CEO da Azul afirma que suspensão de rotas não está relacionada à possível fusão com a Gol
John Rodgerson destacou fatores como corte de custos, escassez global de peças e a alta do dólar
A Azul Linhas Aéreas anunciou a suspensão de voos para 12 cidades brasileiras a partir de março. Em entrevista ao g1, o CEO da Azul, John Rodgerson, explicou os motivos por trás da decisão, destacando fatores como corte de custos, a escassez global de peças e motores, a alta do dólar e o foco em rotas mais lucrativas.
Rodgerson enfatizou que a decisão de suspender rotas não está relacionada à possível fusão com a Gol, como muitos poderiam supor, mas sim a uma estratégia empresarial para otimizar os recursos da companhia.
"Não vou continuar voando onde estou perdendo dinheiro. Então, como qualquer empresário, você aloca seus recursos da melhor forma possível"
John Rodgerson, CEO da Azul
A desvalorização do real frente ao dólar, que impacta diretamente na compra de aeronaves e no aumento das dívidas da companhia, também é um desafio considerável. O empresário afirma lembra que, quando a Azul foi fundada, em 2008, o dólar estava cotado a R$ 1,58, enquanto atualmente supera os R$ 6, o que tem gerado um aumento significativo nos custos operacionais.
Além disso, CEO comentou sobre a fusão com a Gol, que, segundo ele, representa uma oportunidade de fortalecimento e expansão para enfrentar as dificuldades do mercado brasileiro.
"Nós estamos olhando uma fusão de crescimento. Crescer o mercado brasileiro, isso que nós queremos fazer. Nós temos inflação aqui no Brasil, e sem crescimento, a inflação te mata. Sem reduzir custos, a inflação te mata"
destacou o CEO, ressaltando a importância de estratégias de crescimento e redução de custos para a sustentabilidade do negócio.
A fusão com a Gol, portanto, aparece como uma estratégia para superar os "entraves" do mercado aéreo brasileiro, onde questões como a alta inflação e a pressão cambial desafiam constantemente as empresas do setor.