Quadrilha invadia sistemas de agências de viagens para emitir passagens
Polícia Civil informou que grupo teria feito, pelo menos, 750 vítimas em todo o Brasil
O líder de uma quadrilha de hackers especializada em invadir sistemas de agências de Turismo e programas de milhagem para emitir passagens aéreas de forma ilegal foi preso hoje (31) pela Polícia Civil do Distrito Federal, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul.
De acordo com os investigadores, o grupo teria feito pelo menos 750 vítimas em todo o Brasil, incluindo parlamentares de Brasília que acumulavam muitas milhas devido às viagens oficiais.
Conforme informações divulgadas pela polícia à rádio CBN, pelo menos 20 deputados e senadores tiveram suas milhas furtadas. Os nomes dos parlamentares não foram revelados.
As investigações apontam que os golpistas utilizavam dados vazados para invadir sistemas de agências de viagens e contas de pessoas físicas. Eles emitiam bilhetes conhecidos como "passagens de desistência", com viagens marcadas para no máximo três dias.
A estratégia era utilizada com o intuito de evitar que as companhias aéreas percebessem o golpe e cancelassem as passagens. Os bilhetes eram então vendidas, principalmente na deep web, por um terço dos preços normais, focando nos chamados "trechos premium".
Ainda falando à rádio, o delegado João Guilherme, da Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos, informou que algumas vítimas compraram as passagens sem saber da ilegalidade, enquanto outras estavam cientes, já que realizavam a compra na deep web.
A polícia também investiga se quadrilhas de tráfico de drogas se beneficiaram do esquema. À CBN, o delegado disse também que há uma sinalização de que essas passagens eram emitidas e utilizadas por organizações criminosas, sobretudo para o narcotráfico.