Iata lança estudo para zerar emissões de gases de efeito estufa

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A Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) divulgou um roteiro para zerar as emissões de gases de efeito estufa (net zero). Segundo a entidade, é viável fazer a transição energética da indústria do transporte aéreo até 2050. Para tanto, o sucesso na transição depende de propósitos políticos.

"O roteiro político enfatiza a importância da sequência estratégica de políticas e aborda a necessidade de colaboração global, inclusive para além do setor da aviação. As recomendações reconhecem que não existe uma solução única para todos e as políticas devem garantir que todos os países possam participar no futuro mercado global de Combustível de Aviação Sustentável (SAF)", disse o estudo.

Por isso, de forma política, a pesquisa aponta alguns destaques; veja abaixo:

• São necessárias ações imediatas para desbloquear o esquema de compensação e redução de carbono para unidades de emissões elegíveis da aviação internacional e priorizar a SAF no mix de produtos nas refinarias.
• A sequência estratégica de políticas que combine medidas de impulso tecnológico e de atração pela procura será fundamental. Além disso, os governos devem promover mercados globais, líquidos e transparentes para uma energia mais limpa para a aviação.
• Colaboração transformadora entre governos, o setor da aviação e em todos os setores para remover as barreiras existentes e promover o investimento em novas tecnologias, SAF e infraestruturas. Isto reconhece que a descarbonização do transporte aéreo faz parte de uma transição energética global mais ampla.

O roteiro financeiro para alcançar net zero

"O roteiro financeiro oferece uma visão detalhada dos investimentos necessários para atingir zero emissões líquidas de CO2 até 2050 e dos custos envolvidos para as companhias aéreas na aquisição de novas soluções", disse o estudo.

Veja os destaques abaixo:

• Investimentos médios anuais são necessários: para atingir o net zero até 2050, o investimento médio anual necessário para construir as novas instalações ao longo do período de 30 anos é de cerca de US$ 128 bilhões por ano, no melhor cenário, significativamente inferior à soma total estimada de investimentos nos mercados de energia solar e eólica, que foi de US$ 280 bilhões por ano entre 2004 e 2022. O processo seria facilitado se os governos redirecionassem os subsídios dos combustíveis fósseis para a produção de energia renovável.
• O custo anual de transição, ou seja, o custo que se soma ao do combustível de aviação como resultado da aquisição de SAF, hidrogênio e outros pontos importantes, é estimado em US$ 1,4 bilhões em 2025. Em 2050, o custo de transição poderá chegar a US$ 744 bilhões, com base na análise da Iata. Estes números destacam a necessidade de rapidez e escala na introdução de soluções no mercado para que possam ser alcançadas emissões líquidas zero de CO2.

Associação terá plataforma que conecta aéreas a fornecedores de SAF

Pensando nos processos para facilitar a descarbonização, a Iata criará o SAF Matchmaker, para conectar companhias aéreas e fornecedores do Combustível de Aviação Sustentável. O projeto foi anunciado no Simpósio Mundial de Sustentabilidade (WSS) com data de lançamento prevista para o primeiro trimestre de 2025.

O SAF Matchmaker abordará três questões críticas:

• Conectividade: Os produtores e fornecedores de SAF poderão publicar os volumes de SAF disponíveis ou planejados e as companhias aéreas poderão registrar seu interesse em comprar volumes de SAF mostrados ou desejados. Quaisquer negociações subsequentes ocorrerão fora da plataforma.
• Visibilidade: A plataforma transportará informações abrangentes sobre o SAF disponível, como volumes, matéria-prima utilizada, localização e tecnologia de produção e reduções de emissões.
• Eficiência: A disponibilidade de uma plataforma central promete simplificar a aquisição de SAF, tornando mais fácil e rápida a conexão de todas as partes. Também facilitará o desenvolvimento de inteligência de mercado com base nos dados que a plataforma irá gerar.

Em um primeiro momento, o SAF Matchmaker irá conectar apenas companhias aéreas aos produtores de SAF. Mesmo assim, a Iata não descarta a possibilidade de governos e compradores corporativos de SAF não relacionados à aviação poderem participar no futuro.