Beatrice Teizen   |   25/02/2025 16:33
Atualizada em 25/02/2025 18:44

Viagens corporativas movimentam recorde de R$ 131 bilhões em 2024

Número foi revelado pelo Levantamento de Viagens Corporativas, realizado pela FecomercioSP e Alagev


PANROTAS / Emerson Souza
Guilherme Dietze, da FecomercioSP
Guilherme Dietze, da FecomercioSP

Em 2024, as viagens corporativas movimentaram um recorde de R$ 131 bilhões. Segundo o Levantamento de Viagens Corporativas (LVC), realizado pela FecomercioSP em colaboração com Alagev, apresentado nesta terça-feira (25), segundo dia de Lacte 20, esse valor representa um crescimento de 5,5% em relação ao ano anterior e o maior patamar da série iniciada em 2011. No último ano, houve um incremento absoluto de R$ 6,8 bilhões.

Em uma análise agregada com outro indicador da FecomercioSP, referente ao faturamento nacional do Turismo, estima-se que o setor corporativo tenha representado 63% do total em 2024. Além disso, o melhor desempenho registrado antes disso foi em 2014, quando as viagens faturaram R$ 127,2 bilhões.

O mês de dezembro também foi positivo para as viagens a negócios, registrando um aumento de 6,8% em relação ao mesmo período do ano anterior e um faturamento de R$ 8,8 bilhões, um recorde para o mês na série histórica.

Os bons resultados do setor refletem o crescimento mais robusto da economia brasileira, que, em 2024, deve encerrar o ano com uma alta de 3,5%, bem acima da projeção inicial de 2%. Esse crescimento impulsiona naturalmente os gastos com viagens devido ao aumento das atividades comerciais em diversas áreas, uma vez que todos os grandes setores da economia — comércio, serviços e indústria — apresentaram expansão.

No entanto, vale ressaltar que o crescimento do PIB acima do esperado não se deve a um aumento nos investimentos, mas sim a estímulos fiscais do governo, com ampliação dos gastos acima do crescimento da receita. Esse cenário gera preocupações de longo prazo em relação ao déficit nas contas públicas, à expansão da dívida pública e, consequentemente, à inflação e às taxas de juros.


Divulgação

Com a demanda aquecida, houve impactos também sobre os preços. A hotelaria, por exemplo, registrou um aumento médio de aproximadamente 10% nas tarifas em 2024, conforme dados do IBGE e do Fohb. A inflação nos serviços de Turismo também contribuiu para a elevação do LVC, uma vez que as empresas passaram a pagar mais pelos mesmos produtos.

De acordo com o presidente do Conselho de Turismo da FecomercioSP, Guilherme Dietze, o resultado de 2024 ficou alinhado com as projeções da GBTA, que estimava um crescimento de 6% para o Brasil. Apesar das diferenças metodológicas, a tendência se confirmou.

Expectativas e desafios para 2025

Dietze aponta para um cenário bastante favorável para este ano. A expectativa de crescimento do setor de viagens corporativas é de 4%, chegando em um faturamento esperado de R$ 135 bilhões.

"Será um ano extremamente positivo para a economia, mas com muitos desafios. Com o aumento de juro, o custo de capital encarece, assim como investimento e tomada de crédito, antecipação de recebíveis. Apesar de o dólar estar baixando, ainda é um cenário elevado, porém a tendência é que continue caindo. Mas podemos esperar um ano no saldo muito positivo, de crescimento nas viagens corporativas", finaliza o economista.

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