9º Fórum Abracorp debate desafios atuais da gestão de viagens
Evento da entidade foi realizado como parte da programação da feira de Turismo em Águas de Lindóia
ÁGUAS DE LINDÓIA (SP) – A Abracorp realizou, nesta sexta-feira (29), seu 9º fórum, o Fórum Abracorp, como parte da programação da Abav TravelSP, que acontece no Centro de Eventos do Hotel Monte Real, em Águas de Lindóia (SP). O painel reuniu profissionais para trazerem as visões de diferentes lados: fornecedor, TMC e gestor de viagens.
As viagens corporativas foram as mais afetadas com a pandemia de covid-19 e as últimas a serem retomadas. Os gestores, durante esses dois anos, precisaram repensar suas funções e toda a gestão das viagens a trabalho de suas empresas. Como ficaram as políticas? O que mudou e o que ficou?
“Em termos de política, não alteramos nada, mas a diretriz mais importante foi, de fato, voltar a viajar, pois precisamos rodar a economia. E isso foi muito importante. Viajar é muito seguro, nossos fornecedores já tinham e agregaram ainda mais protocolos. Então, precisamos voltar à normalidade depois de tantos meses e também precisamos voltar a viajar de forma inteligente”, conta a gestora de Viagens da Honda, Marina Shimada.
Em outras empresas, como a Raízen, de energia, estes dois anos de pandemia serviram para fazer uma série de transformações no modo de se viajar a negócios. A coordenadora de Mobilidade, Carolina Passarelli, conta que, em 2020, a companhia abriu uma RFP para o mercado, trocou a agência e fez uma transformação digital em diversas frentes. Também mudou a ferramenta de reservas e de prestação de contas, com o objetivo de melhorar a experiência do usuário e a eficiência na gestão de custos.
“Já tínhamos uma política diferenciada do setor, as viagens dentro das regras já eram auto aprovadas, então, estamos em uma fase de aprimoramento, de tornar o processo mais automatizado para o viajante. Reduzimos para apenas um nível de aprovação quando o deslocamento está fora da política, tivemos um viés muito grande no que diz respeito à proteção de dados do viajante, também revisitamos relatórios... não paramos, diminuímos, sim, o número de viagens, apenas uma empresa do grupo manteve níveis normais de deslocamento, mas focamos muito nos protocolos e pensamos nas viagens de bleisure, contemplando-as na política, visando, também, ao modelo híbrido”, diz Carolina.
CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO
O canal de distribuição é importante para mostrar para o cliente as melhores ofertas, voltadas as suas necessidades e demandas. É lá que o viajante vai escolher a passagem, hotel, carro e outros serviços que mais vão fazer sentido a sua viagem corporativa. Neste sentido, o fornecedor tem de saber como trabalhar com este canal.
“Nosso papel é fortalecer este canal, fazer com que ele consiga se desenvolver, estar mais profissional e oferecer as melhores ofertas possíveis. Esta ferramenta tem de estar preparada e ir além das ofertas que o viajante está precisando. Ele vai de um ponto para outro, mas também necessita de outros tipos de experiência. O relacionamento com o canal de distribuição tem melhorado cada vez mais e cabe a nós, fornecedores, estarmos mais próximos e trazermos experiências diferentes para o usuário e também para o agente e TMC poder oferecer para o seu viajante”, pontua o diretor regional de Vendas da Localiza, Augusto Bezerra.
O gerente de Vendas da Gol, Anderson Wolff, é da mesma opinião de que é preciso investir e estar junto do cliente, de seu dia a dia, olhar as necessidades. “Trocamos de sistema, focando em estimular melhores oportunidades para nossos parceiros internacionais – Air France-KLM e American Airlines –, focando em uma experiência de gerar valor, melhor conectividade, de dar soluções tecnológicas para o passageiro. Se a pandemia trouxe um legado, foi que a tecnologia avançou muito neste período e temos de usar isso a nosso favor”.
RELAÇÃO CUSTO X CLIENTE
Preços lá no alto, inflação, juros, valor do querosene de aviação 130% acima da média... estes são alguns dos problemas que não só a aviação enfrenta, mas diversas outras indústrias. Como explicar para o cliente a alta dos preços?
“É preciso pensar na composição exata desses custos. Não pensar somente em repassar essa inflação e, sim, equalizar isso. O quanto estamos oferecendo e aportando de valor e o quanto o cliente valoriza isso também. Essa questão nos coloca à prova e nos mostra um novo caminho. A provocação que vem é em como mostramos isso para o cliente, lembrando que é sempre importante ser muito transparente”, diz a diretora de Vendas Mice da Accor, Silene Coelho.
No setor aéreo, é preciso compreender que, hoje, a QAV detém 50% da cadeia de custo – porcentagem esta que, antes da guerra na Ucrânia, girava em torno de 30%. “Não temos como absorver um custo desse. É um problema da indústria da aviação. Para a sobrevivência, continuidade dos negócios, é preciso repassá-lo para o preço. É uma realidade hoje e não sabemos até quando será assim”, afirma Wolff.
As viagens corporativas foram as mais afetadas com a pandemia de covid-19 e as últimas a serem retomadas. Os gestores, durante esses dois anos, precisaram repensar suas funções e toda a gestão das viagens a trabalho de suas empresas. Como ficaram as políticas? O que mudou e o que ficou?
“Em termos de política, não alteramos nada, mas a diretriz mais importante foi, de fato, voltar a viajar, pois precisamos rodar a economia. E isso foi muito importante. Viajar é muito seguro, nossos fornecedores já tinham e agregaram ainda mais protocolos. Então, precisamos voltar à normalidade depois de tantos meses e também precisamos voltar a viajar de forma inteligente”, conta a gestora de Viagens da Honda, Marina Shimada.
Em outras empresas, como a Raízen, de energia, estes dois anos de pandemia serviram para fazer uma série de transformações no modo de se viajar a negócios. A coordenadora de Mobilidade, Carolina Passarelli, conta que, em 2020, a companhia abriu uma RFP para o mercado, trocou a agência e fez uma transformação digital em diversas frentes. Também mudou a ferramenta de reservas e de prestação de contas, com o objetivo de melhorar a experiência do usuário e a eficiência na gestão de custos.
“Já tínhamos uma política diferenciada do setor, as viagens dentro das regras já eram auto aprovadas, então, estamos em uma fase de aprimoramento, de tornar o processo mais automatizado para o viajante. Reduzimos para apenas um nível de aprovação quando o deslocamento está fora da política, tivemos um viés muito grande no que diz respeito à proteção de dados do viajante, também revisitamos relatórios... não paramos, diminuímos, sim, o número de viagens, apenas uma empresa do grupo manteve níveis normais de deslocamento, mas focamos muito nos protocolos e pensamos nas viagens de bleisure, contemplando-as na política, visando, também, ao modelo híbrido”, diz Carolina.
CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO
O canal de distribuição é importante para mostrar para o cliente as melhores ofertas, voltadas as suas necessidades e demandas. É lá que o viajante vai escolher a passagem, hotel, carro e outros serviços que mais vão fazer sentido a sua viagem corporativa. Neste sentido, o fornecedor tem de saber como trabalhar com este canal.
“Nosso papel é fortalecer este canal, fazer com que ele consiga se desenvolver, estar mais profissional e oferecer as melhores ofertas possíveis. Esta ferramenta tem de estar preparada e ir além das ofertas que o viajante está precisando. Ele vai de um ponto para outro, mas também necessita de outros tipos de experiência. O relacionamento com o canal de distribuição tem melhorado cada vez mais e cabe a nós, fornecedores, estarmos mais próximos e trazermos experiências diferentes para o usuário e também para o agente e TMC poder oferecer para o seu viajante”, pontua o diretor regional de Vendas da Localiza, Augusto Bezerra.
O gerente de Vendas da Gol, Anderson Wolff, é da mesma opinião de que é preciso investir e estar junto do cliente, de seu dia a dia, olhar as necessidades. “Trocamos de sistema, focando em estimular melhores oportunidades para nossos parceiros internacionais – Air France-KLM e American Airlines –, focando em uma experiência de gerar valor, melhor conectividade, de dar soluções tecnológicas para o passageiro. Se a pandemia trouxe um legado, foi que a tecnologia avançou muito neste período e temos de usar isso a nosso favor”.
RELAÇÃO CUSTO X CLIENTE
Preços lá no alto, inflação, juros, valor do querosene de aviação 130% acima da média... estes são alguns dos problemas que não só a aviação enfrenta, mas diversas outras indústrias. Como explicar para o cliente a alta dos preços?
“É preciso pensar na composição exata desses custos. Não pensar somente em repassar essa inflação e, sim, equalizar isso. O quanto estamos oferecendo e aportando de valor e o quanto o cliente valoriza isso também. Essa questão nos coloca à prova e nos mostra um novo caminho. A provocação que vem é em como mostramos isso para o cliente, lembrando que é sempre importante ser muito transparente”, diz a diretora de Vendas Mice da Accor, Silene Coelho.
No setor aéreo, é preciso compreender que, hoje, a QAV detém 50% da cadeia de custo – porcentagem esta que, antes da guerra na Ucrânia, girava em torno de 30%. “Não temos como absorver um custo desse. É um problema da indústria da aviação. Para a sobrevivência, continuidade dos negócios, é preciso repassá-lo para o preço. É uma realidade hoje e não sabemos até quando será assim”, afirma Wolff.