Pedro Menezes   |   03/02/2025 17:20
Atualizada em 03/02/2025 20:39

Voepass anuncia reestruturação financeira para pagar obrigações de curto prazo

Companhia informa que as operações seguem com normalidade, assim como a venda de passagens e as reservas


Divulgação/Guilherme Dotto
O pedido, que contempla o reperfilamento da condição de endividamento, visa organizar os passivos e seu fluxo de caixa
O pedido, que contempla o reperfilamento da condição de endividamento, visa organizar os passivos e seu fluxo de caixa

A Voepass Linhas Aéreas acaba de anunciar que deu início a uma reestruturação financeira para pagar as suas obrigações de curto prazo. O pedido de tutela preparatória na forma da legislação vigente já foi ajuizado, também com o objetivo de fortalecer a estrutura de capital para obter sustentabilidade no longo prazo.

O pedido, que contempla o reperfilamento da condição de endividamento, visa organizar os passivos e seu fluxo de caixa. Por outro lado, a companhia deixa claro que a operação de suas rotas atuais segue com normalidade, assim como a venda de passagens e as reservas.

“Mesmo diante de tantas adversidades setoriais, considerando todos os desafios que a aviação no Brasil enfrenta há algum tempo, como é de conhecimento público, nós chegamos aos 30 anos de atuação na aviação regional - a companhia aérea há mais tempo em operação no Brasil -, pautando nossa história pela resiliência e pela busca de soluções, sempre focada na missão de tornar possível conectar o interior do País com um serviço de qualidade”

José Luiz Felício Filho, CEO da Voepass Linhas Aéreas
Bruno Spada/Câmara dos Deputados
José Luiz Felício Filho, CEO da Voepass Linhas Aéreas
José Luiz Felício Filho, CEO da Voepass Linhas Aéreas

Em meados de 2024, a Voepass contava com uma ampla malha e saúde financeira propícia para continuar sua expansão programada, que foi impactada pelo acidente do voo 2283, em agosto de 2024. "A medida é um caminho importante para que a empresa continue honrando compromissos com seus passageiros, colaboradores, parceiros e credores", informou a companhia.

A companhia ressalta ainda que seguirá priorizando salários e benefícios dos colaboradores normalmente ao longo desse processo e que as atividades serão mantidas; assim como cumprirá com os pagamentos pelos serviços prestados e produtos entregues a partir da data deste processo.

“Com esta medida, conseguiremos, em breve, retomar o fôlego financeiro e dar início a uma reestruturação para que a Voepass mantenha sua função social e continue com sua missão, que é de interesse da sociedade, desenvolvendo a aviação regional brasileira e viabilizando a manutenção de centenas de empregos”

José Luiz Felício Filho, CEO da Voepass Linhas Aéreas

Mais pontos da decisão da Voepass

  • A medida não engloba os processos indenizatórios ligados ao acidente ocorrido em agosto de 2024, já que estes estão sendo realizados através da seguradora. A companhia segue empenhada nas tratativas com as famílias para garantir a conclusão do processo da forma mais ágil e satisfatória possível"
  • Diante deste novo momento, segundo a Voepass, a medida se fez necessária, já que o mercado da aviação comercial passa por uma crise setorial, sofrendo desde a pandemia com o fechamento do espaço aéreo que restringiu a 30% de realização da projeção de passageiros transportados para o ano de 2020 e impactou drasticamente o fluxo de caixa da companhia; enfrentando os efeitos econômicos diretos decorrentes da influência na base de seus custos de componentes macroeconômicos como o dólar e o petróleo; considerando o custo operacional da atividade aérea, que envolve a manutenção das aeronaves, incluindo reparo e substituição de peças importadas e o alto valor do leasing, ambos em dólar.

Antiga Passaredo já tinha pedido recuperação judicial em 2012

Divulgação/Passaredo
Voepass, antiga Passaredo, já tinha pedido recuperação judicial em 2012
Voepass, antiga Passaredo, já tinha pedido recuperação judicial em 2012

Esta não é a primeira vez que a Voepass passa por algo parecido. Em 2012, a antiga Passaredo, presidida pelo comandante José Luiz Felício Filho, já tinha entrado com pedido de recuperação judicial.

Na época, a justificativa para os problemas já eram "o alto preço do combustível, o atendimento das demandas regionais utilizando jatos e, inclusive, uma concorrência específica, momentânea e predatória".

E assim como a decisão de hoje, A companhia reiterou que o pedido não alteraria o seu pleno funcionamento e que todos os voos programados seriam mantidos, sem alterações para os usuários.

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