Karina Cedeño   |   08/08/2024 12:49
Atualizada em 08/08/2024 15:34

Transaction fee ainda é viável? Quais as propostas para mudar esse modelo?

Tema foi destaque da décima edição do Fórum Abracorp, realizado em São Paulo


PANROTAS / Emerson Souza
Rafael Lanza (General Motors), Marina Shimada (Honda), Ana Prado (Syngenta), Siderley Santos (Abracorp) e Artur Andrade (PANROTAS)
Rafael Lanza (General Motors), Marina Shimada (Honda), Ana Prado (Syngenta), Siderley Santos (Abracorp) e Artur Andrade (PANROTAS)

Durante a décima edição do Fórum Abracorp, realizada hoje (8) em São Paulo, gestores de viagens e TMCs participaram do painel “O futuro do Turismo Corporativo e a Importância das Relações Sustentáveis”, mediado pelo editor-chefe e CCO da PANROTAS, Artur Luiz Andrade.

Durante o debate, um dos temas de destaque foi o transaction fee como modelo de precificação. Artur Andrade perguntou a opinião dos profissionais sobre esse modelo de precificação e quais são as propostas que chegariam para mudar esse padrão.

O presidente da Abracorp, Siderley Santos, citou a taxa DU como uma opção. “Essa seria uma alternativa, mas ainda estamos discutindo possibilidades. Para chegar a um modelo ideal, é preciso que todos os players sentem e discutam o modelo ideal, sendo transparente sobre a composição da receita. Se a taxa DU for implementada, ela também deverá ser transparente”, comenta.

Para ele, o modelo de precificação baseado em transaction fee não faz mais sentido no mercado há duas décadas. "Tudo mudou, as tecnologias mudaram e o mercado ainda insiste no modelo de transaction fee. Falando como As TMCs também não conseguiram sair desse negócio. Na Abracorp criamos o Comitê de Sustentabilidade e estamos trazendo o cliente para discutir isso, sair desse quadrado. É preciso trazer um modelo diferente, mas não vamos conseguir fazer isso sozinhos", complementa.

Marina Shimada, gestora de viagens da Honda, disse que gosta do modelo transaction fee, mas que ele deve ser transparente, citando como exemplo valores de fee praticados que são muito abaixo do mercado. “O fee de R$ 2 não tem condições. Além disso, no contrato a gente discute preço, mas a remuneração da agência a gente ouve nos bastidores, e isso é ruim. Todo mundo sabe que pode ter DU e incentivos, não tem problema, mas isso tem que ser transparente", destaca Marina.

"Não temos de reinventar a roda, o transaction fee funciona se for real, calculado, claro e transparente. A questão é: se existe a prática canibalista, o cliente impõe isso e o fornecedor aceita, fica mais difícil fechar a conta. É preciso ser transparente, apresentar o custo real de um OBT, quais são as despesas fixas e variáveis, e rentabilidade, e colocar tudo isso de forma clara”, comenta. "Nesse sentido, o papel do gestor é se capacitar e ter conhecimento para entender e explicar como o mercado e a precificação funcionam", complementa a gestora de viagens Ana Prado, da Syngenta.

Já o gestor de viagens da General Motors, Rafael Lanza, enfatiza que não pode haver manipulação por parte das TMCs . "Acho que as TMCs têm todo o direito de ter incentivos, faz parte do business, só não pode ter manipulação para chegar nos targets com cada parceiro. É preciso deixar tudo isso de forma mais transparente", complementa.

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