Gol planeja reestruturação enquanto sofre com falta de aviões
Atualmente, a companhia lida com o atraso de aeronaves de modelo Boeing 737 Max
Nesta quinta-feira (14) foi realizado o Gol Day, no qual a Gol Linhas Aéreas apresentou aos seus investidores o panorama atual da empresa, assim como os planos futuros. Os principais pontos do planejamento futuro são a reestruturação de capital e a renovação de frota. Atualmente, a companhia sofre com o atraso de aeronaves Boeing 737 Max, afirmando que deveria estar operando com 53 aviões do modelo, mas está atualmente com 38 equipamentos, 15 a menos.
"O grande desafio que estamos enfrentando é a restrição na cadeia de suprimentos global, principalmente o atraso nas entregas do 737 Max. Queríamos estar operando com 53 aviões, mas estamos com 38. E isso também pressiona nossos custos de manutenção. Estamos com a capacidade em 89% dos níveis de 2019, e a falta de aviões está limitando o nosso crescimento no ritmo que havíamos planejado."
Celso Ferrer, CEO da Gol Linhas Aéreas
Ferrer destacou ainda que a Gol, mesmo com menor oferta, conseguiu um incremento de 16% na receita no comparativo ano a ano com 2022. O CEO atribui esse crescimento às diversas frentes de atuação da empresa: Gollog, Gol Aerotech, Smiles, VoeBiz e Smiles Viagens. "Nossos programas de fidelidade Smiles e VoeBiz, assim como a Gollog, estão crescendo de forma mais acelerada que a própria companhia aérea e gerando receita para o grupo", afirmou.
O CFO da aérea, Mario Liao, também participou da apresentação e reforçou que a companhia continua dependendo de novas aeronaves para aprimorar a diluição de seus custos, mas que ainda assim manteve o equilíbrio de seus yields, apresenta agora um plano de reestruturação de capital e seguirá tentando atrair viajantes corporativos para fomentar profitabilidade contínua nos próximos anos.
Reestruturação de capital
Entre aspectos que demonstram a evolução da estrutura de capital da Gol atualmente comparada com 2019, Liao citou:
- Renegociação dos débitos, incluindo amortização de US$ 1,1 bilhão e US$ 450 milhões captados a partir de parceria com Grupo Abra;
- Reestruturação da frota, incluindo negociações com lessores e refinanciamento de US$ 231 milhões de exposição dos arrendadores;
- e outras iniciativas, incluindo reincorporação da Smiles, renegociação de empréstimos com bancos locais que proveram alívio a curto prazo e investimento de US$ 200 milhões da American Airlines em 2022.
Já para o futuro, os principais destaques da Gol foram:
- Disponibilidade de capacidade a partir de eficiência da frota e novas iniciativas de receita adicionais;
- Produtividade e Eficiência a partir da redução de custos e expansão digital;
- Clientes e Network a partir de novos produtos da Smiles, novas tecnologia a bordo dos aviões e novas rotas;
- Balanço patrimonial com eliminação de frota inutilizada e impactos de custos de manutenção a partir da frota renovada.
"Estamos apresentando uma empresa que está planejando, tomando iniciativas, para expandir no futuro."
Mario Liao, CFO da Gol
Renovação da Frota
Principal dor da Gol Linhas Aéreas no momento, a frota da aérea foi objeto de apresentação do COO da companhia, André Cruz. A frota atual da empresa é de 136 aeronaves, mas 20 delas estão inativas, então a aérea está operando com 116 aviões. Para 2024, a intenção é ter 127 aeronaves ativas, acréscimo de onze em relação a este ano. Até 2028, a meta é ter 140 aeronaves, sendo 80% delas pertencente à categoria Max da Boeing. A Gol está com pedidos pendentes para 103 novas aeronaves.
"Um dos nossos principais objetivos sempre foi ter o menor custo, e para isso planejamos a renovação da frota para alcançarmos maior capacidade com menores custos, conseguindo distribuir a nossa demanda em mais aviões e oferecendo tarifas mais atrativas", afirmou Cruz, que também destacou a estratégia de frota de modelo único da companhia ajudando no remanejamento e aumentando a produtividade.
