Beatrice Teizen   |   22/07/2024 21:47
Atualizada em 23/07/2024 09:05

Viagens corporativas se estabilizam e devem faturar recorde de US$ 1,5 tri

Levantamento da GBTA prevê ainda que gastos ultrapassem os US$ 2 biliões até 2028

PANROTAS / Beatrice Teizen
Suzanne Neufang, CEO da GBTA
Suzanne Neufang, CEO da GBTA

ATLANTA (EUA) – A crise causada pela pandemia de covid-19 ficou para trás e as viagens corporativas finalmente entram em uma era de estabilização. A retomada, inclusive, superou as previsões da GBTA, como revela o GBTA Business Travel Index Outlook deste ano, que acaba de ser divulgado no primeiro dia da GBTA Convention 2024, em Atlanta. A 16ª edição do GBTA BTI abrange 72 países e 44 setores, incluindo dados de pesquisas e análises feitas neste ano com 4,1 mil viajantes corporativos

De acordo com o estudo, os gastos globais com viagens a negócios atingirão US$ 1,48 trilhão até o final de 2024, um aumento em relação aos gastos de 2019, que já haviam atingido um recorde de US$ 1,43 trilhão. Além disso, até 2028, a entidade prevê que as viagens corporativas ultrapassem os US$ 2 trilhões – no ano passado, a estimativa era de atingir cerca de US$ 1,8 trilhão até 2027.

Segundo o levantamento, a relativa estabilidade na economia global foi o que continuou a impulsionar o crescimento, que, juntamente com a demanda reprimida, proporcionou garantias aos CEO e CFOs para que os seus colaboradores voltassem a viajar. Muitos dos principais mercados de viagens a negócios em todo o mundo regressaram ou estão aproximando-se dos níveis anteriores à pandemia, reforçando o dinamismo da recuperação e aumentando os gastos. No entanto, as perspectivas para o crescimento econômico e das viagens a trabalho apresentam um equilíbrio entre potenciais fatores positivos e riscos negativos.

“Estamos vendo a recuperação esperada no setor, refletindo a resiliência e adaptabilidade das empresas e o valor das viagens a negócios em todo o mundo. Com a expectativa de que os gastos projetados continuem a aumentar até 2028, o futuro das viagens corporativas parece promissor. No entanto, devemos permanecer vigilantes e adaptáveis a potenciais ventos contrários neste período de estabilização, uma vez que fatores como a mudança das condições econômicas, os avanços tecnológicos e os desenvolvimentos de sustentabilidade também moldarão o futuro do setor", diz a CEO da GBTA, que apresentou os dados no palco, Suzanne Neufang.


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Previsão de gastos com viagens corporativas de 2024 a 2028
Previsão de gastos com viagens corporativas de 2024 a 2028

A GBTA projeta ainda que os gastos globais com viagens a trabalho aumentem 11,1% em 2024, após anos significativos em 2022 e 2023 de crescimento de 30% a 47% ano após ano. Espera-se que o crescimento continue moderado gradualmente, resultando em uma taxa composta anual de crescimento de 6,95% entre 2025 e 2028.


Além disso, em 2023, a indústria de viagens corporativas recuperou aproximadamente US$ 675 bilhões dos US$ 770 bilhões perdidos em 2020, de acordo com a pesquisa, atingindo 93% do pico pré-pandêmico de US$ 1,43 trilhão até o final de 2023. O setor registrou um ressurgimento significativo em 2023, com os gastos subindo 30% em comparação com 2022, atingindo US$ 1,3 trilhão.

Veja os principais destaques do relatório da GBTA:

  • Gastos globais com viagens corporativas devem se recuperar para o total pré-pandemia de US$ 1,48 trilhão em 2024, alimentados por condições econômicas mais favoráveis do que o esperado em 2022 e 2023. (Embora a recuperação tenha sido impressionante, é importante notar que, quando ajustado à inflação, prevê-se que os níveis de despesas fiquem atrás dos máximos pré-pandemia nos próximos anos, o que implica que os volumes de viagens a negócios também permanecerão abaixo dos níveis pré-pandemia);
  • A divisão estimada dos US$ 1,34 trilhão em despesas com viagens a trabalho em 2023 inclui US$ 501 bilhões para hospedagem, US$ 282 bilhões para viagens aéreas, US$ 245 bilhões para alimentos e bebidas, US$ 165 bilhões para transporte terrestre e US$ 142 bilhões para outras despesas;
  • A recuperação continua a variar de acordo com a região. A Ásia-Pacífico emergiu como a região de crescimento mais rápido em 2023 (36%), seguida pela Europa Ocidental (33%) e pela América do Norte (25%). A retomada da recuperação foi liderada em 2023 pelos EUA, Oriente Médio e África, e América Latina, todos alcançando 100% ou mais dos números de gastos de 2019. Para 2024, prevê-se que a China e os EUA continuem a liderar como os dois principais mercados, respectivamente, em termos de gastos globais;
  • A pesquisa revelou um aumento geral nas viagens corporativas, com as internacionais permanecendo abaixo da média. Sessenta e quatro por cento dos viajantes a negócios em todo o mundo relatam um aumento nos gastos em comparação com 2023. No entanto, mais de um terço (37%) afirma ter enfrentado políticas de viagens mais restritivas desde o período pré-covid;
  • Os viajantes em todo o mundo estimam que os seus próprios gastos, em média, ascendem a US$ 834 por pessoa, com base na sua última viagem de negócios. A hospedagem custa em média US$ 312, e, a comida e bebida, US$ 153. As viagens aéreas custam em média US$ 176, enquanto o transporte terrestre (US$ 103) e despesas diversas (US$ 89) completam o total.


Brasil no top 15

Novamente, o Brasil aparece entre os 15 principais mercados de gastos globais com viagens corporativas. No ano passado, o País figurou na 10ª posição, com um total de gastos de US$ 28,1 bilhões.

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Top 15 mercados de gastos globais com viagens corporativas
Top 15 mercados de gastos globais com viagens corporativas

Na previsão de 2024, o Brasil também aparece no 10º lugar na lista, mas com gastos que chegam a US$ 30,3 bilhões, representando um aumento de apenas 6% em comparação com os números de 2023.

"Muitos mercados estão quase voltando aos níveis de gastos pré-pandemia. Por região, em 2024, continuamos vendo que a Ásia Pacífico tem o maior gasto, seguida por América do Norte e Europa. Os EUA e a China representam quase metade dos gastos em 2024. A Turquia é novidade no top 15, entrou no lugar da Indonésia, que, no ano passado, figurou na 15ª posição", explica Suzanne.


O Portal PANROTAS viaja a convite da GBTA, voando Delta Air Lines e com proteção GTA

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