Da Redação   |   05/12/2024 08:00

Saúde nas alturas: como proteger seu corpo em voos longos

Descubra os impactos da altitude e pressurização no corpo e como proteger a saúde em viagens de avião

Divulgação/Pixabay
Os aviões operam em condições atípicas para o nosso corpo, com altitudes superiores a 10 mil metros. A cabine é pressurizada para simular altitudes de até 2.400 metros mas, ainda assim, mudanças ocorrem em nosso organismo
Os aviões operam em condições atípicas para o nosso corpo, com altitudes superiores a 10 mil metros. A cabine é pressurizada para simular altitudes de até 2.400 metros mas, ainda assim, mudanças ocorrem em nosso organismo

Viajar de avião é um dos meios de transporte mais seguros e rápidos, no entanto, a experiência de voar não é completamente neutra para o corpo humano. A pressurização da cabine, essencial para garantir o conforto e segurança dos passageiros em altitudes de até 12 mil metros, simula a pressão atmosférica de cerca de 2.400 metros acima do nível do mar.

Esse ambiente, combinado com a baixa umidade do ar — que chega a ser de apenas 20%, contra 40% a 60% de ambientes normais —, pode causar impactos físicos notáveis, desde inchaços até problemas respiratórios. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), voos longos aumentam o risco de trombose venosa profunda (TVP) em até três vezes, especialmente em pessoas predispostas.

Além disso, o impacto não se restringe apenas aos humanos. Animais de estimação que acompanham seus tutores nas viagens, como cães e gatos, também sofrem com os efeitos da altitude, pressão e estresse durante o voo. Com o aumento das viagens aéreas globais, compreender os efeitos do voo no corpo e aprender estratégias para minimizá-los é essencial para uma experiência segura e confortável.

Como o corpo humano reage durante um voo

Os aviões operam em condições atípicas para o nosso corpo, com altitudes superiores a 10 mil metros. A cabine é pressurizada para simular altitudes de até 2.400 metros mas, ainda assim, mudanças ocorrem em nosso organismo:

1. Pressão atmosférica reduzida

A menor pressão atmosférica reduz o oxigênio disponível no sangue, causando:

  • Hipóxia leve: Sensação de cansaço e tontura.
  • Inchaço: Ocorre principalmente nas extremidades, como pés e tornozelos, devido à circulação reduzida.

2. Baixa umidade do ar

A umidade na cabine é em torno de 20%, causando:

  • Desidratação: Pele seca, sede e olhos irritados.
  • Problemas respiratórios: A baixa umidade pode agravar condições como sinusite ou asma.

3. Circulação comprometida

A combinação de imobilidade prolongada e pressão reduzida pode levar a:

  • Risco de trombose venosa profunda (TVP): Formações de coágulos, especialmente em pessoas predispostas.
  • Fadiga muscular: Ficar sentado por longos períodos reduz o fluxo sanguíneo nas pernas.

É perigoso voar após uma lesão?

Se você sofreu uma lesão recente, como uma torção ou fratura, atenção é fundamental:

  • Riscos de inchaço: A pressão reduzida pode agravar o inchaço da área lesionada.
  • Trombose: Lesões nas pernas, como torções, podem aumentar o risco de coágulos. Consulte um médico antes de voar.
  • Imobilização: Gessos e talas podem prejudicar a circulação, aumentando o risco de complicações.

Cuidados especiais para lesões recentes

  • Utilize meias de compressão para melhorar a circulação.
  • Movimente as pernas regularmente durante o voo.
  • Mantenha-se hidratado para evitar desidratação e complicações.

Efeitos em animais de estimação a bordo

Cães e gatos, que são os animais mais comumente transportados nas cabines, também enfrentam desafios durante voos:

  • Stress e ansiedade: Mudanças de pressão e ruídos altos podem causar desconforto nos pets.
  • Problemas respiratórios: Algumas raças, como pugs e gatos persas, são mais vulneráveis devido à anatomia respiratória.
  • Desidratação: Assim como humanos, os animais podem se desidratar.

Dicas para proteger seu pet durante o voo

  • Escolha uma transportadora confortável e bem ventilada.
  • Consulte o veterinário para avaliar a saúde do animal antes da viagem.
  • Ofereça água antes e depois do voo.

Como evitar os efeitos desconfortáveis ou perigosos

  1. Hidrate-se bem. Beba ao menos 250 ml de água por hora de voo.Evite álcool e cafeína, que podem desidratar.
  2. Movimente-se regularmente. Levante-se a cada 1-2 horas para caminhar no corredor.Faça exercícios simples sentado, como flexionar e estender os pés.
  3. Use roupas confortáveis. Evite roupas apertadas que dificultem a circulação.Meias de compressão são recomendadas para voos longos.
  4. Cuide da respiração. Inspire profundamente algumas vezes para melhorar a oxigenação. Utilize spray nasal para evitar ressecamento nas vias respiratórias.

Exercícios simples para voos longos

Exercícios para as pernas e pés

  • Levantamento de calcanhares: Levante os calcanhares enquanto mantém os dedos no chão.
  • Rotação de tornozelos: Gire os pés em círculos para melhorar o fluxo sanguíneo.
  • Alongamento de pernas e lombar: Devagar, tente tocar as pontas dos dedos das mãos nos dedos dos pés, deixando a cabeça tombar solta.

Exercícios para a parte superior do corpo

  • Alongamento de braços: Estenda os braços acima da cabeça e segure por 10 segundos.
  • Inclinação lateral: Incline o tronco para os lados enquanto está sentado.

Viajar de avião pode ser seguro e confortável com os cuidados certos. Entender como o corpo reage à pressão, baixa umidade e imobilidade ajuda a prevenir problemas de saúde. Além disso, com simples ajustes e exercícios, você pode minimizar os riscos e garantir que tanto você quanto seus pets tenham uma experiência tranquila nos ares, chegando ao seu destino com vigor e bem-estar.

Carla Furtado, especial para o Portal PANROTAS.

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