CEO da Latam classifica reforma tributária como "banho de água fria" para aviação
Impostos arrecadados pelo governo com a operação da Latam deve subir para R$ 6,5 bilhões, diz CEO

A recente aprovação da reforma tributária no Brasil gerou um grande alvoroço no setor aéreo. Para o CEO da Latam, Jerome Cadier, a reforma representa um "banho de água fria" para a aviação nacional, especialmente no que tange aos custos operacionais e ao preço das passagens aéreas.
Participando hoje (25) do Lacte 20, Cadier destacou que, atualmente, a Latam recolhe aproximadamente R$ 2 bilhões em impostos anualmente. No entanto, com a nova tributação, esse valor será mais que triplicado, chegando a R$ 6,5 bilhões, o que, segundo o executivo, afetará diretamente o custo para os passageiros.
"Vai vir de quem? Vai vir do passageiro", afirmou Cadier, ressaltando que o aumento da carga tributária será repassado aos consumidores, o que poderá resultar em uma diminuição da demanda por voos, tanto no mercado doméstico quanto internacional.
"O setor aéreo será brutalmente impactado pela reforma tributária. Eu acho que, para o Brasil, a reforma tributária é boa, já para o setor aéreo é um banho de água fria. Então, vou dar dois números que mostram isso. Hoje, a Latam recolhe, todo ano, em torno de R$ 2 bilhões em impostos. Esse índice vai subir para R$ 6,5 bilhões. É o quanto a Latam vai repassar de imposto para o governo. Vai vir de quem? Vai vir do passageiro. A gente só repassa imposto. A gente não produz imposto"
Jerome Cadier, CEO da Latam
De acordo com estimativas da Latam, já salientadas antes aqui no Portal PANROTAS, a implementação gradual da reforma, que ocorrerá entre 2026 e 2033, poderá resultar numa redução de 6,2% nos voos domésticos e uma queda de 22% no número de passageiros internacionais que entram no Brasil.
Cadier acrescentou que as mudanças podem dificultar a ampliação da aviação no País, deixando o Brasil mais distante das metas de conectividade aérea e turística que o setor almeja. "Infelizmente, vai demorar mais para a gente chegar nos patamares do Chile, da Colômbia, nem envolvendo os Estados Unidos ou a Europa", completou o executivo.