Marcel Buono   |   14/03/2019 16:02

Embraer vende menos em 2018 e registra prejuízo após 10 anos

A fabricante entregou 90 aeronaves comerciais e 91 executivas em 2018. No ano anterior, foram 101 aviões comerciais e 109 executivos

A Embraer divulgou seus resultados referentes a 2018 e revelou um prejuízo líquido de R$ 669 milhões no período, o primeiro em mais de dez anos. No ano anterior, a companhia havia registrado lucro de R$ 850,7 milhões.

A fabricante entregou 33 aeronaves comerciais e 36 executivas durante o quarto trimestre de 2018, acumulando 90 aeronaves comerciais e 91 executivas ao longo do ano. Em 2017, as entregas de jatos comerciais totalizaram 101 aeronaves, enquanto os jatos executivos totalizaram 109 aeronaves.

Divulgação/KLM
Considerando-se todas as entregas realizadas, assim como as encomendas obtidas, a carteira de pedidos firmes (backlog) da companhia fechou o último trimestre do ano em US$ 16,3 bilhões.

RECEITA LÍQUIDA E MARGEM BRUTA
No último trimestre do ano, a receita líquida teve crescimento de 13% em relação ao mesmo período do ano anterior, fechando em R$ 6,3 milhões. No ano, a receita líquida foi de R$ 18,7 milhões, ficando estável em comparação com 2017. Já a margem bruta consolidada de 14,1% no 4T18 teve uma queda em comparação aos 20% alcançados no 4T17. Em 2018, a margem bruta da companhia foi de 15%. Em 2017, foi de 18,7%.

RESULTADO LÍQUIDO
O prejuízo líquido ajustado foi de R$ 29,4 milhões no 4T18, comparado ao lucro líquido ajustado de R$ 239,2 milhões registrado no 4T17. No acumulado de 2018, esse valor representou um prejuízo líquido ajustado de R$ 224,3 milhões, sendo que, em 2017, o lucro líquido ajustado foi de R$ 995 milhões.

RECEITA POR SEGMENTO
O segmento de aviação comercial representou 50,3% da receita consolidada no 4T18 contra 38,1% da receita no 4T17, já que as entregas desse segmento aumentaram de 23 para 33 jatos na comparação entre os trimestres. A parcela da receita de aviação executiva caiu de 35,2% no 4T17 para 27,4% no 4T18, com uma queda de 33% na receita em comparação com o ano anterior.

O segmento de defesa e segurança registrou uma queda de 12% na receita no 4T18 em relação ao 4T17, e sua participação na receita total da companhia caiu de 13,4% no 4T17 para 6,6% no 4T18. As receitas de serviços e suporte cresceram 16% em relação ao ano anterior, para R$ 963,3 milhões no trimestre, representando 15,1% da receita consolidada da companhia no 4T18, comparado a 12,8% no 4T17.

Para o ano fiscal de 2018, as receitas da aviação comercial representaram 46,5% do total da empresa, enquanto as receitas da aviação executiva foram de 22,3%, as do segmento de defesa e segurança, 11,7%, as de serviços e suporte, 19,1%, e as outras receitas, 0,3% do total.

UNIÃO COM A BOEING
Em 17 de dezembro de 2018, Embraer e Boeing anunciaram a aprovação dos termos de uma "parceria estratégica" que posicionaria ambas as empresas para acelerar o crescimento no mercado aeroespacial global. Os termos aprovados definem a joint venture compreendem as operações de aeronaves e serviços comerciais da Embraer, na qual a Boeing deterá uma participação acionária de 80%. Sob os termos da parceria proposta, a Boeing adquirirá sua parcela na joint venture por US$ 4,2 bilhões.

Em 10 de janeiro de 2019, o governo federal brasileiro confirmou que não exerceria o seu direito de veto em relação ao acordo. Em 26 de fevereiro de 2019, os acionistas da Embraer aprovaram a parceria estratégica, que continua sujeita à aprovação das autoridades concorrenciais do Brasil, dos Estados Unidos da América e de outras jurisdições aplicáveis. Até tais aprovações, não há garantia da consumação da transação ou do tempo da mesma.

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