Da Redação   |   14/03/2023 12:44

"O Brasil precisa de mais 4 ou 5 'Azuis'", diz presidente da Azul

Abhi Shah afirma que o País teve recuperação pós-pandemia como nenhum outro

Maria Izabel Reigada, especial para o Portal PANROTAS

PANROTAS/Gute Garbelotto
Abhi Shah, presidente da Azul, em participação no Fórum PANROTAS 2023
Abhi Shah, presidente da Azul, em participação no Fórum PANROTAS 2023
Ainda comemorando a receita recorde de R$ 16 bilhões em 2022, anunciada no início deste mês, a Azul Linhas Aéreas projeta que esse valor chegue a R$ 20 bilhões neste ano, segundo o presidente da empresa aérea, Abhi Shah.

“O Brasil pode se orgulhar da rápida recuperação que teve após a pandemia. Não conheço nenhum outro país do qual possa falar isso”, disse em entrevista ao Portal PANROTAS, antes de subir no palco do Fórum PANROTAS para ser entrevistado pelo jornalista William Waack. “E a Azul existe para fazer crescer esse mercado. O Brasil precisa de mais quatro ou cinco ‘Azuis’.”

Segundo ele, a otimização realizada pela empresa no ano passado permitiu fluxo de caixa positivo e a renegociação de 80% das dívidas com empresas de leasing completa a solução para o impacto provocado pela falta de receita durante a pandemia. “Agora estamos concentrados nas estratégias para este ano, que já começou muito aquecido nos primeiros meses.”

Na próxima semana, dia 26, a companhia dobra suas operações no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, passando a 84 voos diários. Com isso, a Azul terá voos para o Rio (Santos Dumont), Belo Horizonte (Confins), Recife, Brasília, Curitiba e Porto Alegre a partir de Congonhas. “Mas o melhor é a conectividade que isso nos oferece, porque com os novos voos estamos falando de oferecer conexões para 50 cidades”, explica.

O internacional também é outra meta da empresa neste ano. Segundo o presidente da Azul, a companhia deve crescer entre 70% e 80% nos voos para fora do País, com a recuperação da malha internacional completa até o final de 2023. “Oferecemos uma experiência humanizada nos voos internacionais, com todos os serviços em português”, conta Abhi Shah, em português fluente.

No próximo mês, a empresa começa a voar para Paris, a partir de Campinas (SP), com seis frequências semanais operadoras com o novo A350, para 334 passageiros. Além do novo destino europeu, a malha internacional inclui Fort Lauderdale e Orlando, nos EUA, Montevidéu e Punta del Este, no Uruguai, Curaçao e Lisboa.

PREÇO DAS PASSAGENS
Ainda deve demorar para que as passagens aéreas tenham uma redução nas tarifas, segundo o presidente da Azul. O ‘custo Brasil’ é para Abhi Shah um dos principais entraves para a queda no valor das tarifas. “É claro que temos que lidar com custos dolarizados, e a desvalorização da moeda brasileira é sempre um problema, mas os custos que encontramos aqui no Brasil também impactam fortemente na composição das tarifas”, argumentou, apontando o custo do combustível, que chega a ser 20% mais caro no Brasil que nos Estados Unidos, e a judicialização do setor.

“A Azul foi a melhor companhia aérea na avaliação dos clientes da TripAdvisor e fomos a empresa mais pontual no ano passado. Como, mesmo assim, ainda respondemos a tantos processos?”, questionou. “A judicialização virou uma indústria aqui no Brasil, assim como a comercialização das milhas. Isso é nocivo ao negócio e o impacto aparece justamente na tarifa paga pelo cliente.”

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