Beatrice Teizen   |   21/12/2022 10:54

Busca de pilotos brasileiros por trabalho nos EUA cresce 200%

Insatisfação dos profissionais do Brasil, representada pela atual greve, é um dos fatores motivadores

Unsplash/Jon Flobrant
Insatisfação dos profissionais do Brasil, representada pela atual greve no Brasil, é um dos fatores motivadores
Insatisfação dos profissionais do Brasil, representada pela atual greve no Brasil, é um dos fatores motivadores
Pesquisa da Dell´Ome Law Firm, escritório com sede em Nova York especializado em imigração de brasileiros para os Estados Unidos, aponta que comparado ao ano de 2021, cresceu em 200% a busca de pilotos brasileiros por trabalho nos Estados Unidos em 2022. O número engloba o primeiro semestre deste ano, comparado a todo 2021, e deve ganhar ainda mais altitude.

A insatisfação de pilotos brasileiros, representada pela atual greve nos aeroportos, somada aos cerca de 145 mil novos pilotos que os EUA precisarão ao longo da próxima década, de acordo com o Escritório de Estatísticas do Trabalho americano - Bureau of Labor Statistics (BLS), são fatores motivadores.

O apagão de pilotos no país norte-americano tem um principal motivo: a pandemia provocada pela covid-19 fez com que muitos desses profissionais se aposentassem antecipadamente. A aposentadoria é, inclusive, um dos principais fatores para a previsão da próxima década — só na American Airlines, 5 mil deles se aposentarão nos próximos sete anos. Resultado: o Brasil, país que forma pilotos qualificados, deverá “exportar” parte deles nos próximos anos por meio de vistos como o EB-2 NIW, modalidade pretendida quando pode-se provar a capacidade profissional e ser dispensar de atrelar a solicitação a uma vaga de trabalho já existente. Por isso, é denominado “National Interest Waiver “, ou “Força de Interesse Nacional”.

Segundo a advogada brasileira Liz Dell’Ome, fundadora da Dell’Ome Law Firm, pilotos estão em 4º lugar entre os profissionais que mais procuram o escritório em busca de assistência jurídica para obtenção de vistos de trabalho. “Aposentadoria e a retomada do Turismo de lazer pós-pandemia têm sido altamente impactantes no setor. A demanda simplesmente não consegue ser atendida e há a possibilidade de o piloto solicitar visto já com contrato de trabalho ou, neste caso, um passo antes, já que sua habilidade profissional trará grande benefício aos EUA”, explica a advogada.

A pesquisa do escritório americano ainda aponta que dos pilotos que contratram Liz Dell´Ome para esse trabalho, 75% deles estão na região Sudeste do Brasil, seguindo pelo Sul, com 12,5%; Nordeste com 7,14%; Centro-Oeste com 5,36%. A região Norte do país não apareceu no levantamento. Dos candidatos, 58% são casados e estão acima dos 40 anos de idade.

Com salários que giram em torno de US$ 200 mil por ano, pilotos são os trabalhadores mais bem pagos da América depois dos médicos. Por ano, há cerca de 14,5 mil vagas em aéreas americanas. Mas, apesar do otimismo nas nuvens, é preciso ter um pouco de pé no chão. Cautela é um substantivo que precisa fazer parte do processo de solicitação do EB-2 NIW. “É preciso se preparar, e ter a assessoria correta para atuar com essa solicitação, que tem muitos pormenores a serem considerados pelo candidato a esse visto”, explica Liz.

O período do processo para obtenção do Green Card leva em média 18 meses e há detalhes para que o pedido seja atendido.

Quer receber notícias como essa, além das mais lidas da semana e a Revista PANROTAS gratuitamente?
Entre em nosso grupo de WhatsApp.

Tópicos relacionados