Rodrigo Vieira   |   25/07/2024 16:19
Atualizada em 25/07/2024 16:20

Desprestígio a agências pode causar rombo de US$ 1,5 bilhão à American

Companhia aérea tenta recuperar o prejuízo que esta abordagem causou, inclusive no Brasil

Divulgação
American Airlines aponta redução de 46% nos ganhos em relação ao mesmo período em 2023, mas não apresentou prejuízo
American Airlines aponta redução de 46% nos ganhos em relação ao mesmo período em 2023, mas não apresentou prejuízo

Há cerca de dois meses, o CEO da American Airlines, Robert Isom, admitiu que foi equivocada a mudança de estratégia comercial da companhia aérea ao priorizar as vendas por meio dos canais diretos e tentar conduzir as agências de viagens para o NDC. Hoje, o líder da aérea deu números estimados ao rombo causado pela decisão: US$ 1,5 bilhão de receita perdida em 2024.

"Serei bem franco. Nós abusamos dos canais diretos e temos de encontrar uma maneira de atuar no campo das receitas indiretas, que é mais produtivo, e isso começa com oferta de conteúdo, bom relacionamento com agências de viagens e TMCs para, assim, darmos a nossos viajantes corporativos um serviço que eles buscam e se sintam bem atendidos", afirmou o CEO, na apresentação dos resultados do segundo trimestre, realizada hoje.

Durante o encontro, Isom afirmou que no primeiro semestre deste ano, o impacto com a estratégia de "isolamento" das agências de viagens foi de US$ 750 milhões no primeiro semestre e que, para a segunda metade do ano um rombo similar está previsto. O CEO espera que a American reduza o prejuízo com uma estratégia de reaproximação das agências de viagens e contas corporativas.

Essa não é a primeira vez que Isom afaga os canais indiretos em busca de reconciliação. Em junho, ele assumiu as funções do então vice-presidente executivo e diretor comercial Vasu Raja, o responsável pela mudança de rota que diminuía o papel dos agentes de viagens para a American.

Desde maio, ações já vêm sendo feitas para sinalizar que a AA busca reencontrar seus parceiros, como por exemplo voltar a colocar a maior parte de seu portfólio nos sistemas de GDS. Só essa medida, diz Robert Isom, já restaurou parte das vendas indiretas. "A American Airlines vendeu US$ 14 bilhões por meio dos GDSs no ano passado", reconheceu o CEO.

A American Airlines também voltou atrás em medidas de pontuação no programa de fidelidade AAdvantage: em um determinado momento, a companhia proibiu a pontuação para clientes que não comprassem diretamente em seus canais oficiais de venda.

Nos resultados trimestrais apresentados hoje, a American Airlines aponta redução de 46% nos ganhos em relação ao mesmo período em 2023, mas não apresentou prejuízo. Robert Isom acredita que a American começará a ver os benefícios dos novos acordos com agências de viagens nos próximos meses, seguidos posteriormente pelos benefícios de seu reengajamento direto com clientes corporativos.

Reaproximação da American Airlines com o trade no Brasil

No Brasil, a American Airlines também já está em busca de fazer as pazes com os canais indiretos. Fontes ouvidas pelo Portal PANROTAS indicam que a companhia aérea está se reaproximando de algumas das maiores distribuidoras de bilhetes do País.

A iniciativa de priorizar os canais diretos teve impacto direto na operação da companhia aérea em nosso mercado. Em abril de 2023, a American Airlines pegou o mercado de surpresa ao anunciar a demissão da maior parte do seu time no Brasil, incluindo profissionais estratégicos. O mesmo aconteceu em Miami, onde desligou 60% da equipe de Vendas.

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