Beatrice Teizen   |   25/03/2024 17:49
Atualizada em 25/03/2024 18:05

Novo presidente da Abracorp promete comprar brigas em defesa dos agentes

Siderley Santos, do Grupo Arbaitman, foi eleito para a posição para o biênio que se encerra em 2026

Divulgação
Siderley Santos, vice-presidente do Grupo Arbaitman e novo presidente do Conselho da Abracorp
Siderley Santos, vice-presidente do Grupo Arbaitman e novo presidente do Conselho da Abracorp

O vice-presidente do Grupo Arbaitman, Siderley Santos, é o novo presidente do Conselho de Administração da Abracorp após o fim do biênio presidido por Eduardo Vasconcellos, da Kontik, que não quis concorrer a um novo mandato – ao qual teria direito. Já membro do Conselho da entidade nos últimos quatro anos, Santos promete uma “gestão de atração”, atraindo novos players, e de muito diálogo com todo o setor.

“Depois de saídas de players importantes, como Tour House e BCD Travel nos últimos anos, a Abracorp está precisando de uma atração diferente, de renovação. Chego em um momento trazendo novos conselheiros, como Gustavo (Luck), da Luck Viagens, Humberto (Cançado), da Voetur, Luti (Guimarães), da Flytour e que foi presidente recentemente da AirTkt. Todos eles vêm cheios de ideias para reforçar um time já muito forte. É uma gestão diferente, com muito trabalho e muita vontade de trabalhar”, conta em entrevista ao Portal PANROTAS.

Siderley Santos assume o posto, inclusive, em um momento em que o setor de viagens corporativas passa por questões turbulentas no Brasil: PERSE, American Airlines incentivando compra direta e priorizando agências preferenciais e Localiza cortando pela metade o comissionamento. Diante disso tudo, o agora presidente da Abracorp é categórico: são brigas que a associação vai comprar.

“Estou começando, mas dando continuidade ao que já estava sendo feito na questão do PERSE, por exemplo. Estávamos no ato em Brasília, em fevereiro, nesta quarta-feira (27), estaremos de novo. Vamos continuar em cima e agir na luta da manutenção do programa", afirma.

"Quanto à American Airlines e à Localiza, acredito que todo mundo tem direito a tomar a decisão que acha viável e assumir as consequências. As agências de viagens trabalham muito para distribuir os produtos de ambas. São capacitações, tem todo o suporte, é muito trabalho para que esses players simplesmente virem as costas para as agências”

Siderley Santos, presidente do Conselho da Abracorp

Com isso, Santos indica que o afastamento natural acontece, surgindo novas oportunidades para outros players que vão conseguindo share. “O custo de distribuição é tão grande quanto o de atendimento para o cliente. Mas cada um sabe o que faz e a concorrência está aí. Há outros parceiros para vendermos EUA e conexões para outros destinos. E outros fornecedores de transporte que querem aproximação. Cabe a cada um escolher e atender quem dá valor para quem distribuir. Não é fácil, mas é uma briga, como Abracorp, que vamos comprar. Os conselheiros têm muita força, a entidade vai sempre se posicionar e, daqui para frente, somos parceiros de quem é parceiro”, afirma.

Mais força para Abracorp

Um dos focos de Santos à frente da Abracorp será trazer mais força à associação, reforçando a credibilidade dos associados perante os clientes, buscando maior aproximação com outras entidades e também fornecedores.

“Queremos trazer o cliente um pouco mais perto desse jogo. Às vezes cada membro tem um pensamento diferente, modelos diferentes de precificações, de gestão. Mas dá para alinhar um pouco melhor para que todo mundo tenha as suas parcerias de forma saudável. Precisamos fazer esse trabalho, sabemos que é difícil, mas não podemos perder players ou deixar de fora da Abracorp. Temos de trazer mais força. Representamos cerca de 85% do volume corporativo e dez ou 15 TMCs fora da associação representam muito. A Abracorp precisa voltar a crescer”, frisa Santos.

Compra de gigantes

Nesta segunda-feira (25), a AmexGBT (que atua em parceria com a Flytour no Brasil) fechou um acordo de US$ 570 milhões para comprar uma outra gigante, a CWT. O movimento é de impacto na indústria de viagens corporativas, mas, segundo o executivo, esperado.

“É ruim para o setor quando existe fragilidade de player, seja ele qual for, agência, aérea ou hotel. Quando alguém compra para tirar. A CWT passou por um momento turbulento, entrou em recuperação judicial [em 2021], e logo saiu, mas esta aquisição era algo que estava desenhado que ia acontecer. Eu espero que a compra dê certo e que consigam firmar a parceria e atender bem os clientes.”

Perguntado se uma ação parecida no Brasil, com duas TMCs dessa magnitude, poderia acontecer, Siderley Santos acha difícil, principalmente por conta dos planos de sucessão dentro das empresas.

“Vemos um movimento tipo da BeFly, por exemplo, mas que é algo mais natural. Das grandes TMCs, neste momento não vemos algo nem parecido. As gerações, os donos, cada um se preparou com familiares e sucessores para dar continuidade. Por isso acho um pouco mais difícil de criar fusões como essa entre as dez primeiras agências do País”, pontua o executivo.

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