passado, representou 1,8 milhão de visitantes LGBT dos Estados Unidos. O que é muito significativo, o impacto é econômico desse público é de bilhões de dólares. Mas sabemos também que Miami é 50% internacional, então o turista LGBT de fora também tem Miami como um destino preferencial.
A importância de investir nesse mercado passa também pelo nosso papel de mostrar que somos um destino realmente inclusivo, não apenas para os visitantes LGBT+, mas também para pessoas de cor, para todos os tipos de família... Pense em um público, e estamos prontos para recebê-los bem.
Cerca de 60% das pessoas que moram em Miami nasceram fora dos Estados Unidos. Não temos como não abraçar a diversidade e sermos inclusivos. Somos uma cidade para onde as pessoas vêm abraçar e vivenciar essa diversidade.
PANROTAS – E o que Miami tem que atrai esse público LGBT?
RIOS – Além da inclusão e do incentivo à diversidade, e um lugar que dita tendências, Miami é uma combinação de um destino de praias belíssimas, com toda a estrutura e conforto, com um destino urbano, com ótimas experiências gastronômicas e culturais, museus, arte de rua, nightlife, eventos, uma cidade vibrante. Essa combinação, de um destino para relaxar e também uma cidade para ser curtida e explorada é o que nos diferencia.
PANROTAS – O turista LGBT também é muito atraído por eventos. Eles estão distribuídos durante todo o ano, ou mais na alta temporada?
RIOS – A maioria dos eventos acontece de março a junho, na nossa alta temporada, mas também temos eventos muito importantes fora dessa janela. Em outubro, temos os eventos do Celebrate Orgullo; em novembro, o Urge Miami; Art Basel é na primeira semana de dezembro e atrai todos os públicos.
PANROTAS – O público LGBT encontra atrativos por toda Miami ou tudo está concentrado em South Beach?
RIOS – South Beach é o hub (para o público LGBT), onde estão os dois hotéis dedicados à comunidade (Axel e Gaythering), a praia, restaurantes. Mas temos também Wynwood, uma região colorida, energética e estimulante, que tem crescido muito, inclusive na hospitalidade ao público LGBT. Por isso, nesse famtour com a Orinter, focamos nessas duas áreas, para que os agentes de viagens tivessem a experiência à beira mar e a de cidade também, com Wynwood e Downtown.
Mas também temos, e isso é um grande diferencial de Miami, muita coisa fora desses núcleos, por exemplo quando vamos ao parque Everglades, podemos fazer um tour com os membros da tribo Miccosukee, e ver um lado completamente diferente de Miami que as pessoas simplesmente não esperam. Miami tem exemplos de inclusão e diversidade em todas as regiões.
PANROTAS – Como os agentes de viagens podem se preparar para vender a MIAMI LGBT?
RIOS – Estamos trazendo profissionais para conhecerem a Miami LGBT, como estamos fazendo com a Orinter, e vamos continuar fazendo, tanto no Brasil quanto em outros mercados importantes. Nossa organização, Visit Miami, está disponível para responder a qualquer dúvida e fornecer mais informações. Os profissionais do Brasil podem me acionar a qualquer momento, pelo dan@gmcvb.com.
Temos também um website dedicado para o conteúdo LGBTQ+: visitmiamilgbtq.com. E todo esse conteúdo também está disponível por meio do portal principal, o visitmiami.com, o que mostra a importância da inclusão para o destino. Também temos redes sociais específicas para mostrar a Miami LGBT, no Instagram, X e Facebook (@visitmiamilgbtq).
PANROTAS – Como o destino evoluiu para atender e bem receber todos os tipos de turistas LGBT, sejam eles abertamente assumidos ou não?
RIOS – No começo, estávamos focados no G de LGBTQ, em gay travel. Muitos homens jovens gays vinham para Miami e aprendemos muito com eles, para depois estendermos esse know how para bem receber as comunidades de lésbicas e pessoas trans, e, mais recentemente, pessoas não binárias e de gênero fluido. Essas últimas são comunidades que não conhecíamos nas décadas de 1980 e 1990 e que mostram que temos de ser inclusivos e hospitaleiros em todos os aspectos da comunidade LGBTQ+.
PANROTAS – Os fornecedores, a hotelaria em específico, trabalham próximos ao Visit Miami, dentro da estratégia de um destino diverso e inclusivo?
RIOS – Miami tem uma ampla gama de hotéis, do luxo à exclusividade, do corporativo ao focado em famílias, dos resorts aos específicos para a comunidade, como o Axel e o Gaythering. Trabalhamos muito próximos dos hotéis, para preparar a indústria para bem receber o público LGBT. E também com outros fornecedores. Temos um treinamento bem completo, que procuramos estender a toda a indústria em Miami, dos hotéis aos motoristas de Uber.
PANROTAS – E como tem sido o trabalho com o mercado brasileiro?
RIOS – O mercado brasileiro é muito importante e tenho estado no Brasil com nossas missões ou em eventos, como o LGBT Expo (este ano Dan estará ainda no Festuris, em novembro). Também temos uma parceria com a IGLTA para fazer essa conexão e promovemos muitas viagens para a mídia – a mais recente foi em abril.
PANROTAS – O que podemos esperar de Miami nos próximos anos?
RIOS – Nos próximos anos, veremos um crescimento muito grande em Miami, com muitas aberturas de hotel até a Copa do Mundo de 2026. Por causa desse crescimento, teremos muito mais eventos querendo vir para Miami, e vou trabalhar para que muitos desses eventos sejam para o público LGBTQ+.
PANROTAS – E como Miami lida com a concorrência de outros destinos da Flórida que também levantam a bandeira da diversidade e querem o público LGBT?
RIOS – Miami é o portão de entrada para os latino-americanos e é um destino bem diferente de Fort Lauderdale e de Key West, por exemplo. Então são destinos que se complementam e não competem entre si. Eu acho que o visitante que vier a Miami e visitar outros destinos, terá experiências diferentes em cada lugar. E ele deve ter essas experiências.
A PANROTAS viajou a convite da Orinter e Visit Miami, com proteção GTA