Laura Enchioglo   |   29/01/2025 15:53
Atualizada em 29/01/2025 17:52

Viagens corporativas movimentam R$ 122 bilhões de janeiro a novembro

Apenas em novembro de 2024, as empresas em todo o País gastaram R$ 13 bilhões em serviços de Turismo


PANROTAS / Emerson Souza
Luana Nogueira, diretora-executiva da Alagev
Luana Nogueira, diretora-executiva da Alagev

O mês de novembro foi de novo recorde para o setor de viagens corporativas. O Levantamento de Viagens Corporativas (LVC), realizado pela FecomercioSP em colaboração com a Associação Latino-Americana de Gestão de Eventos e Viagens Corporativas (Alagev), mostra que, no penúltimo mês de 2024, as empresas em todo o País gastaram R$ 13 bilhões em serviços de Turismo, um aumento de 5,8% em relação ao mesmo mês do ano anterior.

De janeiro a novembro, o setor corporativo movimentou R$ 122 bilhões, registrando um crescimento de 5,4% em comparação ao mesmo período de 2023, o que representa um aumento de R$ 6,3 bilhões nos gastos. Tanto os resultados mensais quanto os acumulados do ano atingiram recordes na série histórica iniciada em 2011.

Para a diretora-executiva da Alagev, Luana Nogueira, a alta nos gastos em viagens corporativas se deve ao fato de novembro ser tradicionalmente caracterizado pela intensa atividade das empresas, que buscam encerrar o ano fiscal e organizacional antes do mês em que as atividades terminam mais cedo devido ao recesso do fim do ano.

“Novembro se destaca como um período de grande movimentação no calendário corporativo. São realizadas diversas reuniões, feiras, eventos, congressos e convenções, com o objetivo de consolidar a presença no mercado e concluir iniciativas estratégicas”

Luana Nogueira, diretora-executiva da Alagev

Preços mais altos

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As expectativas para 2025 apontam para um crescimento no setor de viagens corporativas, estimado em 4%
As expectativas para 2025 apontam para um crescimento no setor de viagens corporativas, estimado em 4%

Outro motivo para a alta no mês de novembro é que, mesmo com a demanda no setor corporativo apresentando aquecimento significativo, impulsionada pelo crescimento econômico e pela expansão em praticamente todos os setores, incluindo comércio, serviços e indústria, a limitação na expansão da oferta tem resultado em pressão sobre os preços, especialmente em duas áreas críticas: hospedagem e locação de veículos.

Conforme dados do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (Fohb), em novembro do último ano, houve um aumento real de 7,8% na diária média em todo o país, um crescimento expressivo. Adicionalmente, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o preço médio de aluguel de veículos registrou uma elevação superior a 22% em um período de 12 meses.

Outro aspecto relevante neste cenário é o aumento dos gastos com alimentação. A inflação desse segmento tem impactado significativamente os custos, levando a ajustes nos preços dos cardápios em restaurantes de todo o país.

Expectativas

As expectativas para 2025 apontam para um crescimento no setor de viagens corporativas, estimado em 4%, conforme projeções da FecomercioSP e Alagev. Esse avanço está alinhado à perspectiva de crescimento de 2% da economia brasileira, indicando um cenário otimista para o mercado, apesar dos desafios previstos para o início do ano.

Um dos principais obstáculos é a cotação do dólar, que chegou a ultrapassar a marca de R$ 6, superando os valores praticados em meados do ano passado, quando as empresas definiram seus orçamentos.

Esse cenário já reflete em um aumento no preço das passagens aéreas, o que traz impactos diretos ao setor corporativo, caracterizado por compras realizadas próximas às datas de viagem. Nesse contexto, gestores de viagens enfrentam o desafio de adaptar estratégias, como planejar com maior antecedência e avaliar, de forma mais criteriosa, a necessidade de deslocamentos para otimizar custos.

“A alta do dólar exige uma mudança de postura dos gestores, que devem buscar soluções mais eficientes para mitigar o impacto nos orçamentos corporativos, sem comprometer a eficiência das operações. Mesmo diante dessas adversidades, o setor permanece confiante em manter um ritmo consistente de crescimento, impulsionado pela recuperação econômica e pela necessidade contínua de deslocamentos estratégicos”

Luana Nogueira, diretora-executiva da Alagev

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