Victor Fernandes   |   07/03/2024 10:24

Aéreas nacionais buscam aviões para ampliar capacidade

No entanto, entraves na cadeia de produção de motores e aeronaves dificultam planos de Azul, Gol e Latam


PANROTAS / Emerson Souza
John Rodgerson, Celso Ferrer e Jerome Cadier, CEOs da Azul, Gol e Latam em painel no Fórum PANROTAS 2024
John Rodgerson, Celso Ferrer e Jerome Cadier, CEOs da Azul, Gol e Latam em painel no Fórum PANROTAS 2024

Além de discussões sobre o Chapter 11 da Gol e a necessidade de políticas públicas para a aviação, o tradicional painel do Fórum PANROTAS 2024 com os CEOs das principais aéreas brasileiras também foi palco para debate sobre entraves na cadeia de produção de motores e aeronaves, e como isso tem atrapalhado os planos das companhias. A Gol, inclusive, já chegou a colocar o atraso das entregas da Boeing como um dos fatores para difícil situação financeira.

"Somos clientes prioritários do 737. Se a Boeing entregar, temos 14 aeronaves para chegar esse ano. Estamos confiantes nisso. Fora isso, estamos ativando muitas aeronaves que estavam esperando por manutenção de motores."

Celso Ferrer, CEO da Gol

O CEO da Azul, John Rodgerson, explicou a situação em mais detalhes: "O mercado precisa entender que há falta de aeronaves e motores. Isso é um grande problema. Todos nós queremos colocar capacidade porque a demanda está muito forte, mas pensando no Brasil , você tem de ter retorno no capital investido para lutar por mais aeronaves, por mais capacidade. Como setor, temos de olhar os principais problemas que enfrentamos e atacá-los. Como setor, temos de correr atrás do capital mais barato que no Brasil. Temos aviões que estão voando dez, 11 horas por dia. Se combustível fosse mais barato, poderíamos voar 12."

Questionado sobre as recentes investidas em lessores de aviões da Gol, o CEO da Latam, Jerome Cadier, reforçou sua busca por quaisquer oportunidades de contar com novas aeronaves. "Estamos procurando avião desde o começo do ano passado. Estamos direcionando equipamentos do Grupo Latam para o Brasil. Tem companhias e lessores com aviões disponíveis. Estamos olhando constantemente em busca de oportunidades. E existem oportunidades, mas cada opção precisa ser estudada. Pode não ser o preço ou o modelo ideal, mas se tem demanda precisamos colocar assento para voar", afirmou.

Em debate sobre os altos custos de operação das companhias, Rodgerson também afirmou que as aéreas "não são vilões, estamos investindo todos anos". Para provar seu ponto, perguntou a Cadier quanto investiu em 2023, e a resposta foi cerca de US$ 1 bilhão. "A Latam fez um investimento de R$ 5 bilhões ano passado. Quem está investindo de verdade nesse Brasil somos nós. Principalmente nós, da Azul, que compramos aeronaves da Embraer e estamos gerando empregos no País. Nossa indústria parou de crescer e queremos que a classe C volte a voar para que todo mundo saia ganhando", concluiu.


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