Da Redação   |   28/04/2024 21:51
Atualizada em 28/04/2024 21:57

Diretora da Iberia conta como Brasil e Argentina se destacam na companhia

Brasil ganhará mais voos este ano e Argentina é maior mercado da região

PANROTAS / Fabíola Bemfeito
Maria Jesús López Solás, diretora comercial, de Rede, Alianças e Clientes da Iberia
Maria Jesús López Solás, diretora comercial, de Rede, Alianças e Clientes da Iberia

MADRI – A Iberia cresceu no Brasil 37% na comparação ao período pré-pandemia (2019). Se comparar com o ano anterior (2022), em 2023 a Iberia comemorou no País um aumento de 57% nos seus números. Resultados de fazer inveja em muita gente e que reforçam o investimento no mercado brasileiro.

Por conta disso, a companhia espanhola planeja chegar às já anunciadas 14 frequências semanais entre São Paulo e Madri em 2024, com dois voos diários entre as duas metrópoles. O Rio de Janeiro chegará a seis frequências semanais, com uma ligação por dia – a exceção será sábado.

Ainda assim, a menina dos olhos da Iberia na América do Sul continua sendo a Argentina, que vai fechar o ano com três frequências diárias entre Buenos Aires e Madri. “Apesar de sua economia cíclica, a Argentina é o mercado que mais tem respondido à Iberia”, afirma a diretora Maria Jesús López Solás, diretora comercial, de Rede, Alianças e Clientes da Iberia. Afinal de contas, Argentina e Espanha falam a mesma língua.

Porém, de acordo com ela, o Brasil é hoje uma prioridade, e absolutamente estratégico para a companhia. O País é o único da América do Sul que (ainda) não tem a Iberia como sua top 1 em número de passageiros para a Europa. E ela pretende reverter isso logo. Para começar, já é um dos poucos países do continente para o qual a Iberia viaja para dois destinos (São Paulo e Rio).

Além das quase três frequências semanais entre as duas maiores cidades brasileiras e Madri, com quase 500 mil assentos, a equipe da Iberia atua para mostrar ao mercado brasileiro que a companhia é sua melhor ligação com o mundo. “Não apenas com a Europa, mas com a África e a Ásia, por exemplo”, diz Maria Jesús, que lembra da intensa joint venture da companhia com a Qatar.

“A língua está deixando de ser uma barreira. Hoje o brasileiro se sente muito confortável na Iberia, como atestam os números conquistados no País”, afirma a executiva. Porém, segundo ela, a equipe tem atuado muito mais próxima do mercado, quer conhecer melhor e escutar os clientes brasileiros, para fidelizá-los. Ela também destaca a colaboração entre a companhia e a Latam, que liga diversas cidades brasileiras à Europa via Iberia. “Nossos países têm fortes conexões históricas e de negócios e queremos ampliar essas oportunidades”, garante.

Divulgação/A. Domenjou

Tóquio

Recentemente a companhia também confirmou que até o fim do ano terá três frequências semanais entre Espanha e Tóquio. Segundo Maria Jesús, além de entender que o Japão é um país em que a Iberia precisa estar, a companhia entende que esse é um mercado muito importante para o Brasil. “Pretendemos ter muitos de vocês nessas frequências. Afinal, com a grande quantidade de japoneses e seus descendentes no Brasil é muito comum a ida e volta de brasileiros entre os países”, afirma a diretora comercial global.

Futuro da aviação

PANROTAS / Fabíola Bemfeito
Maria Jesús López Solás, diretora comercial, de Rede, Alianças e Clientes da Iberia
Maria Jesús López Solás, diretora comercial, de Rede, Alianças e Clientes da Iberia

Em entrevista exclusiva ao Portal PANROTAS, na sede da Iberia, em Madri, Maria Jesús também analisou o mercado de aviação no Brasil e no mundo. “Os grupos são o futuro da aviação”, afirma sem pestanejar a diretora comercial, de Rede, Alianças e Clientes da Iberia, que faz parte de um grupo que reúne também British Airways e Aer Lingus, o IAG e que, em breve deve incluir a Air Europa em seu portfólio. Segundo ela, essa pode, por exemplo, ser uma explicação para as dificuldades que costumam viver as aéreas brasileiras, que ainda não encontraram uma fórmula efetiva para sobreviver no País.

Há poucos anos, a Avianca deixou o mercado, que já sofreu com as saídas de Varig, Vasp e Transbrasil, para ficarmos nas principais. Ela tem acompanhado a Gol recorrendo à recuperação judicial e vê que a Latam talvez tenha encontrado seu difícil caminho após a união com a chilena Lan em 2012. Nos Estados Unidos, o maior mercado aéreo do planeta, a história não foi diferente. Muitas marcas se fundiram e algumas tradicionais deixaram de existir. Porém, o mercado de aviação segue muito vivo no país.

Um pouco antes da pandemia, o Brasil derrubou a lei que impedia a participação internacional em mais de 20% do capital de uma companhia brasileira. A demora em tomar essa decisão, porém, acabou não sendo suficiente para equilibrar o mercado, que sofreu duras perdas na pandemia.

A Azul só conseguiu ser criada no Brasil porque seu fundador, David Neeleman, que apostou na demanda reprimida do interior de grandes Estados, como São Paulo e Minas, tinha dupla cidadania ao nascer no País quando seus pais faziam trabalhos missionários.

De qualquer forma, para um país continental como o Brasil, a aviação é absolutamente essencial. Operar com boa parte dos custos em dólar, com poucos incentivos, ainda é um desafio no País. E é impressionante como a história se estende e o problema vai demorando a ser resolvido.

PANROTAS / Fabíola Bemfeito
Maria Jesús López Solás
Maria Jesús López Solás

Maria Jesús, por exemplo, lembra que no Brasil a equipe de vendas da Iberia e da British Airways é a mesma. “Os produtos são diferentes e a equipe sabe muito bem lidar com as necessidades e expectativas dos clientes, é uma amostra do amadurecimento dessa relação”, afirmou.

Fabíola Bemfeito, especial para a PANROTAS

O Portal PANROTAS viajou a convite da Iberia, com hospedagem no Ibis Styles Las Ventas



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